Um casal gay, Eros Tartaruga e Thiago Clemente do Amaral, estavam se beijando em uma pacata praça no Tatuapé, zona leste de São Paulo quando foram a bordados por policiais militares.
“Na noite do último dia 18 de junho, fomos abordados por policiais militares em uma praça perto do metrô Tatuapé sob o pretexto de sermos suspeitos de portar drogas. Uma vez revistados, conversamos com um dos policiais, que disse que deveríamos estar em casa fazendo o que há pouco estávamos fazendo – nos beijando! Terá tido esta frase (ou este ato) algo a ver com o fato de sermos gays? Tudo nos leva a crer que não foi coincidência, afinal de contas um outro policial nos disse que alguém os havia convocado para cuidar de um caso de ‘ato libidinoso’, e não de suspeita de porte de drogas! Fica a pergunta: qualquer beijo pode ser um ‘ato libidinoso’?”, escreveu o casal nas redes sociais para convocar um piquenique e um beijaço na Praça Santa Teresinha, no Tatuapé, neste sábado, 23, a partir das 15h. [A manifestação foi remarcada para o dia 30 de junho no mesmo local e horário]
Eles colocaram uma questão importante: “Se algum/a morador/a da região estava escandalizad@ e se viu equivocadamente no direito de denunciar um beijo gay por estar acontecendo “inapropriadamente” em lugar público fora-do-gueto, os policiais militares também estavam equivocados ao se sentirem incubidos da função de impedir o nosso beijo como se este fosse um ataque ao pudor! E estavam ainda mais equivocados ao se utilizarem de uma abordagem áspera e homofóbica!”
Além da questão do afeto homossexual feito em público, existe também o fato de organizar-se um ato fora do eixo central da cidade (Paulista-Augusta-Centro). O que significa que cada vez mais sair do gueto é uma estratégia essencial para os novos LGBTs.