Blogaytravestis – Blogay http://blogay.blogfolha.uol.com.br A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo Wed, 18 Nov 2015 02:07:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Lou Reed: ‘transformer’ e transgressor http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/10/27/lou-reed-transformer-e-transgressor/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/10/27/lou-reed-transformer-e-transgressor/#comments Mon, 28 Oct 2013 01:30:50 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1457 “Queridinho, se você não conhece nenhuma banda que toca aqui, mas não quer fazer feio, diga que só escuta Velvet Underground”, aconselhava sempre uma amiga para desavisados que chegavam no Madame Satã, famosa casa underground dos anos 1980, em São Paulo. Neste mesmo local, um futuro crítico de música também adorava citar o ex-vocalista do Velvet diante a cena pansexual da casa noturna. “Lou Reed é muito louco, ele transa com travesti”, gostava de repetir entre a admiração e o sarcasmo machista. E tinha Claudia Wonder, a transexual que cantava músicas do roqueiro em versões em português, no palco do clube onde todos iam sempre vestidos de preto como já prenunciava a banda apadrinhada por Andy Warhol lá na década de 60.

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Um pouco antes, quando eu ainda era pré-adolescente, tocava de vez em quando “Walk On the Wild Side” (um dos maiores sucessos de Lou Reed) na rádio e eu achava fofo quando entravam as “colored girls” em um coro fazendo “doo do doo do doo do do doo…” Nem imaginava a potência narrativa das histórias dos vários personagens citados na música de Reed e que frequentavam, assim como o músico, a lendária Factory, o estúdio de arte babadeiro de Andy Warhol. As travestis Holly Woodlawn, Candy Darling e Jackie Curtis assim como Joe Dallesandro e Sugar Plum Fairy são atores dos filmes de Warhol e também personagens do lado selvagem de Lou Reed. Tudo isso, fiquei sabendo no Satã, anos antes do músico lançar “New York”. Foi neste clube, que abriu as portas para tantas informações, que Lou Reed era uma grande referência, já sabia-se lá que tudo o que vivíamos: o punk, o pós punk, a urbanidade, a diversidade sexual era também por causa dele ter indicado caminhos. Aliás, da mesma forma que a Factory foi importante para o orgulho gay (mesmo de forma indireta), Lou Reed foi vital para a visibilidade trans. Ele abriu portas.

O anúncio da morte de Lou Reed neste domingo, 27 de outubro, na sua conta de Facebook. “The door (a porta)” estava escrito na legenda da imagem (Reprodução/Facebook)

E foi neste “sunday morning”, domingo de manhã, 27, que, no Facebook do músico, apareceu uma foto sua com a legenda “the door” (a porta). De forma poética e sintética, a mensagem anunciava a morte de Lou Reed. Aquele que mostrou outros caminhos, na música e no comportamento, abriu portas enquanto muito as fechavam.

No meio machista do rock dos anos 1970, ele não teve medo de namorar uma travesti, a bela Rachel, como narra “Mate-me, Por Favor”, de Larry “Legs” McNeil e Gilliam McCain. Diz, no livro, que ela chegou para as outras colegas e foi bem direta: “Eu não quero ninguém perto dele. Eu não quero ninguém conversando com ele. Ele é meu”.

Em “Transformer” (1973) e em “Rock’n Roll Animal” (1974), ele está maquiado ao estilo glam rock da época, mas na contracapa do primeiro álbum, uma travesti e um drag king dão o tom do que Reed queria dizer com “transformer”.

Também foi surpresa para muitos ele namorar a andrógina compositora Laurie Anderson. Mas é mais uma prova de como Lou é livre e suas portas estão sempre abertas. Viveram juntos por mais de 13 anos e, em 2008, se casaram secretamente. 

Uma vez, andando pelo Lincoln Center, em Nova York, minha amiga, a artista visual Marie Ange Bordas, me apontou para um casal ao lado. Era Laurie e Lou, era verão, mas eles estavam de preto. “Quem ama o sol?” Ficamos seguindo eles por um tempo, os dois de mãos dadas como num “perfect day”, até sumirem pois nada é perfeito para sempre. Ficamos um tempo encantados como se o show particular de amorosidade e carinho em meio a tanta roupa preta tivesse sido feito para nós, só para nós. De certa forma, eles nos diziam ali naquele momento que não há regras para nada, para o amor, para o verão, para a vida, como dois verdadeiros transgressores. Eles abriram novas portas para nós, porque como diz a letra da música de Reed, “After Hours”: “se você fechar a porta, a noite poderá durar para sempre”.

R.I.P., senhor Transformer! R.I.P., senhor Transgressor! Afinal estas duas palavras para Lou Reed são sinônimos. 

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Hebe Camargo e os gays http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/29/hebe-camargo-e-os-gays/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/29/hebe-camargo-e-os-gays/#comments Sun, 30 Sep 2012 01:00:31 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=885
Primeira gravação do programa da apresentadora Hebe Camargo, após a retirada de um tumor no intestino (Julia Chequer – 23.abr.12/Folhapress)

Tinha um amigo da faculdade que nunca saia às segundas-feiras à noite, pois era dia do programa da Hebe. Ele era homossexual.  Tinha uma conhecida que fazia questão de ter perucas loiras e cheias de laquê por causa da apresentadora. Ela era travesti.

De uma certa forma, Hebe Camargo, morta neste sábado, 29, encontrava eco no meio gay. Eu mesmo que, nos anos 1980, a achava perua quando isto era algo ofensivo para uma certa intelligentsia e muito reacionária – apoiou durante um tempo Paulo Maluf e Celso Pitta assumidamente para depois também de peito aberto fazer um mea culpa e se arrepender destas ligações -, tinha um carinho especial e, por que não,  um fetiche pelo sofá. Tá certo, vou confessar, todo o malufismo dela ficava para trás, quando ela entornava um copo de cerveja gelada, ao vivo.

Tinha uma colega de trabalho que dizia sentir tesão por mulheres mais velhas como a Hebe. Ela era lésbica. Tinha um amigo que no Carnaval saía vestido como a apresentadora, falando “que gracinha” para todos os homens que via pela frente. Ele era drag.

Com o passar do tempo, a lenda viva foi ficando mais lenda e mais viva na televisão brasileira. Sua parceria com Nair Bello, sua grande amiga, era digno do melhor da comédia produzida na TV. Sem falar que foi Hebe quem levou a drag Nany People para frente das câmeras. Não como algo meramente humorístico ou enfeite cômico como até então era o papel das drags na televisão aberta e sim como sujeito atuante. Nany entrevistava, opinava e também dava muita pinta, tudo para uma classe média bem conservadora do fim dos anos 1990 e começo dos 2000. “Hebe é uma santa. Sentei em seu sofá plebeia e saí de lá princesa”,  disse a drag em uma entrevista na época para a revista “Veja”.

Tinha eu que me despi dos preconceitos partidários dos anos 1980, do meu esnobismo intelectual de faculdades de humanas e, que por volta de 2007, fui escrever textos para ela e descobrir depois de décadas na TV que ainda tinha muito que aprender sobre o ofício assistindo nos bastidores Hebe atuar.

Hoje a TV está de luto, a deliciosa gargalhada se silenciou, mas tenho certeza – pois lembro dela rindo solto quando soube que Zé Simão disse na época que as múmias achadas em um convento em São Paulo eram a Nair Bello e ela – que ela iria chorar de gargalhar se assistisse este vídeo das ultramonas Las Bibas From Vizcaya:

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Todos odeiam travesti http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/07/14/todos-odeiam-travesti/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/07/14/todos-odeiam-travesti/#comments Sat, 14 Jul 2012 23:30:48 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=590 Gay barbie odeia gay urso que não suporta lésbica que não tolera bissexual que detesta gay efeminado e todos odeiam travesti. Esta paródia de uma quadrilha “dus infernus” que li em algum lugar é uma triste verdade.

Se existe competição e críticas entre os vários segmentos LGBTs, o mais recriminado são os trangêneros. Os homossexuais masculinos e femininos, por estarem “em concordância” tanto na questão de identidade de gênero como de orientação sexual, sempre tem um pé atrás com os bissexuais (os indefinidos na visão de muitos de sua orientação sexual) , vistos sempre com desconfiança. Mas é com os travestis e transexuais que o bicho pega de fato, a porta muitas vezes fecha para elas/eles (os transhomens), apesar delas/deles quando precisamos serem sempre a vanguarda do movimento, de se colocarem de forma aberta, explícita.

Capa da revista “Simples Assim” com a trans Carol Marra (Divulgação)

O jornalista Neto Lucon em entrevista com a modelo transexual Carol Marra para o site Virgula coloca esta questão. Ela é capa da nova edição da revista “Simples Assim”, uma publicação LGBT. A última trans que foi cover girl de uma revista gay foi Roberta Close, na excelente e extinta Sui Generis, nos anos 1990, isto é, faz mais de década que nenhuma revista especializada coloca em sua capa alguém do segmento transgêneros.

“Mas não vende revista com travesti na capa”, vai se desculpar algum publisher. Oras, este é o mesmo discurso que a mídia de revistas mainstream falava sobre negros tempos atrás, antes da ascensão de Barack Obama, para se posicionar sobre a cobrança que muitos faziam pela falta de negros nas capas das revistas.

Mas acredito ser pior quando se trata de uma revista especializada, que pensa em representar um grupo diverso e acaba apenas priorizando um pequeno segmento dentro desta legenda chamada LGBT. Que não venda, mas que consiga prestígio com a atitude de pelo menos sair da repetição do discurso mainstream.

Este é só um detalhe, ao ler a declaração de Carol Marra ao Virgula – “É a primeira vez que faço um ensaio para uma revista gay e fui recebida com muito carinho. É curioso, pois no próprio meio GLS existe muito preconceito com as transexuais” –  percebe-se que ainda temos um longo caminho a percorrer contra as estigmatizações e elas devem começar por nós mesmos, antes de ficarmos apontando o dedo na cara dos outros.

A modelo Carol Marra (Divulgação)
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Travestis e transexuais protestam contra Parada Gay: “É machista e misógina” http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/06/09/travestis-e-transexuais-protestam-contra-parada-gay-e-machista-e-misogina/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/06/09/travestis-e-transexuais-protestam-contra-parada-gay-e-machista-e-misogina/#comments Sat, 09 Jun 2012 22:30:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=457 Neste sábado, 9, foi lançado nas redes sociais um protesto da Frente Paulista de Travestis e Transexuais contra a organização da Parada Gay de São Paulo.

Em conversa por telefone com o Blogay,  a travesti Janaína Lima, 36, esclarece o que está acontecendo. “Este ano não temos o nosso tradicional trio nem conseguimos colocar nossos cartazes. Mas acordamos com a Parada que iríamos no trio oficial de abertura e algumas outras no trio da Paz que encerra o evento. Depois vieram nos anunciar que iríamos no sétimo carro e no último. Por fim, ontem (sexta-feira) avisaram que seria só no sétimo carro e que não adiantava nem reclamar porque não tinha acordo.”

As travestis e transexuais iriam vestidas de professora, enfermeiras, advogadas. “Eles [os organizadores] pediram que nós não fossemos peladas ou de vestido curto. Mesmo a gente achando que no fundo tinha algum preconceito porque boy de sunga branca sem camisa iria ter aos montes, nós concordamos porque era uma maneira de dar visibilidade aos transgêneros.”

Toda esta situação escancara um certo desdém, mesmo que implícito, pelas vítimas mais visíveis da homofobia. “Com esta gestão não conseguimos diálogo algum, existe uma invisibilidade para as travestis e transgênros. A Parada Gay hoje é uma parada machista e misógina”, desabafa Janaína.

Esta situação levou a Frente a divulgar a seguinte nota:

“Nós, travestis e transexuais reunidas no dia 09 de junho de 2012 após discussão pelo conjunto de pessoas presentes na reunião ordinária, como consta registrado em ATA, vimos por esse intermédio protestar pela forma como foram tratadas as travestis e transexuais desse estado na 16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Não concordamos com os argumentos usados nas discussões para as nossas participações limitando e impondo o modo de nos vestir e se comportar durante a parada, ainda assim concordamos.  Porém, nem com esse acordo fora disponibilizado para nós o trio como de costume, mais espanto causou ainda quando fomos informadas que nem as nossas participações nos demais trios fora garantida como um acordo prévio com os organizadores da mesma. Nesse sentido não nos cabe outra atitude senão PROTESTAR pela forma transfóbica dos organizadores da 16ª Parada e esperar que a gente possa ser incluída não somente nos discursos, mais nas ações e atitudes que tenham a ver com a população LGBT de São Paulo, pois também fazemos parte dessa cidade e estado.

Travestis e Transexuais já esta na hora de sermos respeitadas e não apenas usada”

Protesto de trans contra a Parada neste sábado, 9 (Divulgação/Facebook)

O OUTRO LADO

Em conversa com o Blogay, o assessor de imprensa da Parada de São Paulo, Leandro Rodrigues, explicou que “existem 40 pulseiras reservadas para as travestis e transexuais. 20 para o sétimo carro e 20 para o último carro que será um trio da diversidade, voltada a grupos vulneráveis, além da questão do casamento igualitário.”

Segundo Rodrigues, o trio oficial da Parada, o chamado carro oficial acabou ficando apertado para o grupo de travestis pois terá a presença de políticos como Marta Suplicy, Jean Wyllys e o governador Geraldo Alckmin que virá com uma comitiva de oito pessoas.

Ele também afirma que “em nenhum momento a Parada resolveu impor uma certa vestimenta para as travestis. E que cada um vá vestido como bem entender. Importante frisar é que a orientação para se vestirem como profissionais de várias áreas atende a uma demanda levantada por nosso grupo quinzenal de TTs [travestis e transexuais], que é a inserção delas no mercado de trabalho. Portanto, virem fantasiadas de médica, comissária de bordo, professora etc é um protesto alegórico pelo o reconhecimento das TTs como capazes de executar qualquer função. Porém, nenhuma delas é obrigada a acatar essa orientação e podem se vestir da forma que quiserem.”

Sobre uma posição  de transfobia da Parada , ele alega que em seus quadros têm as travestis Greta Star, tesoureira do evento, e Adriana da Silva.

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A dignidade das fotos de Claudia Guimarães http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/02/14/a-dignidade-das-fotos-de-claudia-guimaraes/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/02/14/a-dignidade-das-fotos-de-claudia-guimaraes/#comments Wed, 15 Feb 2012 01:00:35 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=45

Algumas fotografias de Claudia Guimarães, expostas na Galeria Mezanino, em São Paulo, em um primeiro momento, podem nos lembrar Eugène Atget, o fotógrafo francês do começo do século 20, que tanto impressiona por suas imagens cheias da ausência do ser humano. Assim como Atget, Claudia comunica que através desse vazio teve um rastro, em algum momento homens por ali passaram, mas diferente do fotógrafo que prefere as (maravilhosas) generalizações documentais, ela trabalha com a questão da alteridade, isto é, um só existe porque existe o outro. A cadeira de praia existe por estar em sintonia com outra cadeira. A cama é de casal e não de solteiro.

Dois, em geral, é o número dos amantes, do diálogo, de uma primeira percepção de um certo “Eu” em nossa sociedade. Dessa maneira, temos um duplo movimento (e não é à toa que a questão do retrato é fundamental na estética de Claudia), o fotógrafo só existe a partir do retratado e o fotografado só é revelado no clique/olhar do fotógrafo. Se para existirmos, precisamos do outro socialmente e de certa forma de sua aceitação, entra outro objeto importante nas fotografias de Claudia: as máscaras.

A máscara, esse objeto que nos protege do outro assim como nos torna outro, é fundamental para o chamado convívio social. Nunca somos, no mundo contemporâneo, absolutamente autênticos e abertos, quem tenta esse movimento, além de sempre falhar em sua totalidade (sim, pode-se conseguir um pouco de autenticidade, mas nunca a plenitude), paga sempre um preço bem alto. As máscaras são necessárias em todas as áreas do convívio social, muitas vezes até conosco mesmo, em nossa autoimagem. E a fotos de Claudia colocam isso com muito humor.

Claudia, que já foi fotógrafa da Folha, e se envolveu de forma afetiva com a noite paulistana e seus personagens, muitas vezes é considerada discípula da fotógrafa norte-americana Nan Goldin. Sim, existe um certo naturalismo e espontaneidade, como bem diz Claudia sobre uma das marcas sólidas de sua fotografia assim como há em Nan Goldin esse mesmo princípio. Também existe um certo ambiente semelhante: uma turma, um grupo, assim como uma certa cor. Mas isto é superficial, enquanto Nan trabalha mais profundamente na questão documental e da memória, Claudia dá dignidade às máscaras.

Não existe nada de ingênuo ou apelativo em muito de seus trabalhos termos uma forte presença de travestis, transexuais e drag queens: homens biológicos que se “mascaram” de mulher por sentirem que a sua verdade pertence ao terreno da feminilidade. Nesse momento, as máscaras não estão em nome da proteção e do simulacro e sim da dignidade e da verdade mais profunda.

Não existe retrato mais digno da histórica travesti Andréia de Maio que este feito por Claudia. Assim como suas drags escapam de todo e qualquer exotismo. Léia Bastos nunca foi tão verdadeira em sua essência como nesse retrato que a maquiagem/máscara revela e não esconde a mulher que realmente nela existe, mesmo com seu corpo masculino à mostra.

Essa ética evidenciada pelas imagens da fotógrafa mostra acima de tudo que não são as máscaras o problema e sim como realmente as usamos em relação ao outro. E, no caso das fotografias de Claudia Guimarães, uma lição de nobreza.

Todas as fotos pertencem a Claudia Guimarães e foram cedidas para o blog.

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