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A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo

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Os gays nas Olimpíadas de Londres

Por Vitor Angelo

Londres foi totalmente diferente dos jogos de Berlim de 1936, realizada sob o regime nazista que queria provar a tese de superioridade de uma raça. Fato que veio à terra com as vitórias fantásticas do velocista  negro e norteamericano Jesse Owens.

Londres também foi diferente das Olímpiadas da Cidade do México, em 1968. Lá, os atletas dos Estados Unidos, Tommie Smith, vencedor da competição dos 200 metros rasos e John Carlos, terceiro colocado na mesma prova, levantaram o braço com o punho fechado, referência aos Panteras Negras, movimento negro que pregava a luta armada na América para garantir os direitos dos afro-americanos. Ele foram punidos e perderam as medalhas pelo gesto. Ou mesmo a de Munique, em 1972, quando terroristas palestinos assassinaram covardemente uma delegação de esportistas de Israel.

Londres foi política de outra maneira, assumindo o papel inclusivo em seus jogos. Foi assim que a atleta palestina Woroud Sawalha (que é proibida de treinar em sua própria terra pelos israelenses)  correu nos 800 metros, com o hijab (o véu mulçumano). Fez-se todo esforço para que a judoca saudita Wojdan Ali Seraj Abdulrahim Shaherkani pudesse lutar nas Olímpiadas. Negociou-se com a Arábia Saudita, país que pela primeira vez trouxe uma delegação de mulheres à competição. E ainda deu espaço para o sul-africano Oscar Pistorius, um corredor que tem as pernas amputadas, disputasse os 400 metros rasos do atletismo. Sem falar nos gays, foram mais de 20 atletas fora do armário que disputaram medalha na capital inglesa.

Foram pelo menos 23 atletas LGBT assumidos que competiram em Londres e melhor, segundo pesquisa da “Outsports” – site dedicado aos fãs e esportistas gays –, mais de 42% deles conseguiram alguma medalha para o seu país nestas Olimpíadas. E se uma nação fosse, terminaria na frente do Brasil no quadro de medalhas, com quatro de ouro, uma de prata e duas de bronze.

Megan Rapinoe, a meia da seleção norteamericana de futebol feminino disse à revista gay “Advocate” que começou a jogar melhor depois que se assumiu como lésbica. Tanto assim, que ela ajudou sua equipe a ganhar uma medalha de ouro, nesta quinta-feira, 9, contra o Japão.

Alguns astros LGBT nas Olímpiadas: Megan Rapinoe (Estados Unidos, futebol), Rikke Skov (Dinamarca, handebol), Maartje Paumen (Países Baixos, hockey na grama), Natalie Cook (Austrália, vôlei de praia), Alexandra Lucrabère (França, handbol), Jessioa Landtrom (Suécia, futebol), Hedvig Lindahl (Suécia, futebol), Lisa Dahlkvist (Suécia, futebol), Carole Péon (França, triatleta), Jessica Harrison (França, triatleta) e Ina-Yoko Teutenberg (Alemanha, ciclismo), Matthew Mitcham (Austrália, trampolin), Edward Gal (Países Baixos, equitação), Lisa Raymond (Estados Unidos, tênis), Judith Arnt (Alemanha, ciclismo). Seimone Augustus (Estados Unidos, basquete), Imke Duplitzer (Alemanha, esgrima), Marilyn Agliotti (Países Baixos, hockey na grama), Carl Hester (Reino Unido, equitação), Carlien Dirkse van den Heuvel (Países Baixos, hóckey sobre grama) e Mayssa Pessoa (Brasil, handebol).

Estes nomes, além de ajudarem a quebrar inúmeros estigmas em relação aos atletas LGBTs, honram os seus países igual a qualquer outro esportista. Medalha de ouro para todos eles por esta lição de igualdade.

Megan Rapinoe com sua medalha de ouro. Ela é uma das atletas assumidas dos Jogos de Londres (Reuters)

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