BlogayBlogay http://blogay.blogfolha.uol.com.br A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo Wed, 18 Nov 2015 02:07:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Conferência internacional debate empoderamento às minorias http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/11/17/conferencia-internacional-debate-empoderamento-as-minorias/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/11/17/conferencia-internacional-debate-empoderamento-as-minorias/#respond Tue, 17 Nov 2015 12:00:05 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2200 Junto com o Mix Brasil, uma série de palestras e conferências, workshops e intervenções artísticas serão feitos pelo coletivo [SSEX BBOX]. Através do debate de ideias e da produção artística, eles pretendem questionar a heteronormatividade e os corpos em opressão, identificados com as minorias sexuais, sociais, étnicas. Priscilla Bertucci, 37, é CEO do grupo, e se coloca como “artista social brasileirx que se identifica como ‘gender queer’”. Ela explica melhor o projeto em entrevista por e-mail para o Folha e avisa que ainda há vagas em algumas as atividades, todas grátis, (veja a programação clicando aqui) que acontecem a partir desta terça-feira, 17, e termina no dia 22 de novembro, no Centro Cultural de São Paulo, em São Paulo.

Blogay – O que é a [SSEX BBBOX], como surgiu e qual a área de atuação do [SSEX BBBOX]?

Priscilla Bertucci – Nosso projeto surgiu como uma web série, com o objetivo de trazer informações para essa comunidade sexodiversa, no entanto, percebemos que ainda não era o suficiente, foi quando começamos a promover mesas de debate sobre o conteúdo do episódios em San Francisco, nos Estados Unidos, em 2011. Isso depois se estendeu para as outras cidades, evidente que pelo histórico de violência contra as minorias no Brasil, principalmente sobre as pessoas transgênero, São Paulo acabou tornando-se um foco para esse debate, já faz cinco anos que fazemos esse trabalho. Nossos objetivo principal é o questionamento continuado dos privilégios, de classe, gênero, étnicos e promover a inclusão radical tanto na sociedade, como nas empresas.

Como e por que resolveram montar a 1ª Conferência Internacional?

A 1ª Conferência Internacional [SSEX BBOX] & Mix Brasil acontecerá em parceria com o Festival Mix Brasil da Diversidade de São Paulo (17 a 22 de novembro de 2015) dentro da programação do 23º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade. A Conferência será composta por palestras e mesas de debates, workshops, exibição de filmes e performances artísticas, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo), e tem como objetivo, discutir questões de gênero, cultura queer, homofobia, transfobia, feminicídio, políticas públicas, entre muitos outros temas. Tudo isso de forma democrática, totalmente grátis para o público em geral. Entre os convidados estão Buck Angel, Carol Queen, Laerte Coutinho [cartunista da Folha], Jean Wyllys, Daniela Sea, Renata Peron, Symmy Larrat, Tatiana Lionço, João W. Nery , João Silvério Trevisan e muito mais.

Lançamos uma campanha de crowdfunding, e gostaríamos da SUA AJUDA para divulgar o evento e a campanha que vai continuar até depois do evento pois não conseguimos arrecadar a quantia desejada ainda. (clique aqui para conhecer o coletivo e doar )

12189664_1211376725542899_6456664014235002539_n
Flyer da festa no dia 19 de novembro no Sambarylove, em São Paulo, como parte da Conferência (Divulgação)

Nossa luta tem sido democratizar o investimento e o empoderamento dos corpos Kuir/queer! De empoderar os corpos colonizados e maltradados por gerações e gerações por serem “diferentes” da norma. O empoderamento dos grupos oprimidos é primordial, mas só é possível com uma política que os torne protagonistas de sua própria história.

O que a conferência tentará debater e trazer à luz nestes tempos conservadores no Brasil?

Estamos num momento de mudança de paradigmas e seria lindo ver esse novo paradigma ser liderado por pessoas que vivenciaram opressões, como queer, trans, indígenas, mulheres e negros, e que conseguem questionar o que está imposto pela sociedade embasada no sexismo e no patriarcado. Não é possível falar sobre sexualidades e identidades sem estabelecer interseccionalidades nas opressões.

Os exemplos que me motivam na comunicação não violenta são Gandhi e Martin Luther King Jr., pois eles conseguiram com a não violência, um aprendizado contínuo e a confiança compartilhada fazer uma guerra sem luta e vencê-la para a posteridade.

A organização da comunidade LGBTQIA no Brasil ainda é frágil por conta das especificidades e diferentes necessidades de cada uma das orientações e identidades existentes na sigla LGBTQIA, que dificultam uma efetiva união de forças.

Acredito que outro desafio é trazer para a sociedade civil a conversação sobre representatividade política e a eleição de pessoas preocupadas em garantir condições de direto pleno e respeito para todos.

É preciso perceber que os fundamentalistas estão organizados (veja o caso dos Gladiadores do Altar que é uma milícia, que ainda não dimensionamos seu real alcance), enquanto os laços da comunidade LGBTQIA de irmandade ainda são frágeis.

(Divulgação)
A trans Glamour Garcia que participa da Conferência Internacional (Divulgacão)
]]>
0
Não existe contradição entre a maternidade e o feminismo http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/11/08/nao-existe-contradicao-entre-a-maternidade-e-o-feminismo/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/11/08/nao-existe-contradicao-entre-a-maternidade-e-o-feminismo/#respond Sun, 08 Nov 2015 11:30:24 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2194 Por Vivian Whiteman Muniz

Primeiro quero esclarecer que não me sinto escrevendo aqui como quem mora de favor. Vitor Angelo, Vitor Hugo, vulgo Vitória, essa bi tão cheia de energia, é minha amigue há tempos, “de modos” que a visita não é forçada e me deixa muito à vontade.

Poderia dizer mil coisas, mas quero bater um papo reto aqui com mulheres que estão numa situação específica: aquelas que são ou em breve serão, entre tantas outras coisas, mães.

As mães foram durante muito tempo colocadas à margem do feminismo, por uma série de motivos que eu vou discutir. Por tantos outros motivos e também como reação, muitas mães se afastaram do feminismo ou passaram a rejeitá-lo.

Isso tem mudado muito nos últimos anos e é necessário que o processo continue. Quando as mães se afastam do feminismo e quando o feminismo afasta as mães perdem todas as mulheres. E, pra ser bem realista, perde todo mundo.

Quando virei mãe de uma menina, percebi que só poderia defender minha filha defendendo todas as meninas. E todos os meninos também. Que a não ser que eu virasse milionária e me isolasse numa ilha o mundo sempre daria um jeito de me alcançar. Ou seja, mais do que dar boa comida, pensar numa boa escola, manter uma casa confortável, uma educação responsável e amorosa, é preciso pensar grande, pensar pelo menos além do portão, do bairro, da cidade.

Mas o que é defender? É construir um bunker? É ter dinheiro, muito dinheiro, dinheiro para bancar um personal apartheid social? Essa é a fórmula atual, que, mesmo quando funciona (para muito poucos), é sempre perversa e geradora de miséria.

Defender, acho eu, é educar. É trabalhar pela educação numa visão bem ampla do termo. Escolas também, mas não só.

Cada mãe dentro de cada casa é um exército de professores. Pode ensinar ética, filosofia, sociologia. Pode educar para o respeito, pode explicar que os direitos iguais não são incompatíveis com a aceitação das diferenças. Pode ajudar a perpetuar tudo o que há de ruim também, às vezes sem nem perceber.

Cada conversa sincera na sala, na beira da cama, no ônibus, na mesa, no carro, cada palavra bem escolhida, toda rotina de repetir valores, de viver como exemplo, tudo isso pode ser um escudo contra a chuva de informações podres, é um guarda-chuva resistente a discursos de ódio. Cada omissão, uma rotina de mimos exagerados, falta de limite e defesa de comportamentos indefensáveis pode ajudar a criar mais um idiota social.

Escrevendo aqui na casa do Vitor não poderia deixar de lembrar da coragem de mulheres mães, tias e avós dos meus amigos gays. Algumas delas eu conheço, sobre outras ouvi muitas histórias. De como elas brigaram com os filhos e pelos filhos, pela aceitação da verdade deles, muitas vezes com ajuda dos maridos, tantas outras sozinhas, contra a família preconceituosa, contra os comentários ignorantes, contra a omissão da escola, contra a hipocrisia geral.

De coragem precisamos todas.

Pra dar a real pros maridos, companheiros e homens da família sobre o papel deles na formação das crianças. De como o machismo, o sexismo, a homofobia estão em ações, em palavras, e depreciações e comentários humilhantes feitos desde muito cedo.

Pra não julgar com raiva e injustiça, pra não fazer da maternidade um campeonato de popularidade com categorias como parto mais perfeito, melhor escolinha para crianças-deuses e amamentação nota 10. Pra informar e ajudar sem destruir.

Pra não encher o saco nem achar que somos melhores ou mais importantes do que as mulheres que escolheram não viver a maternidade. Não somos, não se iludam. Respeito às experiências de vida de cada uma, sem isso não temos nada.

Pra perceber o quanto muitas de nós somos privilegiadas e podemos falar de tantas coisas enquanto outras ainda lutam contra a pobreza, contra o racismo, para que os filhos não sejam assassinados só porque a polícia atira pra matar como bem entende nas periferias do Brasil e sai ilesa. Pra escutar o que elas dizem sobre violência, sobre segregação, sobre tirania entre mulheres em posições sociais diferentes, pra apoiar o que elas pedem e não o que achamos que elas precisam. Pra não ser aquela mãe que se sente mais segura quando o bairro mais pobre vive com medo, sob chuva de bala, pra não ser a mãe que se cala diante da desgraça injusta e cruel dos filhos das outras.

Pra saber que só do atrito, do exame aberto das diferenças entre ricas, pobres, brancas, negras, héteros, gays, trans, mulheres com e sem filhos, moradoras dos centros e das periferias, que só desse confronto de diferenças brutais poderá nascer uma união mais sincera, mais forte e mais consciente.

O dia do protesto passa, a capa de jornal passa, a campanha passa, os filhos crescem, o mundo gira e tem sempre o dia seguinte. #agoraéquesãoelas.

Vivian Whiteman Muniz é jornalista, foi editora de moda da  Folha, é mãe de Madalena, é muito amiga, é treta, é noix.

Mãe amamenta filho durante passeata contra Eduardo Cunha em São Paulo (Keiny Andrade/Folhapress)
Mãe amamenta filho durante passeata contra Eduardo Cunha em São Paulo (Keiny Andrade/Folhapress)
]]>
0
O machismo perpetuado na sala de jantar http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/11/05/o-machismo-perpetuado-na-sala-de-jantar/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/11/05/o-machismo-perpetuado-na-sala-de-jantar/#comments Thu, 05 Nov 2015 13:30:11 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2187 #AgoraÉQueSãoElas é uma ideia de as mulheres ocuparem os espaços que pertencem aos homens por uma semana, como algo simbólico, até para perceber que os homens ocupam muito espaço. Com vocês: Lu <3

Por Luciana Rabassallo

Eu fui machista – se é que lá no fundo do meu ser pensante eu ainda não seja em algumas questões. Durante parte dos meus 27 anos, eu engrossei coros de “Não deveria ter saído de casa com essa roupa” ou “Tem mulher que gosta de apanhar. Por qual motivo ela se casou com um traste desses?”. Admitir a machista que foi cultivada dentro de mim desde a infância é, ao mesmo tempo, horripilante e libertador. A minha educação, assim como a de muitas mulheres com quem eu convivo, foi fundamentada em um princípio básico: o homem é o comandante e o provedor.

Quando criança, eu tinha de cuidar do meu irmão mais novo, ajudar minha mãe com as tarefas de casa, me portar como uma princesa, não sujar o vestido e fazer balé em vez de jogar futebol – uma das minhas paixões. Conforme eu fui, comecei a ser introduzida aos preceitos da família tradicional brasileira, segundo os quais “mulher que se dá ao respeito não fica até tarde na rua” e “não usa um vestido curto”.

Também passei a fazer parte das conversas das mulheres adultas da família, que julgavam indiscriminadamente a prima que engravidou antes de se casar e o parente distante que morreu em decorrência de complicações da AIDS. “Dizem que ele usava drogas. São mesmo uns degenerados”, dizia uma tia na cozinha. “Ele era tão lindo. Não consigo entender como não arrumava uma namorada”, dizia outra. Enquanto isso, na churrasqueira, um dos homens da família sentenciava: “Isso é falta de surra. Filho meu nunca seria boiola”.

A primeira vez em que questionei conscientemente essas afirmações absurdas foi quando eu pedi autorização para ir a um baile na pequenina cidade na qual os meus avós moravam. A resposta do meu pai foi: “Isso não é lugar de mulher”. Naquele exato momento, eu comecei a questionar qual é o lugar da mulher na sociedade. Na cozinha? Como minhas avós, minhas tias e minha mãe?

Uma interrogação sempre leva a outra e, em pouco tempo, passei a por em dúvida tudo o que me cercava. Por qual motivo eu tinha um namorado que eu não amava? Por qual razão nossas famílias já planejavam um casamento se eu não tinha permissão para ficar sozinha no meu quarto com ele? O que a minha mãe queria dizer ao afirmar que ele é “um homem bom”? Não demorou até essas questões atingirem o campo sexual. E foi nessa época em que eu comecei a entender o significado da palavra machismo e o quanto os efeitos dele são maléficos para todas as mulheres – mesmo para as que ainda não se deram conta disso.

Esse meu namorado, que foi um cavalheiro durante três anos, ameaçou jogar o carro em que estávamos de uma ponte quando eu dei indícios que queria terminar a nossa relação adolescente. Mais tarde, ele passou a se esconder na rua da minha casa para “checar” a que horas eu estava chegando e com quem eu estava saindo. Ele acabou descobrindo que eu estava apaixonada por outra mulher. As “checadas” se transformaram em ameaças. Ele não conseguia entender como eu preferia estar com outra mulher e não com ele. Eu, por outro lado, passava a fazer sinapses com uma velocidade inacreditável. Simplesmente me identifiquei gay. Tudo mudou.

Enfrentei duras e longas conversas com os meus pais, encarei violências físicas e muitos impropérios vindos de todas aquelas mulheres adultas que em outra ocasião se reuniram na cozinha para julgar o parente gay. De quem é a culpa pela minha “degeneração”? De minha mãe que não me educou para ser uma “mulher de família”? De meu pai que me “prendeu” muito durante a adolescência? Da novela “Mulheres Apaixonadas” que exibiu aquele tímido beijo entre Clara e Rafaela? Eu acho que até hoje elas não entraram em um consenso sobre isso. Contudo, eu sei quem é um dos culpados por grande parte dos julgamentos que eu e muitos LGBTs enfrentados todos os dias no Brasil.

Esse culpado é o machismo.

É a cultura patriarcal que está arraigada de forma profunda em nossa educação. É o pai que ensina ao filho que “rosa é cor de mulher” e que “chorar é coisa de menina”. É a mãe que fala para a filha se “portar como uma mocinha” e que “jogar futebol é coisa de menino”. É a cultura que prega que “é tarefa do macho colocar a mulher em seu lugar”. Todos os preconceitos de gênero, antes de qualquer coisa, são filhos da intolerância promovida pelo machismo. É necessário combate-lo em sua raiz mais profunda: a educação.

Fazer com que os jovens que reflitam sobre o machismo incrustado na sociedade brasileira é uma forma de tentar minar os preconceitos e a violência provenientes da não aceitação da sexualidade do outro. Questionar nas escolas as relações de poder configuradas por meio de uma concepção de masculinidade hegemônica, reconhecida e legitimada socialmente. Fazer com que os nossos filhos entendam que a banalização da violência e da intolerância, que muitas vezes são confundidas com a virilidade masculina, são alguns dos pontos que precisam ser transformados. Afinal os gêneros estão muito além da questão “homem-mulher”.

Torço muito para que esse momento de ampla discussão nas redes sociais acerca do machismo, da misoginia e de qualquer tipo de intolerância, seja ela de cunho religioso, étnico, social ou sexual, possa abrir os olhos dos pais – e, por consequência, de seus filhos – para que tenhamos gerações livres de preconceitos perpetuados na sala de jantar.

Luciana Rabassallo é jornalista, gay e acredita que há ainda esperança para a humanidade.

“Untitled (Your Body Is a Battleground)” [Sem Título (Seu Corpo é um Campo de Batalha)], (1989), da artista Barbara Kruger
“Untitled (Your Body Is a Battleground)” [Sem Título (Seu Corpo é um Campo de Batalha)], (1989), da artista Barbara Kruger
]]>
1
Mulheres de Chico… Muito mais que um paradigma http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/11/03/mulheres-de-chico-muito-mais-que-um-paradigma/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/11/03/mulheres-de-chico-muito-mais-que-um-paradigma/#comments Tue, 03 Nov 2015 19:30:17 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2181 O Blogay é irmão do feminismo. E como a iniciativa #AgoraÉQueSãoElas propõe que mulheres ocupem o espaço dos homens, nada mais natural que isso aconteça aqui. E, no meio de tantas mulheres incríveis que eu conheço, a primeira que me veio à mente foi ela:

por Majú Giorgi

“Já lhe dei meu corpo, minha alegria/

Já estanquei meu sangue quando fervia/

Olha a voz que me resta/

Olha a veia que salta/

Olha a gota que falta/

Pro desfecho da festa”

Foi mais ou menos assim… E o projeto de lei 5069/2013, que proíbe o acesso ao aborto legal e seguro e atrapalha o atendimento pelo SUS de vítimas de estupro e não reconhece que o esperma dos homens produziu essa gravidez não planejada e que dá continuidade à pratica de homens proclamarem o que é certo e justo para as mulheres… Foi a GOTA D’ÁGUA! Eduardo Cunha, O MACHISTA, não respeita a autoridade moral que as mulheres têm para tomar decisões sobre suas próprias anatomias reprodutivas. E assim, o orgulho de ser mulher, cis ou trans, criança, jovem, de meia idade ou idosa, branca, negra ou índia, rica ou pobre, letrada ou iletrada, tomou as ruas do país para gritar em uníssono: ” Meu útero é laico”, “Pilula fica, Cunha sai”.

E a resposta à tirania de Eduardo Cunha veio certeira na voz do “sexo frágil” que com as veias saltadas, vozes afinadas, olhos determinados e pés no asfalto, despejaram toda sua indignação contra o retrocesso, a corrupção, a hipocrisia, o machismo, o classismo, a tirania e a homotransfobia deslavada deste, que de cima da sua prepotência e insanidade, está extrapolando o poder da Presidência de um Parlamento corrupto, corporativista, desacreditado, desmascarado e, em ruínas, se arvorando em procurador do filho de Deus! Jesus Laranja… Jesus.com!

Que Deus é esse é a pergunta que não quer calar! Cunha não é a favor da vida, é a favor do nascimento, por que depois que o menino nasce a alma que ele via no feto, não enxerga no menino e não quer saber se o menino esta trabalhando na carvoaria, vendendo bala no farol, cheirando cola, usando crack, sofrendo violência doméstica, passando fome e nem mesmo quer saber se está vivo ou morto! E a menina? Aquela menina, criança, adolescente, negra, pobre, às vezes de 10 ou 12 anos que sofre abuso, ou mesmo que embalada pelos hormônios aliados a desinformação engravida e é condenada pelos que se auto intitulam “homens de Deus” a abortar em qualquer açougue onde vidas são ceifadas?!

E a resposta? A resposta vem em forma de deboche, o deboche, esse viés do mal e em insanidades como o dia heterofobia! Eu tenho um filho gay de 27 anos que já sofreu violência homofóbica quatro vezes e aquele que é pago com o MEU dinheiro, com o MEU dinheiro , viu Beto Mansur, porque recursos próprios de deputados é piada pronta pra quem tem dois neurônios, é o MEU dinheiro, se acham no direito de debochar de mim, mulher, e do meu filho LGBT. O país está sendo embalado pelo deboche desse parlamento falido e do seu presidente tirano em forma de projetos de lei teocráticos, política cléptocrata, e em chantagens em que o objeto de troca são os Direitos Humanos!

Eu estava lá [nos protestos contra Eduardo Cunha], e vi passar homens… Dentre eles, Leonardo Sakamoto e Marcelo Rubens Paiva… Até aí nenhuma novidade, se eu não tivesse caminhado ao lado do Pastor da Igreja Batista, José Barbosa Junior, por bastante tempo, o que me deu esperança e me fez pensar que nem tudo está perdido! Parte da Igreja Evangélica se levanta para gritar junto conosco #FORACUNHA!

Por tudo isso, eu, cidadã contribuinte, mulher e mãe de uma pessoa LGBT, senti orgulho e emoção de me juntar às mulheres do meu país para gritar: fora fundamentalismo, fora corporativismo, fora proselitismo, fora teocracia, fora tirania, fora hipocrisia, fora chantagem, fora corrupção, fora machismo, fora LGBTfobia, fora tudo aquilo que você representa #FORACUNHA!

As Mulheres de Atenas NÃO existem mais! A mulher tem gosto, tem vontade, tem defeito, tem qualidade, tem coragem, sonho, presságio, não se veste de negro nem se encolhe e, pro seu azar, nem se conforma e nem se recolhe. Elas gritam e derrubam machista do poder SIM! Pode ter a certeza que deste país você não vai ser presidente… O máximo que você vai ser é presidiário… Projeto de Frank Underwood. As mulheres vão tirar você daí.

O Cunha vai cair, vai cair, vai cair… O Cunha vai cair, vai cair, vai cair… O Cunha vai cair, vai cair, vai cair… O Cunha vai cair, vai cair, vai cair.

“Você vai se amargar/

Vendo o dia raiar/

Sem lhe pedir licença/

E eu vou morrer de rir/

Que esse dia há de vir/

Antes do que você pensa! Fora Cunha!”

Majú Giorgi é jornalista, Coordenadora Nacional do Mães pela Diversidade e ativista de Direitos Humanos

Protesto contra Eduardo Cunha em São Paulo (30/10/2015) (Marlene Bergamo/Folhapress)
Protesto contra Eduardo Cunha em São Paulo (30/10/2015) (Marlene Bergamo/Folhapress)

 

]]>
1
Maquiadora é confundida com homem e sofre homotransfobia http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/10/30/maquiadora-e-confundida-com-homem-e-sofre-homotransfobia/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/10/30/maquiadora-e-confundida-com-homem-e-sofre-homotransfobia/#comments Sat, 31 Oct 2015 01:05:37 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2175 Jake Falchi é uma dessas mulheres lindas que tem uma beleza igual a de meninas andróginas como Jean Seberg e Twiggy. Jake é maquiadora, e eu sei de sua beleza pelas fotos de seu Facebook e de amigos me contarem que ela é realmente bonita, como uma Jane Birkin no clássico “Je T’Aime… Moi Non Plus” (1976). Porém, ao invés dela conseguir um bofe escândalo como Joe D’Alessandro no filme de Serge Gainsbourg, ela conseguiu um não e uma ofensa. Em um momento no país que é tudo preto no branco, ou você é vermelho ou azul, ou homem ou mulher, não há muito espaço para as áreas cinzas, as nuances, a poesia. Blogay entrou em contato com ela que confirmou que foi impedida de fazer uma depilação por ser confundida com um homem e não teve conversa. Isso tudo aconteceu na quarta-feira, 28, na clínica Millanea, em São Paulo.

Jake Falchi, bela e andrógina (Reprodução/Facebook)
Jake Falchi, bela e andrógina (Reprodução/Facebook)

A maquiadora relata: “A gente nunca espera ser confrontado com todo o machismo e homofobia da sociedade, mas a vida dá um jeito de esfregar isso na nossa cara em algum momento. Ontem, por volta das 18h, tentei fazer depilação no Millanea, lugar que eu já havia feito algumas vezes meses atrás. Assim que cheguei, fui barrada na porta, não quiseram me deixar entrar alegando que eu era homem, com muita calma tentei explicar que era mulher (todos aqui sabem que eu sempre sou confundida e que lido com muita graça com o tema, aproveitando sempre para levantar a discussão sobre gênero, etc). Depois da minha tentativa frustrada em provar que eu era mulher, continuaram afirmando que era proibida a entrada de homens no local e pra fechar com chave de ouro, o grande absurdo, a mulher finalizou dizendo que homossexuais também não eram permitidos.”

E completou: “Completamente transtornada com tamanha agressão, gritei que aquilo, além de um grande equívoco, era crime e que não pisaria lá novamente. Saí chorando e quando cheguei em casa me arrependi de não ter chamado a policia e feito um escândalo ainda maior. Isso não pode ficar assim e isso não vai ficar assim. Me comove saber que essa é a realidade vivida por tantas outras pessoas, preconceito de gênero, homofobia e transfobia…”

Para a Folha, ela afirmou: “Eu vou em frente com o processo judicial já na semana que vem e fiquei muito feliz em compartilhar esse assunto tão delicado e que ele tenha tido tanta repercussão”.

Estabelecimentos comerciais discriminarem pessoas por sua orientação sexual ou identidade de gênero é considerado crime no Estado de São Paulo pela lei estadual nº 10.948/2001. O Blogay acionou a coordenadora do CADS (Coordenadoria da Diversidade Sexual), Soninha Francine, mas não obteve resposta até o fechamento deste post.

O outro lado

O blog procurou a Millanea, foi atendido por Isabel que não deu sobrenome nem idade e disse que só comentaria o caso “depois que a matéria fosse publicada.”

]]>
1
O feminismo contra Cunha http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/10/29/o-feminismo-contra-cunha/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/10/29/o-feminismo-contra-cunha/#comments Fri, 30 Oct 2015 01:30:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2167 Não é nenhum segredo que muitos grupos do movimento social se estranham, e tem um pouco de tudo: visões ideológicas distintas. picuinha, inveja, vontade de protagonismo. Isto não é bom, nem ruim, na verdade é democrático que assim aconteça, estamos falando do humano com todas as suas imperfeições e é ele que ainda fala através dos movimentos sociais, por mais jargões e palavras de ordem que possam escamotear a individualidade dessa voz. Porém, muitas reinvindicações e proposições, às vezes, ganham lentidão por causa desse embate interno. De tempos em tempos, surge uma figura sinistra que é capaz de unir o movimento. Foi assim com os LGBTs e negros quando Marco Feliciano (PSC-SP) foi nomeado presidente da CDHM (Comissão dos Direitos Humanos e Minorias) e é assim agora com as feministas com o PL 5069/2013, que dificulta o atendimento via SUS de mulheres que sofreram estupro e proíbe a pílula do dia seguinte. Este projeto de lei foi criado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Protestos acontecem na sexta-feira, 30, e sábado, 31, em São Paulo, e um está agendado em âmbito nacional para o dia 13 de novembro.

Quando a questão de gênero estava sendo votada no Plano Municipal de Educação, em São Paulo, muitos LGBTs comentavam sobre a adesão quase zero das feministas, como se o fato dissesse respeito apenas às transexuais. O mesmo ocorreu nas passeatas contra Feliciano. Lembro de, na primeira manifestação contra o pastor, encontrar a escritora Clara Averbuck e ela falar: “estou aqui como feminista”. Claro que muitas mulheres feministas apoiaram as causas, mas o movimento em si era visto um pouco organizado apenas na importante Marcha das Vadias.

Podemos dizer que elas estavam mais na delas, mas não mexam com as “minas”. “Quando as saias encurtam, é sinal de revolução”, escreveu uma vez o editor do Publifolha, da Folha, Alcino Leite Neto. E elas arregaçaram as mangas e as saias e não querem deixar passar barato um PL que sentem que contraria um importante bordão do atual feminismo: “meu corpo, minhas regras.”

Neste momento, LGBTs só podem prestar solidariedade. Primeiro porque o feminismo têm uma presença importante de lésbicas e muitas delas foram estigmatizadas – e ainda são – exatamente por isso, como se a homossexualidade feminina tirasse a legitimidade da luta dos direitos das mulheres. Vai ter – sempre teve e continuará tendo – lésbica no movimento feminista, sim.

Segundo porque a luta das mulheres muito se assemelha a dos LGBTs: o machismo e o patriarcalismo fundados tornam tanto mulheres como LGBTs cidadãos de segunda classe. Somos “parças!”

E, por último, Eduardo Cunha, um tipo de protótipo de Pinguim do Batman vestindo ternos horrorosos e mal cortados(Ai, meu fashionismo não perdoa que nem um pouco do dinheiro na Suíça fosse usado para ter o mínimo de senso estético – brinks), também é um inimigo dos direitos de homossexuais e transexuais. Basta lembrar seu apoio ao Estatuto da Família que diz que apenas homem e mulher formam uma família e sua declaração que a lei contra a homotransfobia enquanto ele estiver na presidência da Câmara não entra em pauta. Existe nele, muito bem alinhavada (diferente de seus ternos), uma agenda super conservadora contra todas as minorias: índios, negros, mulheres e LGBTs… Mesmo gays e trans que querem o impeachment de Dilma não podem ficar do lado deste senhor. Não existe querer uma postura ética sendo antiético!

O feminismo continua mais atual que nunca e agora acordado só tem um recado a dar para o nobre deputado: “Se cuida, Cunha!’

Avatar que invadiu o Facebook nos últimos dias para a manifestação contra Eduardo Cunha (Reprodução/Facebook Lira Yuri)
Avatar que invadiu o Facebook nos últimos dias para a manifestação contra Eduardo Cunha (Reprodução/Facebook Lira Yuri)
]]>
1
A antifamília http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/09/30/a-antifamilia/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/09/30/a-antifamilia/#comments Thu, 01 Oct 2015 02:30:29 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2160 Com o (falso) discurso de defender uma certa e única formação familiar, a comissão especial que discute o Estatuto da Família, na Câmara dos Deputados, defendeu, em seu texto final, no dia 24 de setembro, que ela seria unicamente composta por um homem e uma mulher. Nada poderia ser mais antifamília. Se o termo diz também sobre indivíduos que se unem por pertencimento, acolhimento e interesses em comum, sejam sanguíneos, por afeição ou por ideias, esta concepção dos nobres deputados não poderia ser mais excludente e rancorosa. Até Jesus, que muitos se rogam, nessa comissão, falar em seu nome, estaria fora do conceito dessa família (explico mais adiante). A reação, desde então, tem sido grande por parte da sociedade civil. Uma delas acontece na quinta-feira, 1, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP), em São Paulo, com debates sobre o tema durante toda a tarde.

12038453_907210376024418_6044808677257365257_n
(Reprodução/Facebook)

Associações de advogados, como a Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB, presidida por Maria Berenice Dias, soltaram nota de repúdio: “Referida definição, ao excluir do conceito de família as uniões homoafetivas, é discriminatório, excludente e homofóbico […], o indigitado Projeto de Lei é materialmente inconstitucional, por tentar, via lei ordinária, alterar a Constituição, ao propor um conceito de família trazendo restrições e limitações que não existem no texto constitucional e que já se encontra explicitado por quem tem competência para fazê-lo”.

O GADVS – Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero também respondeu a tal comissão especial: “este ‘Estatuto da Família’, no singular, é uma clara resposta (e provocação) ao ‘Estatuto das Famílias’, idealizado pelo IBDFAM – Instituto Brasileiro de Direito de Família, que visa proteger todos os agrupamentos familiares e não apenas um modelo único de família. […] a concepção de família conjugal propalada por seus defensores seria apenas o núcleo formado entre homem e mulher e sua prole. Ou seja, parecem defender que a capacidade procriativa seria uma espécie de ‘requisito indispensável’ à constituição da família merecedora da especial proteção a ela garantida pela Constituição (art. 226, caput). Contudo, o argumento não se sustenta à mais rasa das análises, pois casais heteroafetivos estéreis, que não possuem capacidade procriativa, não deixam de ser reconhecidos como famílias nem são impedidos de se casar (civilmente) ou ter sua união estável reconhecida pelo Estado. Fica claro, assim, que os defensores do referido ‘Estatuto da Família’ querem impor à sociedade uma determinada concepção religiosa de família, o que viola gravemente o princípio do Estado Laico”.

Apesar de claramente tentar atacar os homossexuais e seus direitos à cidadania, o tiro vai acabar atingindo outras formações familiares. O IBGE , em 2010, registrou no mínimo 57 formas de família que estariam fora de tal composição papai-mamãe:

1 – Família unipessoal (pessoa morando/vivendo sozinha)

2 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) sem filhos/as

3 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) sem filhos/as

4 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com filhos/as naturais

5 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com filhos/as naturais

6 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com enteados/as

7 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com enteados/as

8 – Homem com filhos/as naturais

9 – Mulher com filhos/as naturais

10 – Homem com enteados/as

11 – Mulher com enteados/as

12 – Homem com os pais

13 – Mulher com os pais

14 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com os pais de um dos cônjuges

15 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com os pais de um dos cônjuges

16 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com os pais dos dois cônjuges

17 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com os pais dos dois cônjuges

18 – Homem com os sogros

19 – Mulher com os sogros

20 – Homem com os avós

21 – Homem com os bisavós

22 – Mulher com os avós

23 – Mulher com os bisavós

24 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com os avós

25 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com os avós

26 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com os bisavós

27 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com os bisavós

28 – Homem com netos

29 – Homem com bisnetos

30 – Mulher com netos

31 – Mulher com bisnetos

32 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com netos

33 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com netos

34 – Homem com irmão ou irmã

35 – Mulher com irmão ou irmã

36 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com irmão/irmã de um dos cônjuges ou de ambos

37 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com irmão/irmã de um dos cônjuges ou de ambos

38 – Homem com tios

39 – Mulher com tios

40 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com tios

41 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com tios

42 – Homem com sobrinhos

43 – Mulher com sobrinhos

44 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com sobrinhos

45 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com sobrinhos

46 – Homem com primos

47 – Mulher com primos

48 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com primos

49 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com primos

50 – Homem com outros parentes

51 – Mulher com outros parentes

52 – Casal (cônjuges do mesmo sexo) com outros parentes

53 – Casal (cônjuges de sexos diferentes) com outros parentes

54 – Agregados (pessoas sem parentesco com a pessoa de referência nem com seu cônjuge, que não pagavam hospedagem nem alimentação)

55 – Pensionista (pessoas sem parentesco com a pessoa de referência nem com seu cônjuge, que pagavam hospedagem e/ou alimentação)

56 – Empregado/a doméstico/a residente no domicílio, em qualquer uma das configurações acima.

57 – Parente de empregado/a doméstico/a residente no domicílio, em qualquer uma das configurações acima.

Quer dizer, nenhuma destas formações a tal comissão contemplaria. E nem Jesus, pois ele tinha dois pais, segundo a Bíblia, que tantos desses deputados dizem seguir. Maria era casada com José que não era o pai biológico de Jesus, mas o criou como filho, fugiu para o Egito quando foi necessário, protegeu a criança como acreditamos ser o papel de um pai de verdade.

(Reprodução/Instagram)
(Reprodução/Instagram)

Muitos artistas se indignaram com tamanho retrocesso, entre eles, o ator Mateus Solano que escreveu nas redes sociais: “Acaba de ser aprovado na câmara o estatuto da família. Que, resumindo, torna ilegal as famílias homoafetivas. Isso é inconstitucional e não creio que vá adiante. Pois, todas as famílias são famílias. Todas as famílias são legais” (clique aqui para ver o vídeo).

Sim, todas as famílias são legais, seja a de um homem com uma mulher, seja as outras todas, se forem basicamente constituídas por amor, respeito, afinidade. Excluir qualquer uma delas é essencialmente ser antifamília, pois esquece-se e desrespeita-se o princípio básico que as tornaram uma família.

]]>
2
Curador de seminário queer defende que ação pró LGBT deve ir além da defesa do Estado laico http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/09/09/curador-de-seminario-queer-defende-que-acao-pro-lgbt-deve-ir-alem-da-defesa-do-estado-laico/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/09/09/curador-de-seminario-queer-defende-que-acao-pro-lgbt-deve-ir-alem-da-defesa-do-estado-laico/#comments Wed, 09 Sep 2015 19:30:05 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2154 Pela primeira vez no Brasil é realizada um seminário sobre a teoria queer, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Realizado nos dias 9 e 10 de setembro, conta com a presença Judith Butler, filósofa norte-americana e uma das precursoras da chamada deste pensamento que tenta, através de estudos da sexualidade, gênero e identidade de gênero, desconstruir normatividades. O interesse é tão grande que os ingressos foram esgotados (pode-se acompanhar as palestras e seminários ao vivo por este link aqui).

A Folha entrevistou por e-mail com o curador da I Seminário Queer: cultura e subversões das identidades, Richard Miskolci, 43, que é também sociólogo. Ele explicou um pouco da importância desta teoria, que ele prefere chamar de estudos, para certos entendimentos da realidade brasileira e criticou como ineficiente a defesa do Estado laico para confrontar o conservadorismo no país.

Clique aqui para saber da programação.

O sociólogo Richard Miskolci (Divulgação)
O sociólogo Richard Miskolci (Divulgação)

Blogay – Como o campo de atuação da chamada teoria queer?

Richard Miskolci – Os estudos queer são um conjunto amplo de pesquisas e reflexões acadêmicas que mostram a centralidade do desejo e da sexualidade na vida social. Essas investigações mostram e analisam a forma como nossa cultura impõe padrões de comportamento como a heterosexualidade. Também questionam os aparatos estatais, jurídicos e culturais que nos obrigam a seguir ferreamente uma relação linear entre sexo biológico, gênero, desejo e práticas sexuais. Em outras palavras, os estudos queer explicitam o caráter compulsório da heterosexualidade e como nossa sociedade pune a transitividade de gênero.

Quais são as novas fronteiras de pesquisa desta teoria?

Depende de cada contexto, no Brasil há a necessidade de pesquisar sexualidade e gênero sempre levando em consideração raça/etnia/cor, pois nossa sociedade criou uma matriz própria de compreensão e vivência da sexualidade e do desejo indissociável de nossa experiência histórica marcada pela escravidão.

Vivemos em uma cultura racializada, ou seja, na qual as pessoas têm sua posição social e direitos de acordo com sua origem étnico-racial ou cor da pele. À subalternização sexual se une também a racial, de forma que muitxs são duplamente estigmatizadxs, tornando-xs mais vulneráveis à violência cotidiana em nosso país.

Recentemente, tivemos o Plano Municipal de Educação da cidade de São Paulo e a questão de gênero foi “demonizada” por grupos religiosos defensores da chamada “família tradicional” (formado por um homem e uma mulher hétero) como apontada como “ideologia de gênero”. Como a teoria queer pode ajudar a combater estes termos mistificadores (família tradicional, ideologia de gênero…)?

A polêmica mostra que a sexualidade e o gênero estão no centro da política brasileira contemporânea, o que deveríamos comemorar. Nunca antes na história desse país, esses temas chamaram tanto a atenção de todos e todas.

A primeira coisa a fazer é não confundir esses grupos autoritários e fundamentalistas com qualquer religião. Os que lutam contra o que denominam erroneamente de “ideologia de gênero” são apenas grupos politicamente organizados que se utilizam de seus referenciais religiosos para disseminar discursos de ódio e preconceito. Há uma grande quantidade de católicos, evangélicos e de outras religiões que não concordam com eles e que podem se tornar parceiros na construção de uma sociedade que reconheça a igualdade entre homens e mulheres, a cidadania de homossexuais e os direitos de transexuais e travestis à transitividade de gênero. Pessoas realmente religiosas não pregam ódio tampouco caçam direitos alheios. Considero míope a estratégia de certos grupos ativistas de combater os conservadores demandando apenas o cumprimento da laicidade do Estado. O Estado é laico, mas a sociedade é religiosa e o embate político é nela. Não se trata de opor religiosos a dissidentes sexuais e de gênero, antes de compreender que faz parte da tradição judaico-cristã o respeito e o acolhimento do próximo. É na construção de solidariedades e alianças com os verdadeiramente religiosos que se pode vencer esses grupos organizados que pregam o ódio e o preconceito pela distorção da religião.

Em segundo lugar, é importante mapear esses grupos reacionários para os conhecer e chamar ao debate dentro dos preceitos da democracia que não reconhece discurso de ódio como liberdade de expressão. Salvo engano, o termo ideologia de gênero vem da obra de um radical católico argentino desacreditado em seu próprio país, mas cujo livro foi traduzido e publicado no Brasil por uma editora evangélica. Curiosamente, isso não impediu que sua obra se tornasse um best-seller entre certas correntes conservadoras católicas. A perseguição aos estudos de gênero, uma séria vertente científica de pesquisa, como se fosse apenas uma ideologia se trata de uma campanha política advinda da aliança entre grupos conservadores e autoritários de várias religiões, mas que – reitero – não representam a elas como um todo.

Por fim, a supressão do termo gênero dos planos de educação não significa que eles não manterão sua premissa básica de educar para o respeito aos direitos humanos. O que esses grupos quiseram fazer – e conseguiram – foi “apagar” o termo que os assusta e que eles demonizam como se isso retirasse da realidade as questões do desejo, da sexualidade e do gênero. É sintomático que tenham lutado para impedir a menção, apagar o termo, pois vivem a negação do que existe e não pode ser mais ignorado. A negação é uma fase, mas o tempo não para e o gênero está no cerne da vida social. Estão tentando tapar o sol com a peneira e adiar o inevitável: a profunda transformação social em curso na sociedade brasileira em que as mulheres cada vez mais ganham igualdade e protagonismo social, a homossexualidade visibilidade e direitos e as dissidências de gênero florescem apontando para um futuro em que todxs possam ser reconhecidxs plenamente por nossa sociedade.

Anúncio Seminário Queer

]]>
1
Ser LGBT na República Dominicana – parte 2 http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/09/08/ser-lgbt-na-republica-dominicana-parte-2/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/09/08/ser-lgbt-na-republica-dominicana-parte-2/#respond Wed, 09 Sep 2015 02:30:57 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2139 A República Dominicana recebeu mais de 5 milhões de turistas em 2014, e tem um plano de, até 2020, receber mais de 10 milhões. Este investimento no setor também é inclusiva e pensada para os LGBTs. Desde os anos 1990, no Brasil, o turismo foi uma porta de entrada fundamental para a tolerância e a aceitação de homossexuais e transexuais. A Parada do Orgulho Gay de São Paulo é um exemplo claro. Na última pesquisa do Observatório de Turismo e Evento, do SPTuris, órgão municipal, apontou que, em 2012, para o evento, 40% dos participantes eram de fora da região metropolitana e cada um dos turistas LGBT injetou na cidade quase R$ 1.300,00 por um período de 3 dias. Não existe poder público minimamente inteligente que não queira essa bolada. A realidade do chamado “pink money” é a força da grana que, neste caso, constrói uma bela ponte entre a diversidade e o mercado de trabalho. Se, em São Paulo, assim como na capital da República Dominicana, Santo Domingo, esta situação é um pouco mais confortável (claro que dentro de uma cultura ainda muito homotransfóbica), o interior do país caribenho e suas províncias começam a sentir o impacto que o turismo voltado para esta população pode causar.

Salve simpatia: um dos pontos altos que os turistas mais gostam da República Dominicana é o clima amigável dos dominicanos (Vitor Angelo)
Salve simpatia: um dos pontos altos que os turistas mais gostam da República Dominicana é o clima amigável dos dominicanos (Vitor Angelo)

La Vega é uma província no interior do país. Com uma natureza impressionante, é um lugar muito procurado pelos esportes radicais como rafting e parapente. Não existe boate ou bar gay em Jarabacoa ou em outra cidade de La Vega. “Nos reunimos nas casas um dos outros, é assim que nós socializamos”, conta, para a Folha, Noel Davi Guerrero Sanchez, 20. “Fazemos festas, trocamos experiências, conselhos, livros, bebemos, nos divertimos”, revela o jovem homossexual, fazendo lembrar os coletivos de jovens LGBT que, hoje no Brasil, muitas vezes são chamados de família, como a Família Stronger. Porém, diferente do que acontece aqui, lá foi uma solução para um ambiente sem opções de socialização nas questões de orientação sexual e identidade de gênero.

X

“A única boate gay mais próxima fica em Santiago (província vizinha), mas não me agrada”, diz Antonia Maria Grujon, 19, lésbica. “Lá [Mônaco, o nome do local] não aceitava transexuais. A gente se revoltou, protestou e agora é permitido a entrada de trans”, conta com orgulho, mostrando a amplificação do sentido político dessas socializações.

Tanto Noel e Antonia, assim como os amigos Francis e Macarena fazem parte, de forma direta ou indireta, de um projeto das ONGs Coin e ProActividad, com apoio da rede de hotéis Marriott, entre outras. “Tolerância Através do Turismo”, lançado no primeiro semestre deste ano, capacita LGBT para funções de hotelaria, gastronomia, economia, para receber homossexuais e transgêneros de outros países e, em contrapartida, também prestar ajuda às comunidades gays e trans locais.

Rancho LGBT na província de La Vega, capacitado pelo projeto "Tolerância Através do Turismo" (Vitor Angelo)
Rancho LGBT na província de La Vega, capacitado pelo projeto “Tolerância Através do Turismo” (Vitor Angelo)

O projeto tem um apoio fundamental: o do embaixador americano na República Dominicana, James “Wally” Brewster e seu marido Bob Satawake. O casal atua na luta pelos direitos humanos na ilha e se coloca frontalmente em oposição quando alguma ação enrustida de homofobia institucional tenta sair do armário. Foi assim no começo do ano, quando o embaixador criticou um ministro do governo dominicano que disse que não teria interesse em investir no turismo para o segmento LGBT. Brewster é um dos apoiadores do “Tolerância Através do Turismo” e atua como uma espécie de embaixador informal dos LGBT no Caribe.

Embaixada dos Estados Unidos, em Santo Domingo, com a bandeira do arco-íris (Divulgação)
Embaixada dos Estados Unidos, em Santo Domingo, dando bandeira (Divulgação)

Se Brewster é o símbolo da bee anglo-saxã, rica, branca, exercendo sua cidadania e com força para confrontar as instituições dominicanas a favor dos direitos dos LGBT, os homossexuais e transgêneros da República Dominicana que vivem nas províncias estão do outro lado desta corda social. Entretanto, atuam de forma igualmente importante.

Gays de áreas como Juan Dolio, na província de San Pedro de Macorís e da de La Romana contam sobre a homofobia nossa de cada dia para além das areias brancas e do mar paradisíaco da praia Hemingway, frequentado pelos LGBT da classe média alta de Santo Domingo. “A homofobia é terrível, tem mortes, brutalidades, aqui paga-se pelo que não se faz, julga-se só pela aparência”, relata para o Blogay, Aleksander Perez, 20. Ele revela que nunca foi vítima de homofobia, mas conhece inúmeros casos.

Integrantes da ONG "Este Amor" dando muita pinta  (Vitor Angelo)
Integrantes da ONG “Este Amor” dando muita pinta (Vitor Angelo)

“O que me fez escapar de sofrer preconceito no trabalho, foi que logo fui trabalhar no ‘Este Amor’ (importante ONG LGBT da região leste do país que cuida de direitos homossexuais e transgêneros, e sexo seguro), mas a homofobia por aqui é grande”, diz Hector David Santana Nuñez, 22. Ele confidencia que teve sorte de ter uma família tolerante e conta rindo: “eles aceitaram logo de cara e meu pai sempre me pergunta quando vou apresentar-lhe o noivo”.

Um novo começo de era para os LGBT das províncias da República Dominicana (Vitor Angelo)
Um novo começo de era para os LGBT das províncias da República Dominicana (Vitor Angelo)

Leia a primeira parte da matéria clicando aqui.

]]>
0
Ser LGBT na República Dominicana – parte 1 http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/09/04/ser-lgbt-na-republica-dominicana-parte-1/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2015/09/04/ser-lgbt-na-republica-dominicana-parte-1/#comments Fri, 04 Sep 2015 21:30:25 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=2124 A República Dominicana está no meio de campo dos direitos LGBT no Caribe e no mundo e isto faz espelho e reflexo com o Brasil na mesma questão. É um país que vive o paradoxo de reconhecer a existência de gays e, ao mesmo tempo, nega-lhes igualdade. Eles não punem a homossexualidade nem a população de transgêneros por serem o que são, como fazem seus vizinhos Jamaica e Barbados, por exemplo. Incentivam o chamado turismo LGBT em suas províncias, tem programas de ONGs voltadas para cuidar desta população em estado de vulnerabilidade e realizam uma famosa Parada do Orgulho Gay na capital, Santo Domingo. Entretanto, a ideia de matrimônio igualitário está longe de ser uma conquista e, agora, em janeiro deste ano, o governo disse que não reconheceria um casamento de pessoas do mesmo sexo, realizado na embaixada do Reino Unido. O país sofre pressões de grupos religiosos, como católicos e evangélicos, que impedem que conquistas dos homossexuais e trans avancem, além da histórica carga de machismo que permeia toda a América Latina.

Paraíso, ops, República Dominicana (Vitor Angelo)
Paraíso, ops, República Dominicana (Vitor Angelo)

Blogay esteve no país. conversou com militantes, visitou ONGs, projetos de incentivo ao turismo LGBT e conheceu um pouco como é ser LGBT na República Dominicana e, espante-se, não é muito diferente do Brasil: LGBT de todo o mundo (ou da América Latina), uni-vos!

X

Santo Domingo, a capital do país, é bafo. Além da carga histórica e dramática de ser a primeira cidade das Américas e terra de todo o clã Colombo que ali governou, ela é o epicentro da vida LGBT do país. Tem inúmeros bares, boates com shows de drags e transformistas, localizados, a maior parte deles na chamada Zona Colonial. É neste mesmo distrito que está um espaço de convivência público muito semelhante com o Largo do Arouche, na região central de São Paulo, chamado de Parque Duarte, onde nos fins de semana as monas põem a cara no sol mesmo.

Parque Duarte: babado "xóvem" forte (Vitor Angelo)
Parque Duarte: babado “xóvem” forte (Vitor Angelo)

“Aqui é um lugar de confraternização, encontro com meus amigos para depois irmos para algum bar ou ficarmos aqui mesmo , de papo, paquerando, é um lugar que podemos estar protegidos do preconceito”, diz Manuel Sánchez, 19, para a Folha, explicando, sem saber, o verdadeiro conceito da palavra gueto.

E é no “gueto” que se organiza, semanas antes da parada LGBT, festas com drags engraçadíssimas para arrecadar fundos para o evento. A 8ª Caravana do Orgulho Gay é uma espécie de carreata que aconteceu em Santo Domingo, no dia 5 de julho, com a presença de milhares de LGBT e simpatizantes nas ruas saudando os carros com a já tradicional bandeira do arco-íris.

Com uma cena tão diversa e ‘friendly”, um povo cheio de musicalidade e super hospitaleiro, além de belas praias e paisagens, a República Dominicana acaba por atrair um grande número de turistas LGBT. A percepção dessa demanda é sentida pela rede hoteleira. A rede Marriott, por exemplo, tem uma campanha mundial, mas também muito centrada no país , chamada #lovetravels. É quase um convite para casais homossexuais e trans (ou solteiros mesmos) se sentirem confortáveis nas instalações da rede hoteleira.

Tantos os hotéis Marriott como os Renaissance apoiam projetos como os da ONG Coin (Centro de Orientação e Investigação Integrada) e ProActividad para que seja implantado um turismo com tolerância pela diversidade.

Sede da clínica da ONG Coin, em Santo Domingo (Vitor Angelo)
Sede da clínica da ONG Coin, em Santo Domingo (Vitor Angelo)

Aliás, o Coin é uma interessante experiência, sua clínica fica localizada em um dos bairros mais pobres de Santo Domingo, Villas Agrícolas. Lá, eles cuidam de pessoas com HIV, agem contra o preconceitos aos LGBT, lutam pela despatologização da transexualidade, a questão das drogas, e muitas outras questões que envolvem os direitos humanos.

“A República Dominicana tem muitas violações dos direitos humanos. Temos situações como a prostituição que aqui é nebulosa, não é legal, nem ilegal, depende da polícia e se eles querem ou não reprimir. Temos muitos crimes de ódio contra transgêneros. Este é o grupo mais vulnerável. Entretanto, o nosso objetivo é ajudar que estes grupos vulneráveis possam se organizar e exigir seus direitos. Temos um trabalho de empoderamento para com eles”, declara para o blog o diretor do Coin Santo Rosario.

Empoderar para conseguir direitos parece ser A boa ideia para os LGBT tanto na República Dominicana como aqui.

Leia a segunda parte da matéria clicando aqui.

]]>
4