Depois de Marco Feliciano (PSC-SP), não poderia ter outro pesadelo maior. Mas sim, existe a possibilidade de Jair Bolsonaro (PP-RJ) ser o novo presidente da CDHM (Comissão dos Direitos Humanos e minorias) da Câmara. Um protesto está sendo marcado em São Paulo pelas redes sociais, para quinta-feira, 13, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, em São Paulo. Um abaixo assinado também acontece na internet.
Bolsonaro é conhecido por suas posições contras as minorias, ainda mais os homossexuais, e sua defesa da Ditadura Militar e das torturas. Não poderia ser o a pessoa mais errada para presidir esta comissão que visa exatamente dar direitos sonegadas às minorias e os menos privilegiados. Quando o deputado federal diz: “Minha proposta é defender direitos da maioria e não da minoria…”, ele comprova que não entende para o que funcionam os direitos humanos. É a ideologia de dar direitos aos que não têm. A maioria não é composta de pessoas especiais, então, se é para a maioria, como diz o discurso do filiado ao PP, danem-se as calçadas sinalizadas para cegos, o transporte com acessibilidade e assim por diante.
Mas por que uma figura tão bizarra foi escolhida para o cargo? Todos sabemos que se alguém saiu desgastado da presença de Feliciano na CDHM, este alguém foi o PT. O partido com sua ampla base governista sofre chantagens e é o que está acontecendo agora. Todos sabem que se Bolsonaro assumir, o desgaste vai ser maior ainda. Jeferson Monteiro, o criador da Dilma Bolada escreveu: “Se o PT deixar Bolsonaro assumir a Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, não apenas a Dilma Bolada acaba como também não voto na Dilma”. Novamente quem pagará a conta será o PT.
Exatamente por isto, é uma forma do PP pressionar o partido que é o topo da pirâmide da base governista para conseguir ter o que deseja: a Comissão de Minas e Energia, mas o PSD está na frente na ordem das escolhas e já disse que a deseja. Com isto, podemos, graças ao jogo político, ter um algoz contra as minorias chefiando o lugar que pretende ser exatamente o lugar dos direitos desta mesma minoria.