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A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo

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Blogay é editado pelo jornalista e roteirista Vitor Angelo

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Sobre paradas gays

Por Vitor Angelo

Inúmeras paradas gays ainda estão para acontecer este ano no mundo e, principalmente , no Brasil. Recentemente tive a experiência de ir à Gay Pride de Londres. Nunca tinha ido em nenhuma manifestação à favor dos direitos LGBT fora do formato brasileiro, isto é, com trios e forte participação popular dentro da parada. Na capital inglesa é totalmente diferente, se você não está registrado em um determinado grupo, você não desfila e é muito mais uma parada mesmo no sentido de vermos associações desfilarem quase em marcha.

Parada LGBT em Londres (Reprodução/Instagram)

Se a interatividade com o público é feita com uma grade separando-os dos manifestantes – o que não impede muitos aplausos e gritos -, a politização é livre e feita em alto grau.

Noiva abre Parada LGBT em Londres (Reprodução/Instagram)

O tema era sobre o casamento igualitário que está tramitando no Parlamento britânico com altíssimas possibilidades de aprovação e empenho do primeiro ministro conservador David Cameron.  Uma noiva nervossísima abriu a parada com discursos enfáticos e positivos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Como disse a politização é forte. Sim, teve gente com cartaz pedindo a libertação da banda russa Pussy Riot, que tem ainda duas integrantes presas por desafiar a política moralista de Putin. Este, aliás, teve sua face em diversos panfletos com textos nada agradáveis sobre sua pessoa e as leis homofóbicas que reinam hoje na Rússia.  Até o militar americano preso por ajudar o Wikileaks, Bradley Manning, recebeu menção de um grupo de gays com cartazes dando apoio ao soldado.

Grupo apoia Bradley Manning na Parada LGBT em Londres (Reprodução/Instagram)

E também a politização é livre, ela não está ligada apenas à esquerda. Grupo de gays Tory – nome dado aos ultra-conservadores – esteve presente formado por pessoas muito jovens. Em compensação, o grupo dos democratas liberais distribuíam colantes para o público com os dizeres “I’ve never kissed a Tory” (Eu nunca beijei um conservador). Isto é, tem espaço para polos opostos ideológicos e isto me pareceu bem saudável.

Gays Tory na Parada LGBT em Londres (Reprodução/Instagram)

Apesar de primeiramente não simpatizar com a compartimentalização da “gay pride” inglesa, com grupos como as lésbicas com filhos ou as trans filipinas, percebi que mais do que separá-los em guetos, a parada mostrava didaticamente – para nós que assistíamos – o óbvio, os gays estão em todas as partes e são os mais diversos.

Militares na Parada LGBT em Londres (Reprodução/Instagram)

Em tempo de uma vontade de politizar mais as paradas brasileiras que são consideradas por muitos depreciadores como micaretas fora de época, ter um pouco desta politização mais efetiva e incentivada pelos organizadores de forma massiva e ainda com a participação popular pode ser uma grande ideia, uma ideia que está no cerne da chamada brasilidade: miscigenar!

Parada LGBT em Londres (Reprodução/Instagram)

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