Vizinho esfaqueia gay e polícia alega lesão corporal; veja vídeo

Por Vitor Angelo

O engenheiro Rodrigo Mariano Miguel, 33, chegava do supermercado e ia entrar no elevador de seu prédio, em São Bernardo do Campo, quando o seu vizinho Wanderson Pacheco de Oliveira o apunhalou com um facão pelas costas. Miguel, que é homossexual, lembra de claramente escutar o agressor esbravejar: “Isto é pra você aprender a não bater de frente com homem de verdade, seu viado”. Esta frase mais os constantes xingamentos de Oliveira para com ele, como: “Bichinha, baitola e viadinho”, conforme alegou ao Blogay o engenheiro, nesta sexta-feira, 20, o faz acreditar que a agressão tem caráter homofóbico.

Logo após a facada, o zelador os separou, a polícia chegou e prendeu Oliveira em flagrante assim como apreendeu a arma do crime. Mas horas depois, o analista de sistema foi liberado, do 3º Distrito de São Bernardo, apenas com a acusação de agressão corporal. “A polícia foi super negligente. Eles tinham a arma, podiam solicitar o vídeo , mas quiseram tratar apenas como uma briga de vizinhos e liberaram o cara. Foi tentativa de homicídio”, diz Miguel para o blog e pede para que todos vejam o vídeo abaixo.

Pelas imagens é possível ver que não houve briga nenhuma, Oliveira ataca Miguel por trás sem dar chances de defesa e percebe-se que o engenheiro fica atordoado. Ele trincou o osso da coluna e, por muito sorte,  não ficou paralítico, segundo os médicos que o trataram.

O engenheiro Rodrigo Miguel no hospital após ser apunhalado por seu vizinho  (Reprodução/Facebook)
O engenheiro Rodrigo Miguel no hospital após ser apunhalado por seu vizinho (Reprodução/Facebook)

A agressão aconteceu na terça da semana passada e ele só saiu do hospital na segunda-feira, 16, e como relatou ao Blogay: “tenho que ficar na cama e preciso de ajuda para fazer qualquer movimento, de me levantar a ir ao banheiro”.

O Outro Lado

O agressor Wanderson Pacheco de Oliveira (Reprodução/Facebook)
O agressor Wanderson Pacheco de Oliveira (Reprodução/Facebook)

O agressor, depois do ocorrido, deixou a cidade e está com familiares no Rio de Janeiro. “Eu conversava por telefone com minha mãe e ele batia na parede pedindo para eu abaixar o tom de voz”, declarou Oliveira ao site do “ABCD Maior” como razão por ter apunhalado o vizinho. Ele também alega que não sabia que Miguel era gay.

A ONG ABCD’S (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual) providenciou a advogada Cristiane Leandro de Novaes para acompanhar o caso e defender Miguel e reverter o boletim de ocorrência de lesão corporal para tentativa de homicídio e discriminação homofóbica.