“Matem um gay, eu já fiz isso e a polícia não me prendeu”, “lésbicas merecem a penetração corretiva”. Frases como estas, além de textos contra negros, judeus, nordestinos, crianças e animais eram fartamente encontradas no site “Silvio Koerich”. Seus autores, Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello, foram presos nesta quinta-feira, 22, pela Polícia Federal na chamada Operação Intolerância.
Os dois atuam há tempos nas redes sociais e já tinham ameaçado de morte tanto a presidente Dilma Rousseff como o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). “Eu fiz duas representações contra o site na PF e mobilizei os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos). E me mobilizei contra o site criminoso não só porque ele planejava me matar, mas sobretudo porque ofendia a dignidade de minorias”, postou o político no Twitter ao saber da prisão dos autores do site.
A indignação, porém, não era só dos homossexuais, ela veio de diversos segmentos da sociedade. Grupos ligados à defesa dos animais já tinham se pronunciado sobre um texto que o título era: “Cão imundo que se ferrou foi tarde”, assim como o movimento negro já tinha se manifestado contra texto que dizia que a raça negra era inferior à branca.
“O nome Sílvio Koerich foi apropriado indevidamente por Rodrigues em represália a uma terceira pessoa que rejeitou as declarações preconceituosas, homofóbicas e intolerantes postadas em um fórum de debates feminista”, explica a agência de notícias da Polícia Federal.
O site pregava, além de ideias intolerantes, práticas de violência. Os criminosos estão sendo ainda investigados por uma possível ligação com Wellington Menezes de Oliveira, que praticou a chacina de alunos na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, em 2011. Oliveira teria procurado os dois antes de cometer os assassinatos, mas nada ainda está provado.
De acordo com o jornal “A Tribuna do Paraná”, nas buscas feitas nos apartamentos do dois, um em Curitiba e o outro em Brasília, foram achados mapas de uma casa perto do campus da Universidade de Brasília e que eram feitas festas de estudantes de Ciências Sociais, considerados “esquerdistas” e com isso inimigos dos blogueiros. Um possível ataque estava sendo planejado segundo a PF.
Também vai ser investigado os R$500 mil encontrados na conta corrente de Mello, que é desempregado. A Polícia Federal acredita que pode haver tenham mais gente envolvida no caso.
A mobilização dos ofendidos pelo site foi vital para a prisão de seus autores, foram quase 70 mil denúncias. Não se calar diante a intolerância foi fundamental para estas prisões.
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Para denúncias de intolerância na rede:
Safernet – http://www.safernet.org.br/site/denunciar
Polícia Federal – crime.internet@dpf.gov.br
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