Blogayhomossexualidade – Blogay http://blogay.blogfolha.uol.com.br A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo Wed, 18 Nov 2015 02:07:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Museu abre exposição sobre LGBTs e futebol http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/06/11/museu-abre-exposicao-sobre-lgbts-e-futebol/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/06/11/museu-abre-exposicao-sobre-lgbts-e-futebol/#comments Wed, 11 Jun 2014 23:00:50 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1722 Durante anos, drags se reúnem para jogar uma pelada nas ruas da Barra Funda, os moradores se apinham para ver o jogo, a risada corre solta, afinal, nada mais divertido e democrático que o futebol praticado por elas. Ali está a tolerância, o respeito e, mais ainda, o sentido lúdico e mágico que nunca deve ser esquecido no futebol, o esporte enquanto jogo (play).

Jogador heterossexual dá selinho em amigo, publica em seu Instagram e pergunta se a homofobia anda em alta. A resposta vem nervosa, intolerante, radical. O autor do post é obrigado a pedir desculpas para uma torcida organizada mostrando, de forma rude, o quanto ainda precisamos evoluir em termos de respeito. O futebol esquece o seu campo lúdico e entra no do pesadelo de uma sociedade fechada em estigmas rígidos.

Em tempos de Copa no Brasil, o Museu da Diversidade Sexual, em São Palo, abre, nesta quarta-feira , 11, a exposição “Diversidade Futebol Clube: no nosso time joga todo mundo”, com fotos de Roberto Setton sobre a partida de futebol das drags que acontece nas ruas da Barra Funda em frente da boate gay Blue Space. A curadoria de Diógenes Moura, 57, mostra 34 imagens que captam a interatividade entre os moradores do bairro e as drags em um movimento diametralmente oposto do jogador que deu o selinho no amigo e a torcida organizada.

Assim como existe a integração do Museu da Diversidade com o Museu do Futebol, que segundo Diógenes disse ao Blogay por telefone, “colaborou com a trilha da exposição que serão os barulhos das torcidas”.

No texto sobre as fotos captadas por Setton de 2008 a 2012. Diógenes escreve: “Ali, entre a fantasia pública e privada, times e torcida fizeram a festa. Cada imagem apresenta  uma espécie de libertação. Não se trata de uma caricatura. É um desafio. Há quem jogue com um bolo de aniversário na cabeça, de saltos altos ou com a inscrição que dá continuidade àquela noite em que Ronaldo, o Fenômeno, foi parar em um motel com travestis e depois apareceu na tv dizendo que estava ‘muito triste, até chorei’. Na camiseta de uma das jogadoras está escrito: ‘Ronaldo, me pega’. Nada mais sutil”.

O grande gol da exposição é este, mostrar sutilezas e cores variadas  em um mundo que insiste ser em preto e branco.

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Museu prepara exposição sobre homossexualidade no futebol durante a Copa http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/11/05/museu-pretende-realizar-exposicao-sobre-homossexualidade-no-futebol-durante-a-copa/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/11/05/museu-pretende-realizar-exposicao-sobre-homossexualidade-no-futebol-durante-a-copa/#comments Tue, 05 Nov 2013 18:30:32 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1484 Aconteceu na terça-feira, 5, no auditório do Museu do Futebol, o debate “Tabu – A Homossexualidade no Futebol” e ele foi o primeiro passo para a construção de uma exposição sobre o tema que acontecerá durante a Copa do Mundo de 2014, no próprio museu.

O debate é mais que pertinente, já que recentemente aconteceram reações acaloradas de uma organizada quando o jornalista Felipeh Campos, torcedor do Corinthians, idealizou Gaivotas Fiéis, a torcida organizada gay do time alvinegro. Ele disse estar sofrendo ameaças. E, o mesmo aconteceu, uma onda de intolerância contra Emerson Sheik e o selinho que deu em seu amigo. O atacante teve que se desculpar pelo ato.

Ao mesmo tempo, surge na internet páginas que apoiam a diversidade do futebol como, por exemplo, a Galo Queer, ligada ao Atlético Mineiro, e a Grêmio Queer. No caso de Sheik, se as organizadas corintianas se mostraram intolerantes, na web, torcedores criaram o movimento “Dê Um Selinho Contra a Homofobia e Machismo”. Sem falar da reação de  torcedores do Palestra contra alguns palmeirenses que estenderam uma faixa na sede do clube com os dizeres: “a homofobia é verde”, quando se cogitava a contratação do jogador Richarlyson.

Blogay conversou com Franco Reinaudo, diretor do Museu da Diversidade,  sobre o debate, os convidados e a homofobia no meio futebolístico.

Blogay – Como surgiu a parceria entre os museus da Diversidade e do Futebol para este tema? E o contato com o Memorial da Resistência?

Franco Reinaudo – A parceria de procurar nossos congêneres nasceu logo depois da ideia de fazer uma exposição sobre a homossexualidade no futebol durante a Copa de 2014. Quando procuramos o Museu do Futebol percebemos como era escasso o material sobre o assunto e a Clara Azevedo, diretora de conteúdo do Museu, sugeriu um debate para que pudéssemos coletar conteúdo para a realização da exposição no próximo ano, importante dizer que também temos o apoio do LUDENS, núcleo de pesquisa da USP, que vai nos ajudar com as pesquisas e pretendemos publicar um livro sobre o assunto.

E a lista de convidados, como vocês chegaram a ela com Juca Kfouri, Washington Olivetto e Paulo André por exemplo?

A escolha não foi tão fácil, esses são profissionais corajosos, foram muitas negativas. O Cesar Giobbi, jornalista e presidente da Diversa foi fundamental na organização e no convencimento dessa mesa de peso. Queríamos um debate amplo com atletas, jornalistas e o Olivetto para dar uma visão de mercado, porque a homossexualidade ainda é esse tabu.

Por que vocês acham que este tema possa ser interessante de se debater atualmente?

A ideia da exposição já estava na cabeça, mas, com os acontecimentos pós-selinho do Sheik (jogador do Corinthias), achamos que estava no momento certo para mobilizar os profissionais e o público para fazer a discussão.

Por que você acredita que ainda exista um tabu tão grande no futebol com a homossexualidade?

Em todos os esportes, uns mais outros menos, começa a existir uma abertura para as questões de diversidade sexual, vários atletas têm “saído do armário” e no futebol parece que existe um retrocesso.  Eu não sei dizer, pode ser por causa das torcidas organizadas, do machismo da sociedade, enfim… Por isso, o debate no Museu do Futebol é tão importante.

Por que tanto medo? (Felix Lima/Folhapress)
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Documentário retrata Cassandra Rios, escritora lésbica perseguida pela ditadura http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/08/04/documentario-retrata-cassandra-rios-escritora-lesbica-perseguida-pela-ditadura-militar/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/08/04/documentario-retrata-cassandra-rios-escritora-lesbica-perseguida-pela-ditadura-militar/#comments Sun, 04 Aug 2013 16:00:17 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1346 Tão violenta quanto a prisão e a tortura, é o processo de eliminação da voz considerada opositora. O preso político tem seu grito não silenciado quando se espalha a notícia de sua prisão, mas quando a eliminação é sutil, feita através de censuras e de mecanismos invisíveis de enclausuramento, o efeito é muito mais eficaz. E foi isto que aconteceu com Cassandra Rios, escritora brasileira considerada ofensiva para a moralista ditadura militar brasileira.

Lésbica assumida, escritora de livros taxados como pornográficos, autora de best-sellers, a maneira mais fácil de silenciá-la encontrada pelos militares foi censurando e proibindo a circulação de seus escritos. A ponto de ainda hoje ser difícil achar seus livros. Blogay fez uma pesquisa online em sites de grandes livrarias e apenas quatro de seus mais de 35 títulos estão à venda.

Cassandra Rios (Divulgação)

Para preencher esta lacuna, Hanna Korich resolveu fazer o documentário “Cassandra Rios: a Safo de Perdizes”. Com o apoio do Programa de Ação Cultural 2012, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, o filme tenta reposicionar Cassandra Rios no cenário literário, político e social como uma verdadeira desbravadora que foi e as consequências que estas posturas tiveram em sua vida.

Leia abaixo a entrevista feito pelo Blogay com Hanna Korich e o teaser inédito do filme.

Blogay – O que te atraiu no tema Cassandra Rios?

Hanna Korich – Eu sou uma lésbica cinquentona e gosto muito de livros. Descobri Cassandra Rios tardiamente, infelizmente. Passei a ler seus livros, que só consegui comprar em sebos, e me tornei sua fã. Fiquei escandalizada com o desconhecimento por parte da “moçada” sobre a Cassandra, principalmente das lésbicas com menos de 40 anos. Cassandra chegou a vender mais de um milhão de livros nos anos 60 e 70, mais do que Jorge Amado, que a considerava grande romancista e que foi ignorada por puro preconceito! Ela foi a primeira escritora brasileira a mostrar a mulher como ser sexual, com desejos próprios e libido, e foi pioneira em retratar as lésbicas nas letras brasileiras (publicou seu primeiro livro aos 16 anos de idade, em 1948!). Daí que resolvi abordar o tema Cassandra como um verdadeiro tributo à autora pela sua importância na literatura lésbica, seu pioneirismo, ousadia e, principalmente, para que as novas gerações saibam quem ela realmente foi.

Você chegou a conhecê-la? Como as pessoas que a conheciam descrevem Cassandra?

Infelizmente não a conheci, apesar de ter sido vizinha da Cassandra por 11 anos. Descobri durante a pesquisa para o documentário que Cassandra morava na mesma rua que eu morei na Vila Buarque, centro de São Paulo (eu morava no número 254 e Cassandra no 284), mas não me lembro de ter cruzado com ela. Todas as pessoas que a conheceram declararam que Cassandra era gentil, extremamente educada e discreta, inteligente, ousada, culta, lutadora, bem humorada, namoradeira e sempre dizia que a vida dela se resumia a escrever. Aliás, ela adorava escrever, publicar seus livros e saber que eram lidos por um grande número de pessoas, homossexuais ou não.

Por que a decisão de fazer um filme (e não um livro, por exemplo) sobre a escritora? Qual a linguagem que você usa no filme para descrever Cassandra (depoimentos, imagens de arquivos…)?

Decidi pelo DVD porque, infelizmente, depois de 5 anos trabalhando com Laura Bacellar na Editora Brejeira Malagueta, a única editora lésbica da América Latina, criada em 2008, cheguei à conclusão de que apesar de termos no Brasil 9 milhões de lésbicas, elas compram poucos livros, não se sabe a razão exatamente. Concluí que através de imagens seria mais fácil atingir o meu objetivo de tornar Cassandra Rios conhecida pelas novas gerações, afinal, estamos na era das imagens, certo? Com relação à linguagem, o documentário/tributo tem depoimentos, fotos de arquivos cedidos pela família da autora, imagens de objetos pessoais, capas de seus livros e outras imagens relacionadas ao tema LGBT, além de uma trilha sonora belíssima feita por Laura Finocchiaro.

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Quais as inovações da literatura de Cassandra Rios? E quais as inovações de sua literatura como ação afirmativa para as lésbicas e para as feministas?

Olha, Cassandra foi considerada por muitos leitores mais velhos uma referência quando se trata de informações sobre sexualidade. Suas histórias, mesmo nas décadas passadas (40, 50, 60 e 70), quando poucos autores escreviam explicitamente sobre sexo, já aparecia o tema. Foi a primeira autora a retratar as lésbicas nas letras brasileiras, o submundo homossexual em São Paulo e os dramas vividos por quem pertencia às minorias. Foi a primeira também a falar sobre homossexualidade feminina de forma declarada e mostrar a mulher como ser sexual, que sentia tesão, quebrando de maneira espetacular com a tradição vigente, até então de personagens femininas movidas apenas por amor. A ação afirmativa maior de Cassandra, sem dúvida, foi a visibilidade lésbica na vida brasileira, isso desde 1948, com a publicação do seu primeiro livro, que fala e descreve explicitamente o sexo entre mulheres e a relação amorosa entre as mesmas.

Ela sofreu preconceito dos intelectuais por fazer literatura erótica?

Sim, sofreu muito preconceito, e os intelectuais consideravam sua literatura pornográfica. Vários intelectuais classificavam seus livros como “baixa literatura”, mas a verdade é que ela foi recordista de vendas na sua época e sempre afirmou que jamais foi pornográfica e, sim, conservadora, e que sua intenção era ver seus livros nas mãos do leitor, queria ser lida – e foi!

Como a ditadura tratou seu livros?

Cassandra foi considerada a escritora mais censurada no Brasil! Inclusive, em vários de seus livros, vinha a frase “a escritora mais proibida do Brasil”. Na época da ditadura, teve mais de 30 livros censurados e apreendidos. Sofreu muito, foi extremamente perseguida e proibida de publicar. Perdeu muito dinheiro e bens por conta dessas perseguições e nunca mais conseguiu se recuperar. Ficou extremamente abalada e ressentida, pois sobrevivia de direitos autorias, da sua escrita.

Você acredita que a homossexualidade assumida dela foi o principal fator de seu planejado esquecido pela ditadura ou foi o conteúdo libertário erótico?

Veja bem, a ditadura perseguiu Cassandra por ela ser lésbica, mulher e por vender muitos livros! A ditadura era machista e burra e não se conformava com uma mulher escrevendo explicitamente cenas de sexo entre mulheres, e com tiragens imensas de livros. Cassandra era explícita, sempre foi, não escondia nada, seja em cenas de sexo hétero, como principalmente homossexuais femininas. Cassandra, em várias ocasiões, declarou que não era subversiva e sim “apolítica”. A verdade é que ela abordava abertamente temas tabus numa época em que a sociedade brasileira era extremamente homofóbica, conservadora e machista, mais do que agora.

Durante a pesquisa para o filme teve algo que te surpreendeu?

Várias coisas me surpreenderam durante a minha pesquisa: descobrir que tinha sido vizinha da Cassandra por tanto tempo e nunca ter cruzado com ela morando num prédio vizinho. Também o grande número de estudos sobre a autora, teses de mestrado, doutorado etc., e algumas recusas para depoimentos durante o documentário, a grande maioria de namoradas da Cassandra (risos)! Ela levava um jeito de tímida, mas aparentemente era terrível! E também os diversos elogios sobre a autora, por parte da maioria dos entrevistados. Cassandra era realmente uma pessoa muito querida e respeitada!

O que Cassandra Rios ainda tem a dizer para as novas gerações? 

Cassandra tem muito a dizer para as novas gerações. Vou tomar a liberdade de transcrever a sua própria fala na última entrevista que concedeu para a revista Trip, em junho de 2001, um ano antes do seu falecimento. O jornalista perguntou o que a autora achava do modo como a homossexualidade era tratada, e então ela respondeu: “Há forças de ação e de retração. Alguns homossexuais estão saindo do subsolo em que viviam, se manifestando. A maioria ainda se esconde. Escrevi uns 30 livros sobre homossexualidade. É o máximo uma mulher ter coragem de falar que ama uma mulher, ou um homem falar que ama um homem… com pureza. Os homossexuais sabem amar”. A contribuição de Cassandra para a literatura brasileira é inestimável, bem como e principalmente para a visibilidade lésbica. Sua coragem e ousadia devem  servir de exemplo para as novas gerações. Para o movimento LGBT, Cassandra abriu a porta e trouxe a consciência para um monte de gente sobre o assunto, isso é inestimável e deve ser reconhecido!

Se tivesse que recomendar um livro de Cassandra para as novas gerações, qual você indicaria como livro de iniciação para o universo da escritora?

Indicaria “Eu sou uma lésbica”, publicado em forma de folhetim na Revista Status, em 1980, que conta de maneira atraente a iniciação amorosa de uma menina com uma mulher mais velha e sua trajetória até a idade adulta em busca da sua identidade homossexual. O desfecho da história é surpreendente e seus três últimos parágrafos são impactantes.

Cassandra Rios (Divulgação)
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Saída de armário de Félix, em ‘Amor à Vida’, explica a complexidade do personagem http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/08/01/saida-de-armario-de-felix-em-amor-a-vida-explica-a-complexidade-do-personagem/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/08/01/saida-de-armario-de-felix-em-amor-a-vida-explica-a-complexidade-do-personagem/#comments Fri, 02 Aug 2013 02:50:21 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1337 Muitas emoções aconteceram na novela “Amor à Vida”, de Walcyr Carrasco, na noite de quinta-feira, 1, todas guiadas pela saída do armário – forçada, diga-se – de Félix (Mateus Solano). Em meio a um escândalo, a denúncia da esposa Edith (Bárbara Paz) que o seu marido é gay cai como uma bomba para toda a família. Não só na novela, mas nos lares brasileiros. Estamos no reino da ficção, mas não podemos esquecer o quanto esta dramaturgia construída por décadas pela Rede Globo orienta e influi a realidade, muito mais que seu telejornalismo, hoje desmoralizado e rendido perante às redes sociais e novas mídias. Mais do que a ficção retratando uma realidade, as cenas de “Amor à Vida” foram as da ficção ensinando uma realidade.

Félix (Mateus Solano) conversa com o pai César (Antonio Fagundes) sobre sua homossexualidade, em “Amor à Vida” (Divulgação/TV Globo)

Para além das excelentes interpretações de todos do núcleo – com destaque aos atores Solano e Paz – é importante atentar a maestria de como o dramaturgo conduziu este momento de virada (pelo menos para entendermos o personagem). Apesar da clara divisão entre os que apoiaram Félix a assumir a sua homossexualidade (avó, mãe e irmã)  e o que condena (pai),  e também do desenho que os mais tolerantes seriam do sexo feminino e o intolerante do sexo masculino (talvez representando o patriarcalismo?), Carrasco conseguiu que as cenas não naufragassem no maniqueísmo e na dualidade, dando coloridos a cada fala e ao modo de que cada personagem entendia a homossexualidade.

Com o apoio das mulheres da família, Félix nos mostra que quem primeiro o rejeita é ele mesmo. Paloma (Paolla Oliveira) diz: “Primeiro, você precisa se aceitar”. E a cada gesto de aprovação, o vilão da novela se mostra surpreso que alguns familiares a sua volta o aceitam como ele é.

Desenha-se com clareza o personagem Félix, o garoto que sofria bullying na escola e que só queria ser aceito ao adulto aparentemente frio, cheio de soberba e intolerante. De certa forma, apesar de não desculpar suas vilanias, as humaniza.

Fica claro também que não é aceito pelo pai que é a pessoa que ele mais desejaria que aprovasse seu jeito.  Toda esta luta entre ser e parece ser que o personagem carrega mostra sua complexidade e a espelha para alguns outros homossexuais (ainda no armário) que estão fora da telinha.

Solano parece ter noção de seu papel. Em entrevista ao site da novela logo depois de gravar estas cenas, o ator disse algo muito importante. “Ele carrega a luta dos homossexuais reprimidos, que não conseguem se aceitar”.

Quando escrevi sobre Félix logo que estreou a novela, afirmei: “Esta complexidade rica no texto e na interpretação (de Mateus Solano) ressalta para um grande público o quão cruel é viver falsas identidades sexuais e como o chamado enrustido pode desenvolver perversidades para além do humor negro exatamente por isto, por não poder ser em sua plenitude”.

Alguns leitores entenderam na época do texto sobre Félix que estava afirmando que o homossexual assumido não poderia ser uma má pessoa, apenas o enrustido. Leitura apressada, existem pessoas: algumas um pouco más, outras um pouco boas, algumas misturando de tudo isto, dependendo do ângulo de quem analisa. O problema é que o homossexual no armário nem pessoa se considera porque para ser sujeito em sua totalidade é preciso ser, incluindo ser sua orientação sexual. E a ficção desenhou direitinho para a realidade entender!

 

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O rosa: a cor das passarelas e dos protestos http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/10/05/o-rosa-a-cor-das-passarelas-e-dos-protestos/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/10/05/o-rosa-a-cor-das-passarelas-e-dos-protestos/#comments Fri, 05 Oct 2012 19:30:30 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=905 Foi-se o tempo que se um cara aparecesse com uma camisa rosa, algum engraçadinho diria: Onde você comprou tem pra homem? Identificada como uma cor feminina desde os anos 1930/40 e também associada aos gays, era ela também motivo de preconceito.

De cor de “mulherzinha” no sentido mais pejorativo, ela tem conquistado as passarelas masculinas e as ruas – cada vez mais homens usam camisa deste tom.  “Acho que o preconceito com o rosa entre os homens já era, sim. Mas apenas para os tons mais lavados, como o bebê. Apesar do pink estar em alta entre as mulheres – reflexo da onda esportiva que assola as coleções há duas temporadas – , dificilmente um homem brasileiro, hétero, assumirá o tom no seu guarda-roupa. Por todos os motivos que, antes, ‘proibiam’ qualquer outro tom da cor”, diz para o Blogay o editor de moda masculina da “Harper’s Bazaar Brasil”, Sylvain Justum.

O que Justum coloca como os motivos proibidos do rosa choque é o medo que muitos homens têm de perder sua masculinidade vestindo este tom. Como se uma cor garantisse a heterossexualidade de alguém.

Detalhe da coleção da Prada verão 2013 (Filippo Monteforte/France Presse)

Se os homens cada vez mais se liberam de medos infundados, as mulheres resolveram apostar naquilo que é pejorativo como uma força afirmativa e o rosa apareceu em coleções importantes da temporada internacional de moda. A Prada foi uma delas. A jornalista da Folha Vivian Whiteman disse ao blog: “O rosa está sendo usado como uma cor de massa. Referência às massas dos mercados orientais sim, mas também uma ideia de massa feminina, de rever em que circunstância o rosa é ‘de menina’”.

A ideia de o rosa como algo das massas reflete-se em evento que acontece nesta sexta, 5, em São Paulo. É um ato contra e não a favor, o que tira o caráter adocicado de uma imagem cristalizada sobre a cor. É uma manifestação contra o candidato à prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB)

O crítico de música, escritor e jornalista Alex Antunes, próximo aos organizadores do movimento explica: “São Paulo é uma cidade muito ligada numa percepção ying-yang, que é aquela excessivamente masculina: poder do poder, a lei da lei, a religião da religião, o ‘quem não reagiu está vivo’. Mas isso deixa o arquétipo complementar exaltado. São Paulo também é uma mulher brava, um gay contundente. o ‘rosa choque’ é rosa… e é choque. O rosa é uma cor importante nos sistemas simbólicos orientais, como o indiano, e que está quase excluído da nossa vida cotidiano, identificado como um ‘excesso de exuberância’. um yang do yin. isso é exatamente do que precisamos. Além de um detalhe mais materialista sobre o rosa choque: nenhum partido no país usa, nem teria a coragem de usar”.

Então, think pink – pense rosa e pise forte.

Cartaz do evento (Divulgação)
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Governo da Malásia faz lista para identificar se uma criança é homossexual http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/15/governo-da-malasia-faz-lista-para-identificar-se-uma-crianca-e-homossexual/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/15/governo-da-malasia-faz-lista-para-identificar-se-uma-crianca-e-homossexual/#comments Sun, 16 Sep 2012 02:45:28 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=833
Malásia (Reprodiução/Google Map)

As relações homossexuais são ilegais na Malásia (o sexo oral também é proibido entre casais héteros). A ilegalidade da homossexualidade se deve à permanência de um antigo código penal da época colonial criada pelos britânicos e a um forte segmento mais fundamentalista do islamismo presente atualmente na população malaia. Então, a “caça às bruxas” começa logo cedo, como prova uma série de seminários – organizados pelo governo – que estão sendo realizados recentemente por todo o país. “Familiares no Tratamento da Questão dos LGBTs”, presidida pelo vice-ministro da Educação, Mohd Puad Zarkashi, lista alguns itens para pais identificarem a homossexualidade nas crianças e também nos jovens e assim aplicar “medidas severas.”

Os sintomas de alguém que é gay:

– Ter um corpo musculoso e gostar de mostra-lo, vestindo camisetas com gola   em V e sem mangas;

– Preferir roupas apertadas e de cores claras;

– Sentir atração por homens;

– Gostar de usar bolsas grandes, semelhantes as utilizados pelas mulheres.

Os sintomas de alguém que é lésbica:

– Sentir atração por mulheres;

– Elas irão se distanciar de outras mulheres e só ficaram próximas de suas companheiras;

– Gostar de sair, fazer refeições e dormir na companhia de mulheres;

– Não ter afeição por homens.

Ao tomar conhecimento da lista, o chefe da juventude do partido Umno da Malásia tuítou a mensagem: “Eu visto roupas justas e camisetas com gola em V. E eu estou ok.”

É claro que, em um primeiro momento, é engraçado zombarmos de um povo distante que faz uma lista bizarra como esta, alertando que alguém é gay se sentir atração por homens – o óbvio ululante diria Nelson Rodrigues. Mas como alertou o colunista do jornal inglês “The Guardian”, Matthew Todd,  nesta sexta-feira, 14, será que não temos telhados de vidro (no caso de Todd, o Reino Unido e sua falta de uma política sobre a sexualidade das crianças, e no nosso, o atual governo brasileiro e sua política antipática e nada inclusiva com a população LGBT)?

No Brasil, o fato de a homossexualidade ter se tornado visível, falante, se expandido, mas ainda não ter conquistado a plenitude de seus direitos civis, e sua militância ter deixado de ser do domínio majoritário de um só partido – exatamente aquele que está no poder – e que ainda tenta através de uma parcela cada vez menor de militantes ligados a este partido encobrir os descalabros do atual governo com os homossexuais, bissexuais e transgêneros, faz com que qualquer zombaria da nossa parte pareça um ato leviano.

Enquanto não tiver um programa de apoio para que a criança LGBT não sofra e se torture por não entender porque prefere alguém do mesmo sexo – algo que logo cedo ela aprende pelo bullying que é algo “ruim” – ou não se sente confortável no gênero que nasceu, não podemos falar mal de nenhum país.  Como encerra Todd em seu artigo: “A verdade que se destaca sobre as crianças LGBTs em todo o mundo: Não é que você pode vê-las a uma milha de distância, mas que, para os pais, professores e toda a sociedade, seu sofrimento é invisível.”

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10 argumentos que gostaríamos que os cristãos entendessem sobre a homossexualidade http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/02/10-argumentos-que-gostariamos-que-os-cristaos-entendessem-sobre-a-homossexualidade/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/02/10-argumentos-que-gostariamos-que-os-cristaos-entendessem-sobre-a-homossexualidade/#comments Mon, 03 Sep 2012 01:00:11 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=786 Volta e meia, usam o nome de Jesus e a Bíblia aqui nos comentários do blog para mostrar o lado mais negro, perverso e intolerante da humanidade. Pessoas que falam em nome de Deus  (tamanha prepotência) para justificar atitudes e mentalidades satânicas. O discurso deles é uma repetição do que escutam nos cultos e missas de seus superiores. É uma espiritualidade triste que está muito longe das lições de amor do cristianismo, a crença que julgam seguir.

Talvez uma atitude para combater as sandices pregadas e destiladas aqui e em diversos lugares só um outro discurso religioso. O reverendo Jim Rigby é pastor da Igreja Presbiteriana de Santo André em Austin, Texas, e um ativista de longa data dos movimentos sociais e de uma maior justiça econômica. Ele defende os direitos dos negros, gays e de diversas minorias.

Abaixo ele escreveu dez argumentos que gostaria que os cristãos entendessem sobre a homossexualidade:

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Nelson Rodrigues em dois atos http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/23/nelson-rodrigues-em-dois-atos/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/23/nelson-rodrigues-em-dois-atos/#comments Fri, 24 Aug 2012 01:00:51 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=747
Nelson Rodrigues (1912- 1980) (Divulgação)

1º ato

“O ladrão boliviano, o ladrão boliviano”. Este grito último de Darlene Glória, a Geni, na versão cinematográfica de Arnaldo Jabor de “Toda Nudez Será Castigada” ecoou nos ouvidos de minha amiga Rosane Tierno e nos meus durante muito tempo. Tínhamos 16 anos e estávamos em uma sessão de cineclube, instituição cultural extinta da cidade que não teve a mesma sorte dos micos-leões dourados da Mata Atlântica. Saímos despidos de todos os nossos preconceitos.

Quem era aquela atriz loira, meio histérica e completamente magnânima? Que história era aquela? A narrativa de uma família de carolas que para tirarem o patriarca da fossa da morte de sua primeira esposa (que depois ele mesmo gritaria: “Minha mulher era uma chata!”) o mandam para o puteiro, lá se apaixona por uma prostituta. O filho super religioso enche a cara ao saber que seu pai se casará com uma “mulher da vida”, é preso, estuprado pelo ladrão boliviano, acaba tendo um caso com a madrasta, permite que seu pai case-se com ela e, por fim, ela descobre que o amante irá embora do país com o ladrão boliviano.

Geni, a prostituta dramática, tem uma obsessão: ela tem certeza que morrerá de câncer no seio, mas é ela que amamenta a hipocrisia da família retratada. O câncer é a família hipócrita e dissimulada.

Tanto ela como o ladrão boliviano são os elementos externos que revelam o quanto há de falsidade na ideia tradicional de família, por isto, párias da sociedade.

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2º ato

Encenação ruim de “O Beijo no Asfalto”. Tudo fora do tom, menos as frases maravilhosas do autor. “Em toda a minha vida, a única coisa que salva é o beijo no asfalto.”

A história começa com a morte de um acidentado que antes de falecer pede um beijo na boca para um desconhecido. Este o beija por compaixão e logo “ganha fama” de homossexual. Seu sogro, o mais homofóbico, parece odiar o genro e, no fim, o mata com um tiro.

Mas antes confessa: “Tenho ciúmes de você! Não de minha filha… Ciúmes de você! Tenho! Sempre! Desde o teu namoro, que eu não digo o teu nome. Jurei a mim mesmo que só diria teu nome a teu cadáver. Quero que você morra sabendo. O meu ódio é amor. Por que beijaste um homem na boca? Mas eu direi o teu nome. Direi teu nome a teu cadáver”. Ele era apaixonado pelo genro.

Mais uma hipocrisia posta na mesa da sociedade brasileira.

E quem é o responsável por isto? Nelson Rodrigues, conhecido como reacionário, inimigo dos jovens, da esquerda, da revolução. Porém, ele nos deu muito mais liberdade e senso crítico sobre o que é ser brasileiro e todas as relações falsas de nossa sociedade que qualquer outro revolucionário.

Nelson Rodrigues é o grande gênio da raça!

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A homossexualidade é o novo comunismo http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/05/20/a-homossexualidade-e-o-novo-comunismo/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/05/20/a-homossexualidade-e-o-novo-comunismo/#comments Sun, 20 May 2012 22:00:51 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=365 Para uma certa classe média brasileira, o novo inimigo público do país são os homossexuais.  Eles são os novos comunistas. E com o mesmo método de deturpação que foi usado pelos reacionários dos anos 60 para apoiar o golpe de 64 e implantar a ditadura militar, eles costumam espalhar falácias, medos aos mais desinformados. Se o comunista antes comia criancinha, o homossexual é hoje quem o faz. Se os comunistas  queriam invadir a sua casa conquistada com o suor de seu trabalho, os homossexuais querem invadir as escolas e transformar jovens em gays, estes jovens que foram educados com tanto suor por seus pais. Enfim, a boçalidade não mudou, só mudou para quem ela está sendo direcionada.

Eles são liderados pelos religiosos fundamentalistas e deram o exemplo que o alvo de seu ódio são os gays na Marcha para Jesus 2012, que aconteceu no sábado, 19.

O pastor Silas Malafaia disse: “Quero que os homossexuais sejam livres para fazer o que quiserem. Eles que querem amordaçar a gente”.  Na frente de faixas escritas: “Homossexualismo (sic) é pecado”.

Ele também condenou as igrejas inclusivas, aquelas que aceitam os gays. “Não considero essas igrejas evangélicas. É uma tentativa de dar legalidade a um comportamento que a bíblia condena”.  Este é o discurso básico dos fundamentalistas, que são chamados letristas, ou aqueles que seguem ao pé da letra. Sua correlação no islamismo são com os chamados xiitas. Não há espaço para metáforas ou parábolas em suas leituras religiosas.

Nestas aspas dadas à reportagem da Folha, o pastor mostra uma grande soberba e prepotência como se sua leitura da Bíblia fosse a única aceita. Se assim fosse, não teríamos tantas vertentes do cristianismo e muito menos tantas igrejas pentecostais, cada uma seguindo a orientação de seu líder.

No Twitter, o cartunista Carlos Latuff escreveu: “Voltei hoje da ‘Marcha pra Jesus’ com a seguinte impressão: Papai do céu é heterossexual. Tivemos hoje uma reedição da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Ao invés do comunismo, o inimigo agora é o homossexualismo. O Brasil, em algum momento, deverá escolher qual livro seguir. A Constituição ou a Bíblia”.

A descrição é certeira e o militante Guilherme Rigi da Silva observou: “’Marcha da Família com Deus pela Liberdade’ foi uma marcha religiosa na década de 60 que deu apoio ao Golpe Militar. As igrejas bradavam contra o perigo do comunismo. Hoje o inimigo é a homossexualidade”.

Pois bem: a homossexualidade é o novo comunismo!

Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em 19 de março de 1964, São Paulo (Folha Imagem)
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São Paulo fará caminhada contra homofobia no domingo http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/05/10/sao-paulo-fara-caminhada-contra-homofobia-no-domingo/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/05/10/sao-paulo-fara-caminhada-contra-homofobia-no-domingo/#comments Thu, 10 May 2012 19:45:53 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=322 Para comemorar o Dia Internacional contra a Homofobia, neste domingo, 13, a Coordenação Estadual de Políticas para a Diversidade Sexual  da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania e parcerias organizarão uma caminhada em São Paulo.

A concentração será na esquina da avenida Paulista com a rua Augusta, às 17h, e os manifestantes irão partir rumo ao Largo do Arouche, no centro da capital paulista.

A importância do dia contra a homofobia, comemorado  exatamente no dia 17 de maio, é pelo fato da Organização Mundial da Saúde (OMS) ter retirado a homossexualidade do catálogo de doenças.

A ideia que a homossexualidade era desvio e doença fez com que muitos gays fossem pesquisados como verdadeiras cobaias vivas em institutos médicos mundo afora. Sem falar nas experiências nazistas no campo de concentração em que partes do corpo eram retiradas ou abertas sem anestesia para averiguar se a falta ou a reação de tal órgão era o que gerava a homossexualidade.

O trauma entre os gays e militantes dos direitos humanos foi tão grande que até hoje existe uma implicância com o termo homossexualismo, considerado incorreto por carregar em seu passado recente o estigma de gays como doença.

Passeata contra homofobia realizada em fevereiro de 2011 em São Paulo (Robson Ventura/Folhapress)
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