BlogayLGBTs – Blogay http://blogay.blogfolha.uol.com.br A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo Wed, 18 Nov 2015 02:07:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A luta de uma minoria é a luta de todas as minorias http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/04/02/a-luta-de-uma-minoria-e-a-luta-de-todas-as-minorias/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/04/02/a-luta-de-uma-minoria-e-a-luta-de-todas-as-minorias/#comments Wed, 02 Apr 2014 22:30:46 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1658 Nesta quarta-feira , 2, comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, e o que os LGBTs têm com isto? Nada, responderão os mais apressados, mas a ligação é profunda. A questão das minorias é a primeira que liga autistas, os que têm Síndrome de Down, as pessoas especiais, os negros, as mulheres e também os gays. A luta contra o preconceito e o estigma é de mesma matriz.

Senti que a indignação de muitos pais de autistas com a interpretação de Bruna Linzmeyer para a personagem Linda em “Amor à Vida” era muito semelhante ao de militantes gays que condenavam tempos atrás o retrato dos homossexuais na TV. Enfim, a mesma vontade de uma representação com abrangência total, o que muitas vezes é impossível por diversos motivos,e acaba gerando frustração. Este elo une todas as minorias que querem se ver representada nos meios de comunicação de massa audiovisuais: a vontade de uma representação muito realista até para que esta seja um signo do fim do estigma.

O mesmo pode-se falar sobre outra questão aguda aos LGBTs e aos autistas, a educação, a ida à escola. Cada grupo com seu problema específico, mas tanto um como outro sofre bullying ou mesmo muitas vezes é rejeitado pela própria escola. Além de tudo, não temos uma escola preparada para trabalhar com o diferente e as diferenças e isto faz com que diferentes como gays e autistas sejam iguais no tratamento preconceituoso.

Enfim, a luta de uma minoria é a luta de todas as minorias. E hoje, azul é a cor mais quente!

Azul é a cor do Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Azul é a cor do Dia Mundial da Conscientização do Autismo
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O suicídio entre os jovens LGBTs http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/01/24/o-suicidio-entre-os-jovens-lgbts/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/01/24/o-suicidio-entre-os-jovens-lgbts/#comments Fri, 24 Jan 2014 19:30:42 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1585 São já 22 LGBTs assassinados no Brasil por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero neste começo de 2014 (os dados não são oficiais, mas coletados de jornais pelo Homofobia Mata e seguem a orientação do Grupo Gay da Bahia).

Não é de se estranhar que os militantes acuados tenham enxergado (alguns ainda desconfiam) que a morte do adolescente Kaique Augusto Batista dos Santos, 16, não foi suicídio, mas depois confirmado como tal pela polícia e família.

Mas o caso de Kaique abre uma outra discussão de mesmo fundo, o suicídio entre os LGBTs, que só neste ano foram registrados 4 pelo mesmo Homofobia Mata. Claudia Collucci, em sua coluna na Folha, sobre a morte do jovem, termina seu texto questionando: “será que não é um bom momento também para se discutir os casos de suicídio na adolescência, que só crescem no país?”

Sim, e principalmente entre os LGBTs, que mais do que não aceitos em suas próprias famílias e no meio escolar, não conseguem entender o que está acontecendo com eles, por se acharem tão “diferentes” do que é normativo. O escritor Edmund White, no texto que abre a biografia de seu “Rimbaud, A Vida Dupla de um Rebelde”, diz sobre ele mesmo: “Sendo um adolescente gay infeliz, sufocado pelo tédio e pela frustração sexual, e paralisado pela autorrejeição, eu ansiava por fugir para Nova York”. A autorrejeição é com certeza o mal maior.

Não à toa que a campanha It Gets Better (algo como “ficará melhor”), que tem como objetivo conscientizar jovens LGBTs contra o suicídio, teve apoio e participação da produtora Pixar, do Facebook e até do presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Faltam campanhas deste porte no nosso país.

Abaixo a nota de pesar do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) da Universidade Federal de Santa Catarina sobre a morte de Alex Sobral no começo d ste ano é bem esclarecedora desta situação:

“Nota de Pesar

O Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) da Universidade Federal de Santa Catarina vem a público afirmar o seu pesar pela morte do jovem gay Alex Sobral, ex-estudante de nossa comunidade universitária. A polícia acredita tratar-se de suicídio. Alex, que cursava jornalismo, foi encontrado morto no bosque do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH).

Muitas vezes elaboramos o suicídio como resultado de enorme sofrimento psíquico do indivíduo e depositamos sobre o sujeito toda a responsabilidade do ato que cometeu. Entretanto, já no século 19, o fundador da escola francesa de sociologia, Émile Durkheim, nos ensinou que toda a sociedade, com seus valores e crenças, é responsável pelas mortes voluntárias que produz. Pensando o tempo presente, a comunidade LGBT tem sido fortemente impactada por mortes voluntárias e involuntárias.

São alarmantes os índices de suicídio dentre as populações jovens de lésbicas, gays e travestis. Segundo dados da Universidade Federal do Alagoas, as pessoas LGBT são mais propensas a ‘quererem sumir’, índice que chega a 78% das pessoas entrevistadas. Além disso, segundo a Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, jovens LGBT têm até cinco vezes mais risco de cometerem suicídio que pessoas heterossexuais.

No que tange as mortes involuntárias, segundo dados dos movimentos sociais, apenas em 2014, no Brasil, foram assassinadas 18 pessoas LGBT, demonstrando o crescimento dos índices de violência letal. De acordo com dados do Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: Ano de 2012, publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, as notícias de mídia divulgadas nos anos 2011 e 2012 mostraram que ‘as violações que resultam em morte detêm o maior percentual, somando 81,36%’.

Os homicídios são os mais noticiados em 2012 entre as violências físicas, com 74,56%, seguidos por lesões corporais (70,76%), latrocínios (6,82%) e tentativas de homicídio (7,87 %). Em 2011, os homicídios totalizaram 78,6%, seguidos por lesões corporais (13,7%), tentativas de homicídios (6,5%), latrocínios (0,9%) e cárcere privado (0,3%).

Esse quadro de violências homo/lesbo/transfóbicas, quando não resultam em mortes de LGBT, podem produzir deficiências, contribuindo para aumentar o contingente de novas pessoas com deficiência no Brasil. Segundo o deputado federal Jean Willys ‘[em 2012,] 338 pessoas foram assassinadas por serem gays, lésbicas, travestis ou transexuais no Brasil, 27% mais que no ano anterior, que registrou 266 homicídios homo/lesbo/transfóbicos, 317% mais que em 2005’.

Nesse quadro de extrema hostilidade contra pessoas LGBT que transversaliza classe, gênero, deficiência, raça, etnia, o NIGS/UFSC vem a público reafirmar seu compromisso na construção de estratégias de combate à homofobia, estímulo à denúncia, apoio, solidariedade e justiça. À família e aos amigos do jovem Alex Sobral enviamos nossas sinceras condolências, compartilhando a dor da perda de mais uma promessa criativa da comunidade LGBT que ‘quis sumir’ do contexto violento em que vivia.

Sua perda, para além da dor da família e amigos, é também uma perda social pois foi um jovem que estudou em nossa universidade pública e não teve tempo de devolver à sociedade brasileira os conhecimentos obtidos em sua formação de excelência na UFSC. Trata-se, portanto, de uma perda que nos afeta a todos e todas enquanto comunidade universitária”.

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A transfobia e a homofobia entre os LGBTs http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/12/30/a-transfobia-e-a-homofobia-entre-os-lgbts/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/12/30/a-transfobia-e-a-homofobia-entre-os-lgbts/#comments Mon, 30 Dec 2013 10:30:28 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1565 Em uma discussão por telefone sobre preconceito com um assessor de uma cantora famosa, ele se assumia gay, como que para legitimar que ele não tinha preconceito contra os LGBTs, e eu então falei: “os homossexuais não estão livres de serem homofóbicos, muito pelo contrário, eles carregam com naturalidade muitos preconceitos que acreditam tratar-se apenas de uma questão de opinião”. Parecia que eu acabara de falar línguas para ele, que ficou um pouco chocado com minha afirmação.

É constante afirmações de cunho homofóbicos e transfóbicos no meio LGBT. Recentemente, a modelo Thalita Zampirolli, transexual apontada como affaire do ex-jogador e deputado federal Romário (PSB-RJ), deu as seguintes declarações para o colunista Léo Dias do jornal “O Dia” quando o jornalista disse que ela tinha uma voz muito feminina.

“Por isso que eu falo, sou criticada por não apoiar manifestações LGBT. Eu vivo em outro mundo. Não apoio. Muitas manifestações pedem respeito, mas você vê hoje em dia nas paradas gays muita falta de respeito. Eles se beijam, transam na areia… Não apoio isso. Trabalho com vários gays, eles têm padrão de vida diferente da maioria e poderiam pedir respeito de forma diferenciada”, respondeu Thalita.

Ela acredita que o fato de parecer quase ser mulher a retira da sigla LGBT e repete o mesmo discurso do opressor como que querendo-pedindo para ser o que não é.

O leitor do blog Marcelo Lacerda escreveu relatando um caso semelhante com o Mr. Gay Brasil Evandro Maia. Os dois discutiram via Facebook depois de Maia escrever: “Não suporto esses viados com cara de xupão e que miam quando abrem a boca! Tomem vergonha na cara… Vcs têm um PINTO no meio das pernas… Sejam homem carai! — se sentindo incomodado”.

Lacerda respondeu: “Extremamente grosseira essa sua colocação, Evandro. ‘Esses viados com cara de xupão e que miam quando abrem a boca’ são as que se expõem verdadeiramente. Elas estão na linha de frente na batalha por mais espaços para gays na sociedade. Os viados que dão pinta são os que dão a cara à tapa diariamente sem medo e são muito mais homens do que muitos por aí. Essas pessoas têm de se reafirmar diariamente, sofrem discriminação no trabalho, nos espaços públicos e esse seu incômodo, desculpe-me, é uma demonstração óbvia de despolitização. Repense essa sua posição, porque essas bichinhas se sentem, de certa forma, representadas por você e dão movimento, por exemplo, às ‘notícias’ que saem sobre o Mr. Gay em sites especializados”.

Novamente, existe uma grande confusão que acredita que você pode ser gay, mas tem que parecer “homem”, mesmo este conceito sendo muito vago e cultural.  Se você parecer homem ou se parecer mulher, seja no caso de Maia ou no de Thalita, você se dá o respeito e age de forma diferenciada – mesmo que este discurso tenha um grande equívoco ao não compreender as sutilezas entre gênero e orientação sexual.

Mas antes de focarmos os nossos discursos de ódio contra Maia ou Patrícia, precisamos olhar para dentro de nós, e vermos momentos que também tomamos posturas semelhantes ou como a menina que beija Adéle no colégio em “Azul é a Cor Mais Quente”, de Abdellatif Kechiche, se silencia quando as outras colegas da escola acusam a protagonista de ser lésbica.

A reflexão e a crítica têm que ser cotidiana pois fomos criados em ambientes homofóbicos e transfóbicos e os estigmas estão “naturalmente” impregnados em nós.  Que esta auto-análise seja feita e que antes de julgarmos os outros, nos olhemos primeiro. Afinal ainda carregamos muitos preconceitos conosco. Ninguém está livre deles, começando por este que aqui escreve.

(Marlene Bergamo/Folhapress)
(Marlene Bergamo/Folhapress)
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Mamma mia! A força do pink money: o caso Barilla http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/10/08/mamma-mia-a-forca-do-pink-money-o-caso-barilla/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/10/08/mamma-mia-a-forca-do-pink-money-o-caso-barilla/#comments Tue, 08 Oct 2013 15:00:41 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1435 Logo depois que o presidente do grupo Barilla, Guido Barilla, declarou que “nunca faria um anúncio com uma família homossexual” e que “se os gays não gostam (da decisão), eles podem ir comer outra marca”, para uma rádio italiana, ativistas gays assim como artistas, como a atriz Mia Farrow, começaram a propor um boicote aos produtos desta empresa.

Com os protestos, começaram a pipocar ironias com a marca como esta postada nas redes sociais:

Cartaz diz : “O amor é para os corajosos. Todo o resto é macarrão Barilla” em protesto contra a declaração do presidente da marca (Reprodução/Facebook)

 

Uma ironia muito curiosa chamou a atenção. Scott Bixby, editor de mídias sociais da Bloomberg – importante fonte de informação sobre o mercado financeiro e de negócio – escreveu no Twitter tirando um sarro da marca de massa: .“Gays não comem carboidrato”.

O fato do editor de mídias sociais, hoje considerada a primeira imagem de uma empresa, do porte da Bloomberg, ter tido humor e, de certa forma, ironizado a marca, dá pistas muitos maiores do que supomos. Não se trata de uma briga entre simpatizantes e homofóbicos. Mas de como marcas e empresas estão entendendo o atual mercado e as que não.

Uma matéria de quase uma ano atrás da revista “Época Negócios” diz que  marcas que apoiam com ações positivas o consumidor LGBT tem lucrado mais e este cenário parece não ter mudado, só aprimorado com o tempo. Não é de se estranhar a quantidade de empresas brasileiras e estrangeiras que, quando se discutia o casamento igualitário nos Estados Unidos, adotou o símbolo do movimento  pró-LGBT ( o =) em seus logotipos.

Mais do que a força política, (um campo que os religiosos fundamentalistas conseguem avançar e ocupar), os LGBTs se apresentam como uma força econômica (o tal do pink money – dinheiro que movimenta a economia vindos dos gays – é real e sua postura e consciência na hora de consumir é vital para sua cada vez maior valorização). Na força econômica que está a nossa força política.

É de direito o sr. Barilla se manifestar assim como é de direito os gays decidirem que não querem mais consumir este produto que os rejeita. Estamos no campo das liberdades individuais. Mas então porque o sr. Barilla recuou e apresentou um pedido de desculpas?

Não foi por que ele teve compaixão pelos homossexuais ou sentiu que foi preconceituoso, mas sim por que  algo poderia mexer em seu bolso. Sua cara no anúncio não nos convence, mesmo a empresa tendo se empenhado verdadeiramente para pedir desculpas aos homossexuais. Como comunicou o diretor geral da Barilla do Brasil e América Latina, Maurizio Scarpa: “Nós da Barilla temos a missão de tratar os nossos consumidores e parceiros como os nossos vizinhos – com amor e respeito – e entregar os melhores produtos possíveis. Tomamos essa responsabilidade a sério e a consideramos como parte fundamental de quem somos como uma empresa familiar. Embora não possamos desfazer os acontecimentos recentes, podemos pedir desculpas. Para todos os nossos amigos, familiares, funcionários e parceiros que magoamos ou ofendemos de alguma forma, estamos profundamente arrependidos”.

O importante neste caso é cada vez tomarmos consciência que o nosso poder econômico tem voz. O recuo da marca foi muito mais por questões econômicas do que humanistas. Cientes do poder do chamado pink money, as marcas concorrentes trataram de se mostrar diferente da Barilla: 

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Brasil cala-se e ratifica atitudes discriminatórias em jogos na Rússia http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/09/30/brasil-cala-se-e-ratifica-atitudes-discriminatorias-em-jogos-na-russia/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/09/30/brasil-cala-se-e-ratifica-atitudes-discriminatorias-em-jogos-na-russia/#comments Mon, 30 Sep 2013 16:30:46 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1415 O governo brasileiro se calou e ratificou junto com a Rússia o veto a uma referência aos LGBTs que ativistas dos direitos humanos queriam colocar como uma das cláusulas nos Jogos Olímpicos feita pela ONU.  Os russos irão sediar as competições de inverno, em fevereiro de 2014, em Sochi, e os jogos já são alvos de polêmicas.

Para quem não sabe, a Rússia tem uma lei que criminaliza quem promove a homossexualidade, isto é, falar a palavra gay é crime lá e gangues de mafiosos e neonazis têm literalmente caçado e torturado homossexuais com a conivência da polícia e do governo Putin. A situação tem criado muita revolta e protestos no mundo civilizado. Muitos atletas  (gays e héteros) ameaçam com boicote esta Olimpíadas e existe uma movimentação forte dos grupos dos direitos humanos para proteger atletas LGBTs naquele país durante os jogos. O COI e até a Fifa estão pressionando o presidente Vladimir Putin para que a lei anti-gay, como ficou conhecida mundialmente,  seja derrubada.

Esta é uma das formas de cercear esta clara violação dos direitos humanos: a chamada pressão internacional. E ela tentou marcar presença no texto que foi aprovado na última quinta-feira,  26. Esperava-se (países europeus e ONGs LGBTs) que o Brasil, co-autor do texto, pressionasse para que fosse incluído um parágrafo contra a discriminação pela orientação sexual. Mesmo pressionado, o país calou-se. Quem acabou levantando a questão foi a Noruega, mas sem a força necessária de contestação como seria se o aval tivesse partido de nosso país. No fim do debate, acordou-se que uma referência a “todas as formas de discriminação” (que foi incluída no texto) abarcaria os gays.

É verdade que, em alguns poucos e esparsos discursos, o governo de Dilma Rousseff já disse ser contra o preconceito contra orientação sexual.  Sabemos que na prática, ela tem vetado sistematicamente políticas afirmativas para os LGBTs.  Do projeto Escola Sem Homofobia à propaganda de prevenção contra o HIV-Aids com casais do mesmo sexo, ela é implacável em negar cidadania justa para gays, lésbicas, transexuais e bissexuais. Calar-se diante da situação russa, foi mais uma forma de concordar com políticas discriminatórias que – tanto Rússia, em um grau elevadíssimo como o Executivo e o Legislativo brasileiro em outro patamar – já vem praticando faz anos.

Se a covardia e o despreparo do governo Dilma para as questões dos direitos humanos nos desanima (entidades dos direitos de negros, índios, mulheres continuam insatisfeitos com suas negligências e omissões),  existe um movimento de indivíduos (gays e héteros) que questionam o que está acontecendo na Rússia e – pela forma virtual – tentam mostrar sua indignação mandando mensagens ao presidente do comitê olímpico, Thomas Bach.

De qualquer forma, é lamentável o que acontece na Rússia. Um texto superficial aprovado um dia depois que um dos maiores opositores da política anti-gay russa, Alexey Davydov, morreu. O ativista faleceu na quarta-feira, 25, uma grande perda, mas pelo menos foi poupado de tanta obscuridade. Há algo de podre do reino dos czares e o cheiro chegou no nosso país.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebe a presidente Dilma Rousseff durante encontro no Kremlin, em Moscou em 14.dez.2012 – Roberto Stuckert Filho/Presidência da República
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O papa Francisco e os LGBTs http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/09/21/o-papa-francisco-e-os-lgbts/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/09/21/o-papa-francisco-e-os-lgbts/#comments Sat, 21 Sep 2013 15:00:57 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1409 A primeira mensagem do papa Francisco aos LGBTs foi dada na coletiva para jornalistas que fez no avião de volta para o Vaticano, depois de sua visita ao Brasil neste ano.  E a segunda foi para o padre Antonio Spadaro, diretor da “La Civiltà Cattolica”, em um longo artigo em que ele reforça sua primeira declaração e desenvolve um pouco mais a ideia.

“Durante o voo em que regressava do Rio de Janeiro, disse que se uma pessoa homossexual tem boa vontade e busca a Deus, não sou eu quem vai julgá-la. Ao dizer isto, disse o que diz o catecismo. A religião tem o direito de expressar suas próprias opiniões a serviço das pessoas, mas Deus na criação nos fez livres: não é possível uma ingerência espiritual na vida pessoal. Uma vez uma pessoa, para me provocar, perguntou-me se eu aprovava a homossexualidade. Eu então lhe respondi com outra pergunta: ‘Diga-me, Deus, quando olha para uma pessoa homossexual, aprova sua existência com afeto ou a rechaça e a condena?’ É preciso sempre levar em conta a pessoa. E aqui entramos no mistério do ser humano. Nesta vida Deus acompanha as pessoas e é nosso dever acompanhá-las a partir de sua condição. É preciso acompanhar com misericórdia. Quando isso ocorre, o Espírito Santo inspira ao sacerdote a palavra oportuna”, diz o papa para a revista jesuíta.

O papa Francisco (Lalo de Almeida/Folhapress)

Estas duas mensagens do papa aos LGBTs significam uma mudança de postura da Igreja Católica em relação aos gays? A resposta é sim e não.

Se pensarmos nos discursos do seu antecessor, o papa Bento 16, que dizia, por exemplo, que o casamento homossexual “ameaça o futuro da humanidade”, podemos enxergar um discurso mais generoso e mais positivo em relação aos gays.

Existe uma sensível mudança ideológica no novo pontífice, por um lado, já não é mais a igreja que está no comando de tudo e todos, mas a igreja que quer arrebanhar, conquistar – pois tem perdido fiéis nas últimas décadas. E, neste sentido, o discurso de autoridade que condena, exclui, não cabe nesta nova igreja que deseja ser mais inclusiva.

Também no sentido filosófico, existe uma retomada explícita da questão do livre arbítrio. O papa diz claramente: “Deus na criação nos fez livres”. E vai mais longe, a coloca em um terreno esquecido ultimamente pelo cristianismo mas que está no seu cerne, a individualidade. “Não é possível uma ingerência espiritual na vida pessoal”. E não podemos esquecer como a individualidade e fundamental tanto para as questões de orientação sexual e de identidade de gênero.

O papa retoma valores fundamentais da cristandade e as coloca em primeiro plano, como o amor ao próximo, e o “atire a primeira pedra quem estiver livre de pecado” que é o avesso do discurso condenatório feito pela Igreja Católica como também em muitas outras religiões cristãs.

E melhor, critica a obsessão do catolicismo  – podemos entender por extensão o de outras religiões cristãs – de condenar certas posturas o tempo todo, todos ligadas à questão da individualidade. “Não podemos continuar insistindo só em questões referentes ao aborto, ao casamento homossexual ou ao uso de anticoncepcionais. É impossível”.

De certa forma, ele prega uma igreja mais tolerante, mas suas ideias não mudaram. Na mesma frase, ele diz: “a religião tem o direito de expressar suas próprias opiniões a serviço das pessoas”. Isto é, a igreja continua não concordando com a homossexualidade, com o aborto e os anticoncepcionais (apesar dele agora coloca-las como coisas secundárias pois existem outras questões mais importante como a pobreza, por exemplo). Quer dizer, suas opiniões continuam as mesmas.

De fundo, não existe mudança substancial, mas sim, se antes era a fogueira para os LGBTs, agora é possível ser um colega, um conhecido que apenas não concorda com nossas posturas, ficou mais leve.

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Daniela Mercury, Joelma e Majú Giorgi http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/04/03/daniela-mercury-joelma-e-maju-giorgi/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/04/03/daniela-mercury-joelma-e-maju-giorgi/#comments Thu, 04 Apr 2013 02:45:16 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1209 Ao assumir seu amor pela jornalista Malu Verçosa em uma comovente imagem no Instagram, nesta quarta-feira, 3, e depois soltar uma nota oficial, a cantora Daniela Mercury parece ter mirado o seu recado para certos personagens da novíssima cena da boa e velha intolerância brasileira. “Eu comuniquei meu casamento com Malu para tratar com a mesma naturalidade que tratei outras relações. É uma postura afirmativa da minha liberdade e uma forma de mostrar minha visão de mundo. Numa época em que temos um Feliciano desrespeitando os direitos humanos, grito o meu amor aos sete ventos. Quem sabe haja ainda alguma lucidez no Congresso brasileiro!”, escreveu.

Daniela Mercury assume namoro com Malu Viçosa (Reprodução/Instagram)

Feliciano e seus asseclas é um nome óbvio que esta mensagem é endereçada, mas outra personalidade é Joelma que, segundo a revista Época de domingo, 31, disse que tem “muitos fãs gays, mas a Bíblia diz que o casamento gay não é correto e sou contra”.

“Malu agora é minha esposa”, responde Mercury ao fundamentalismo da cantora do Calypso contrária ao namoro de pessoas do mesmo sexo. Isto é, o amor contra a intolerância.

Joelma rasteja na ignorância de leituras obtusas de um livro considerado sagrado para alguns religiosos, mas não para todos. Para outros religiosos o livro sagrado pode ser o Alcorão, o Torá, o Bagavadguitá ou o Mahabharata. Isto é, não existe uma verdade única, como não existe uma religião apenas e muitas professam coisas às vezes contraditórias entre elas. Então Joelma, se você é contra o casamento gay seja contra ele para você e mais ninguém, isto é, se você for lésbica, não se case, e só. Não imponha a sua verdade como se ela fosse única, isto chama-se autoritarismo.

Então na verdade, a resposta de Mercury para Joelma foi a resposta do amor contra o  autoritarismo.

Outra pérola de Joelma foi sua afirmação que se ela tivesse um filho “lutaria até a morte para fazer sua conversão. Já vi muitos se regenerarem. Conheço muitas mães que sofrem por terem filhos gays. É como um drogado tentando se recuperar”.

É um direito de Joelma fazer o que bem entender com o seu filho e educa-lo como bem entender, não podemos e nem devemos palpitar. Mas ao afirmar que mães sofrem por terem filhos gays, ela esquece de entender que a razão deste sofrimento são exatamente afirmações como as dela, que fazem muitas mães ficarem preocupadas com o preconceito que seus filhos irão enfrentar.

Majú Giorgi, membro da associação Mães pela Igualdade – que ajuda mães e pais a aceitarem seus filhos LGBTs como eles são -, dá a resposta certeira para a cantora paraense.

“Diz um ditado popular que quem fala o que quer, ouve o que não quer. E eu diria para Joelma usar a boa educação e o respeito como freio para suas falácias. A liberdade de expressão é ótima quando usada no limite do bom senso, com embasamento maior que a sua opinião pessoal ou os dogmas da sua religião. Homossexuais não podem ser resumidos como mera sexualidade que foge ao padrão. São seres humanos inteiros e com sentimentos. O que você sentiria Joelma, se o mundo quisesse mudar a sua sexualidade? Se a religião de um terceiro que não é a sua, quisesse te privar do direito de ser? Se pessoas que não conhecem sua realidade se achassem no direito de cercear a sua liberdade? E se pessoas públicas fossem a mídia fazer eco e te condenar? Na verdade, você é digna de pena, não de raiva. É mais uma vítima do fundamentalismo irresponsável e desrespeitoso que tomou conta do país. Eu sou sim mãe de uma pessoa inteira que dentre as muitas características é gay. Uma pessoa linda, carinhosa, amiga, respeitosa, centrada, honesta, bom caráter, bom filho, bom irmão, que esta começando a vida e que tem todo direito de ser feliz. Eu NÃO quero mudar meu filho, tenho muito orgulho dele e conheço uma multidão de pais e mães que pensam como eu. Vergonha alheia eu tenho de preconceituosos irresponsáveis, que saem ditando suas regras impregnadas de egoísmo esquecendo a essência: AMOR AO PRÓXIMO”, diz Majú em depoimento para o Blogay.

Na verdade, Majú lembrou para Joelma o essencial. A cantora esqueceu do amor ao próximo no seu sentido mais profundo e base de todo o cristianismo que Joelma diz seguir.  A resposta de Majú para Joelma foi a resposta do conhecimento contra a ignorância.

O cavalo está manco!

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Cabras, bandidos e drogados http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/31/cabras-bandidos-e-drogados/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/31/cabras-bandidos-e-drogados/#comments Mon, 01 Apr 2013 00:30:17 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1203 Um jornalista de uma grande revista de circulação nacional comparou os homossexuais a cabras. Um pastor evangélico em entrevista na TV, por sua vez, ligou os gays aos bandidos. Uma cantora resolveu então fazer sua parte e correlacionou LGBTs a drogados.

De certa forma, mais do que dizer aos gays, estas comparações dizem muito sobre o pensamento destas pessoas. Para elas, os homossexuais ou não apresentam a condição de serem considerados humanos (são animais) ou se demonstram pertencimento à raça humana são como seres à margem da sociedade (os marginalizados).

Dizer que isto não é preconceito ou mais precisamente homofobia é agir de má fé ou ignorância.  Assim como é racismo os negros serem apontados como descendentes amaldiçoados de Noé como escreveu o atual presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara. E a desculpa que está escrito na Bíblia não retira a ação racista, pois trata-se de uma leitura possível entre tantas outras do livro sagrado das religiões judaico-cristãs. Até porque, se fosse a verdadeira, não teríamos tantas subdivisões dentro do próprio cristianismo.

Mas voltando ao assunto central, ao colocarem estas três comparações, estão também derrotando no discurso as suas próprias teses sobre ditatura gay, radicalidades dos LGBTs, ou o termo medonho “gayzismo”. Como pode-se estar no comando das coisas se ainda os homossexuais não são nem considerados seres  humanos ou quando o são, são aqueles que estão sem direitos e à margem. Oras, sabe-se muito claramente que cabras, bandidos e drogados não estão no mais alto poder de uma sociedade nem do Estado.

Por fim,  com estas comparações, eles acabam legitimando a luta pelos direitos gays, pois o que se quer não é nada mais nada menos que os LGBTs sejam reconhecidos – pelo Estado, em primeiro lugar – como pessoa humana em sua plenitude de direitos.

Joelma compara os homossexuais a drogados (Zanone Fraissat – 5.abr.09/Folhapress)
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Manifestação contra Marco Feliciano (um relato pessoal) http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/manifestacao-contra-marco-feliciano-um-relato-pessoal/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/manifestacao-contra-marco-feliciano-um-relato-pessoal/#comments Sun, 10 Mar 2013 02:00:30 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1129 Nesta tarde de sábado, 9, nesta terra de Macunaíma, a preguiça deu espaço para a reação, para a tomada de posição, para a indignação e principalmente para a cidadania. Insatisfeitos com a nomeação do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) – acusado por ativistas de racismo e homofobia e investigado pelo STF por estelionato – para a presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias,  os brasileiros resolveram sair às ruas.

Manifestação contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) em São Paulo (Clara Averbuck)

Eu resolvi sair também. A primeira estranheza era a quase ausência de bandeiras de partidos políticos. É muito cedo para dizer se isto é positivo ou não, mas é novo! Muitos movimentos e manifestações que se dizem apartidários ou supra partidários e nascem nas redes sociais – como este – deixam claro no primeiro grito de guerra na rua as suas filiações partidárias. Ali afirmava-se acima dos partidos que eram os movimentos sociais e pessoas independentes que queriam mostrar sua indignação.

Uma surpresa boa: encontrei amigos que raramente os vejo neste tipo de evento. Eles estavam lá, firmes, gritando,  algo neles sinalizava que as negociações políticas tinham ido longe demais, eles não podiam mais ser indiferentes.

Da mesma forma, foi super orgânica a união, em determinado ponto da passeata, entre os que protestavam contra Feliciano com os que pediam a renúncia de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. Quem acompanhou pela internet, presenciou brigas homéricas entre os participantes de um e o de outro evento, mas quando tudo saiu da virtualidade e se tornou real, percebeu-se como de fundo as duas causas se assemelhavam.

Manifestação contra Marco Feliciano (PSC-SP) desce a rua da Consolação, em São Paulo (Shin Shikuma/UOL)

Assim como nunca ficou tão límpido que a luta pelos direitos gays (as faixas pedindo a aprovação do PLC 122 se fizeram bem presentes) é de fundo igual a dos negros, mulheres, cadeirantes. Uma cadeirante me emocionou muito ao fazer questão de fazer o percurso da passeata todo (da Paulista até a Roosevelt e voltando para a Paulista) em calçadas e ruas em péssimo estado. Ela estava dizendo a  todos  que assim estava se irmanando com as causas como todos ali.

No caldeirão das diferenças: uns contra o Renan, outros contra Feliciano, outros denunciando racismo, outros homofobia, misoginias, percebemos ali  de forma muito clara que estávamos todos falando das mesmas coisas: isonomia e cidadania.

Manifestantes se beijam explicitando que tanto a causa LGBT como a negra são de mesmo fundo (Adriano Vizoni/Folhapress)
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O (pequeno) avanço do voto para os LGBTs e contra a homofobia http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/10/10/o-pequeno-avanco-do-voto-para-os-lgbts-e-contra-a-homofobia/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/10/10/o-pequeno-avanco-do-voto-para-os-lgbts-e-contra-a-homofobia/#comments Thu, 11 Oct 2012 02:30:39 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=917 Qual foi o resultado dos LGBTs nas urnas destas eleições de 2012? Dez candidatos, sendo quatro gays, quatro transgêneros e duas lésbicas, se elegeram em todo o Brasil para o legislativo de seus municípios.

Olhando assim, percebemos uma catástrofe dentro do que poderia ser chamado de um voto pró-gays. Mas se comparada às eleições de 2008, foi um avanço, quando apenas seis candidatos a vereador foram eleitos.

“Gay não vota em gay”, disse o candidato derrotado  e militante LGBT Toninho Lopes, do PSB de Vitória, para o jornal “A Gazeta”. Esta pode ser uma verdade patente. Mas por que a recusa deste tipo de voto? Seria uma homofobia introjetada que não acredita no potencial político dos homossexuais? Ou uma vontade de sair do gueto e pertencer ao mundo?  Uma desconfiança ou um desprezo?

Não podemos mesurar o que acontece com o chamado voto dos gays para gays e/ou contra a homofobia. Mas podemos perceber claramente que diferente de outros segmentos sociais, os LGBTs não votam em bloco e prezam por demais a sua própria individualidade, a sua vontade própria, nada de ser comandado seja por algum líder religioso ou de partido. Talvez esta seja uma possível chave para se pensar para as próximas campanhas.

Mesmo com uma performance melhor que 2008, mas não deixando de ser medíocre, dentro do voto gay temos o excepcional caso de Tiago Silva que foi o vereador mais votado de Florianópolis. Ele venceu diversos preconceitos pois é gay, negro e morou em favela.

Tiago Silva, vereador eleito em Florianópolis (Divulgação)

Se por um lado temos esta vitória interessantíssima na capital de Santa Catarina, aconteceu uma amarga derrota em São Paulo – a cidade da Parada Gay por excelência. Lá, dos seis candidatos LGBTs do PSOL (o maior número de concorrentes em um partido), nenhum se elegeu.

Um adendo importante: não é porque o candidato é gay, trans ou lésbica que ele automaticamente é contra a homofobia. Muitas vezes, ele acaba contribuindo mais para o preconceito que outra coisa, caso clássico do costureiro Clodovil Hernandez.

Dos 65 candidatos (não necessariamente gays) que assinaram o termo de compromisso da campanha “Voto Contra a Homofobia, Defendo a Cidadania”, da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, 13 foram eleitos. É um avanço, pequeno.

A lista dos candidatos LGBTs eleitos, em cima de dados da ABGLT:

Carla Ziper (PDT), Presidente Venceslau, São Paulo – transgênero

Dra. Fabíola Mansur (PSB), Salvador, Bahia – lésbica

Everlei Martins (PSB), Cruz Alta, Rio Grande do Sul – gay

Jucinério Félix (PTB), Cajazeiras, Paraíba – gay

Madalena (PSDB), Piracicaba, São Paulo – transgênero

Markinho da Diversidade (PMDB), Bauru. São Paulo – gay

Moa (PR), Nova Venécia, Espírito Santo – transgênero

Shirley Costa (PP),  Pilar, Paraíba – transgênero

Tiago Silva (PDT), Florianópolis, Santa Catarina – gay

Verônica Lima (PT ), Niterói, Rio de Janeiro – lésbica

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