No começo do mês, o assessor parlamentar Agripino Magalhães, 33, acusou 11 seguranças terceirizados e dois policiais ferroviários de agressão física e homofobia, ocorrido na Estação Palmeiras-Barra Funda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Militantes marcam para esta sexta-feira, 25, às 17h, protesto no mesmo local para chamar a atenção sobre a violência contra homossexuais.
O fato começou como uma discussão no banheiro depois que Magalhães ouviu declarações homofóbicas de um segurança da CPTM e o confrontou. A violência acabou ganhando maiores proporções com e entrada de outros vigias e seguranças. Ao tentarem impedir as agressões, também apanharam dos funcionários, um outro rapaz e uma senhora, que, segundo o assessor parlamentar relatou ao Blogay, acabou também sofrendo agressões. “A interferência dela foi muito importante porque ela nos defendeu muito das agressões dos seguranças”.
A reação de Agripino é exemplar para qualquer tipo de agressão. Ele não abaixou a cabeça. Mesmo o agredido sempre se sentir humilhado psicologicamente, ele, todo machucado, foi à polícia. “Fiz o B.O. na Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano) e vou a processar a CPTM e Gocil (empresa terceirizada para fazer a segurança da estação). O meu advogado é o doutor Ademar Gomes”.
O Blogay entrou em contato com a assessoria da CPTM e eles informaram, por telefone, que “ as providências foram tomadas e que agora o caso é com a polícia”. Agripino também nos relatou que “segundo a CPTM, os seguranças foram afastados do trabalho até que a empresa Gocil tomasse suas providências. Eu fiquei muito machucado, com várias marcas no meu corpo”.
Perguntado se ele não temia voltar à estação e sofrer represálias, Magalhães deu outra reposta exemplar: “Eu não tenho medo pois se não fazer valer nossos direitos, esses assassinos tomam conta do nosso país, enfrentaria novamente”.
O caso das agressões contra Agripino são emblemáticas. Primeiro, ele não admitiu declarações homofóbicas, que acontecem todos os dias ao nosso redor e muitas vezes nos calamos, ele reagiu contra elas. Depois, mesmo agredido, resolveu tomar as medidas legais contra a violência homofóbica. Ele não caiu no exercício (tacanho) de transformar a vítima em culpada de ser agredida. E, por fim, ele denunciou em diversas instâncias (polícia, imprensa, militância) o fato. Temos muito a aprender com este exemplo.