Dois casais de lésbicas e um amigo heterossexual foram tomar um drink no começo da noite deste domingo, 9, na Mercearia do Francês, em Higienópolis, São Paulo. O beijo de um dos casais incomodou o maitre da casa. A sommelier Daniela Bravin, 37, que estava junto do grupo e é moradora do bairro, relata o que ocorreu ao Blogay.
“Minhas amigas estavam se beijando, mas nada escandaloso, mas percebi que os garçons estavam evitando nos servir. Como moro na mesma rua e trabalho na rua acima, sou conhecida da região, o maitre resolveu me chamar de lado e logo começou com um discurso que aquilo não poderia acontecer no local. Pra mim foi notória a homofobia“, diz Bravin.
O grupo resolveu deixar o restaurante na hora. “O que eu acho um absurdo é que o lugar é frequentado por muitos gays”, finalizou.
Se a homofobia já é difícil de ser entendida por muitas pessoas, mesmo quando explicitada como no recente caso da agressão do estudante de direito André Baliera que foi agredido por dois brutamontes, teve três testemunhas que foram com ele na delegacia alegando ato de homofobia e mesmo assim teve gente que tentou diminuir o caso dizendo que esta alegação era “sensacionalista”. O que pensar de um ato como este em um restaurante com caráter tão “subjetivo”?
Mas é exatamente esta homofobia sutil, difícil de detectar, que está soterrada no lado mais obscuro da nossa sociedade, com uma violência sem grandes gravidades (físicas) mas cheia de cinismo que no fim gera atos como o que aconteceu em Pinheiros, da força bruta e da intimidação contra gays. Em ambos os casos a homofobia é um ato de covardia!
O Blogay tentou entrar em contato com a Mercearia do Francês sem sucesso.