Até quando a gente vai chorar a violência dos adolescentes contra outros adolescentes, no caso um de 14 anos que foi brutalmente agredido e morreu na segunda, 9, porque sofria bullying por ser adotado por um casal de homossexuais?
Até quando vamos ler o depoimento da prima da vítima dizendo: “toda a escola viu, menos os professores”?
Até quando a escola vai continuar “não vendo” as agressões cometidas dentro das suas dependências ou por perto delas , como é o caso da Escola Estadual Doutor José Eduardo Vieira Raduan, em Ferraz de Vasconcelos?
Até quando a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo vai afirmar que a agressão não aconteceu escola e que nada foi registrado, mesmo tendo um investigador de polícia ido até escola e confirmado a agressão? “Secretaria de Estado da Educação nega que o jovem tenha sido agredido em uma briga dentro da escola, e disse que as câmeras do colégio estão à disposição da polícia”. reporta a Folha, mas a prima do adolescente diz que a Secretaria estaria se omitindo.
Até quando o Estado será cúmplice da violência de caráter homofóbica e do bullying de adolescentes?
Até quando ter pais homossexuais será considerado menos família e motivo de agressão por pessoas mesquinhas, pois se não o fossem, ao invés de mugirem o que deve ser família, teriam tido o ato de generosidade de adotar uma criança abandonada como fez o casal?
Até quando vamos chorar a morte de um adolescente por intolerância?
Até quando assistiremos atos covardes como este e nos sentirmos imobilizados e impotentes?
Até quando o silêncio vai ser o melhor remédio (no caso da escola e da Secretaria), quando a vontade é de gritar?
Até quando os LGBTs, seus filhos e quem os apoia, ou mesmo quem quer um mundo mais amoroso irão viver momentos que se sentirão acuados?
Até quando a tristeza destas histórias nos abaterão?
Até quando tentaremos acreditar que dias melhores virão?
Até quando?