Blogayrússia – Blogay http://blogay.blogfolha.uol.com.br A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo Wed, 18 Nov 2015 02:07:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Protestos e vídeos denunciam a crueldade contra os homossexuais na Rússia http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/02/05/protestos-e-videos-denunciam-a-crueldade-contra-os-homossexuais-na-russia/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/02/05/protestos-e-videos-denunciam-a-crueldade-contra-os-homossexuais-na-russia/#comments Wed, 05 Feb 2014 22:00:30 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1616 Saindo de um estado totalitário que condenava a homossexualidade por ser um “sinal da decadência burguesa”, o comunismo soviético deixou seu veneno homofóbico mais nefasto exalar para os outros governos, na Rússia, que pretendiam ser um contraponto ao regime que vigorou desde 1917 até a Glasnost do final os anos 1980. Mas a homofobia estava impregnada e o governo de Vladimir Putin (muda-se presidente, primeiro-ministro e é sempre ele quem manda), aliado à Igreja Ortodoxa Russa, faz uma severa campanha de anulação de direitos de existência dos LGBTs no país.

As chamadas leis antigays que proíbem a divulgação de qualquer  “propaganda de relações sexuais não tradicionais” apesar de drásticas não são tão terríveis como a omissão do Estado aos ataques homofóbicos. A ONG Human Right Watch (HRW) publicou um vídeo esta semana que mostra LGBTs apanhando, sofrendo bullying, agressões psicológicas e torturas. Detalhe: os vídeos são feito pelos próprios agressores que se beneficiam com a ausência e omissão da polícia.

Veja abaixo, imagens fortes:

Com a aproximação das Olimpíadas de Inverno que acontecem em Sochi e começam nesta sexta-feira (07), os protestos ao redor do mundo aumentam. Em São Paulo e no Rio, nesta quarta-feira, 5, manifestantes se vestiram de vermelho e convocam as “pessoas no mundo todo vão se reunir numa Mobilização Global pra pressionar os patrocinadores das Olimpíadas – como o McDonald’s, Coca-Cola e Visa,  – a se manifestarem contra a violência na Rússia às vésperas da abertura dos Jogos”. A All Out está com diversas campanhas contra as leis antigays da Rússia, clique aqui.

leis anti-gays na Rússia

O próprio COI (Comitê Olímpico Internacional) alertou para os protestos no podium de forma branda. “Os Jogos não podem ser usados para atos políticos mesmo que as causas sejam justas”, disse Thomas Bach, presidente da associação. Apesar da afirmação, ele deixou uma brecha: “Mas os atletas podem se expressar livremente nas entrevistas”.

Vendo as imagens acima dá para ter uma nítida ideia do que acontecia com os judeus durante a ascensão do Nazismo. E isto não é nada bom!

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Algumas razões por que Madonna é um dos maiores ícones gay http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/16/algumas-razoes-porque-madonna-e-dos-maiores-icones-gay/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/16/algumas-razoes-porque-madonna-e-dos-maiores-icones-gay/#comments Fri, 17 Aug 2012 01:00:51 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=719
Madonna protesta contra lei antigays em show de sua nova turnê, “MDNA”, na Rússia (Alexander Demianchuk – 9.ago.12/Reuters)

Pode-se gostar ou não da música de Madonna, que completa 54 anos, nesta quinta-feira, 16. Pode-se detestar ou idolatrar seu estilo de vida, mas uma coisa é fato, ela é um dos maiores ícones gay de todos os tempos e aqui vão algumas razões:

– Sempre conviveu com gays, desde a época que ainda morava em Detroit, ainda adolescente. Seu professor de dança, Christopher Flynn, era homossexual e foi ele que a apoiou a ir para Nova York continuar a carreira de dançarina. Então desde cedo, Madonna sabe o pajubá, o(s) estilo(s) de vida das bees e tenha certeza que a esperteza e a ironia que a cantora demonstra em suas entrevistas vêm dali, da convivência com inúmeros gays. Em certo sentido, Madonna nos serve de espelho.

– Com a Aids, apelidada de ‘”peste gay”, nos anos 1980, e a estigmatização da comunidade homossexual, Madonna foi nossa porta-bandeira. Em uma época que muitos tinham medo dos gays como se fossem uma assombração, a cantora encheu de luminosidade e autoestima a nossa existência. Logo que chegou a Nova York, ficou amiga de um jovem designer gay, Martin Burgoyne. Ele a apoiou em diversos momentos difíceis e quando ela soube que ele tinha Aids, a cantora não só ajudou no tratamento como fazia questão de beijá-lo nos lábios, para horror de muita gente que, ignorante sobre a doença, não tinha ideia de como acontecia o contágio.

– Do apoio privado a um amigo, ela se tornou uma das ativistas contra o preconceito aos doentes de Aids. Na edição de março deste ano da revista Advocate, ela relembrou estes tempos sombrios: “Eu fui muito afetada por isso [a Aids]. Eu me lembro de deitar na cama com um amigo meu que era músico e ele tinha sido diagnosticado com esse tipo de câncer, mas ninguém sabia do que se tratava. Ele era um belo homem e eu o assisti meio que se definhando, e depois outro amigo gay, e depois outro amigo gay, e depois outro amigo gay. Eles todos eram artistas e todos muito especiais e queridos para mim.”

– Ainda nos anos 1980, quando ser homossexual era sinal de ser uma peste, ela fazia questão de enfatizar que tudo bem ser gay. E quando muitos decidiram, por medo, pararem de ter relações sexuais, ela veio mais sexy que nunca com “Justify My Love”, beijando uma mulher na boca, “Erotica” e o livro “Sexy”, emitindo a mensagem que sexo é algo natural, a privação dele não.

– Ela trouxe o vogue, dança do underground negro e gay, para o palco principal, nos anos 1990. Em 2012, com “Girl Gone Wild”, ela apresenta o grupo Kazaky, cantores e dançarinos gays ucranianos que dançam de salto alto. Ao retirar do gueto certas culturas e posturas dos LGBTs, ela colabora para uma maior tolerância do chamado grande público.

– Em muitos momentos, Madonna usou o palco para manifestar-se a favor dos direitos dos homossexuais. O mais recente foi este ano na Rússia que ela criticou a lei que é proibido mencionar a palavra gay ou fazer “propaganda” de orientação sexual que não seja a hétero. Em seu show em São Petersburgo pediu para que todos levantassem os braços para demonstrar apoio aos gays. “É um momento muito estranho no mundo. Eu estou viajando pelo mundo todo e eu sinto isto no ar… Eu sinto que as pessoas estão se tornando cada vez mais amedrontadas das outras pessoas que são diferentes, as pessoas estão se tornando mais e mais intolerantes. É um tempo muito assustador, mas nós podemos fazer a diferença. Nós podemos mudar isso. Nós temos o poder. E não precisamos de violência, nós apenas precisamos do amor.” Por este discurso, o vice-primeiro-ministro Dmitri Rogozin a chamou de “p*** velha.”

– Por fim, Madonna gosta de ferver, de bofe bom, de cultura e é a autoafirmação da mulher como indivíduo independente, quer melhor exemplo pros gays! Pra everybody!

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A situação tá bem russa: Ativista é condenado por promover a homossexualidade http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/05/04/a-situacao-ta-bem-russa-ativista-e-condenado-por-promover-a-homossexualidade/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/05/04/a-situacao-ta-bem-russa-ativista-e-condenado-por-promover-a-homossexualidade/#comments Sat, 05 May 2012 00:10:02 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=305
Nikolai Alexeyev é carregado por policiais (Denis Sinyakov/Reuters)

O líder da GayRussia, Nikolai Alexeyev, foi condenado pelo tribunal de São Petersburgo, nesta sexta-feira, 4, por fazer “propaganda homossexual”  e como pena terá que pagar  5 mil rublos (R$ 322).

O militante é o primeiro condenado a partir da nova lei anti-gay da cidade russa que penaliza qualquer menção da palavra ou da atitude homossexual. Os autores da lei acreditam que isto afastará as possíveis influências que a homossexualidade pode causar em crianças.

Alexeyev pretende recorrer à Corte Europeia dos Direitos Humanos pois acredita que a simples relação direta da lei entre homossexualidade e pedofilia é puro preconceito e ignorância.

Promover a homossexualidade é muito diferente de incentivar a pedofilia. Está relação direta é cheia de preconceitos e premissas falsas. Pesquisas já apontaram que uma grande porcentagem de casos de pedofilia acontece em casa e nas relações dos padrastos com suas enteadas. Têm também casos de pedofilia praticados pelos próprios pais, tios e avôs. E, sim, existem casos de pedofilia praticadas por pessoas do mesmo sexo, basta recortar os recentes escândalos de padres católicos acusados de abuso em menores.

Em suma, a pedofilia não pertencem só aos homossexuais, ela também tem sua chave na heterossexualidade. Fazer a imediata relação entre gays e pedófilos, é mais do que ser cafajeste, é indicar que no terreno das civilidades as coisas andam russas no mundo .

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A situação tá russa: Heterossexual é preso por defender gays http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/04/13/a-situacao-ta-russa-heterossexual-e-preso-por-defender-gays/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/04/13/a-situacao-ta-russa-heterossexual-e-preso-por-defender-gays/#comments Fri, 13 Apr 2012 23:30:07 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=248 No último domingo, 7,  Sergey Kondrashov segurou um cartaz, em São Petersburgo, na Rússia, com a seguinte frase: “Uma querida amiga da família é lésbica. Minha esposa e eu a amamos e a respeitamos. E sua família é exatamente igual a nossa.” Ele foi preso.

Sergey Kondrashov segura placa pró gay antes de ser preso (Divulgação)

Acusado de ativista, o advogado só queria mostrar seu apoio a uma amiga homossexual e solidarizar-se contra a lei anti gay (que proíbe qualquer “propaganda” homossexual, aliás nem a palavra gay pode ser falada)  aprovada na cidade russa de São Petersburgo. Na verdade, Sergey ergueu seu cartaz porque acredita que todos os russos são iguais perante o Estado e devem ter os mesmo deveres e mesmo direitos e a lei anti gay não faz nenhum sentido.

Por sua atitude fraterna, ele pode ser multado e preso por até duas semanas. Entidades ligadas aos direitos dos homossexuais estão protestando contra a prisão. Pois a lei anti gay de São Petersburgo, mais do que um reflexo dos tempos presentes, é um sintoma de um passado ditatorial travestido de comunismo que acreditava que os homossexuais eram o sinal da decadência do capitalismo.

Se o tal comunismo real caiu, muito de seus aparatos continuam firmes como o autoritarismo presente na figura quase “imexível” do Primeiro Ministro russo Vladimir Putin, os privilégios dos burocratas transferidos para os mafiosos e o puritanismo do proletariado transformado em moral conservadora.

Enquanto isso, a Rússia mostra ser um país pouco amistoso com os homossexuais e acaba de rejeitar a declaração dos direitos dos homossexuais pelo G8, nesta quinta-feira, 12. É, infelizmente, a próxima placa que o gays e progressistas devem levantar por lá é: “A coisa tá russa!”

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Comunismo e homofobia: o gay invisível http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/03/07/comunismo-e-homofobia-o-gay-invisivel/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/03/07/comunismo-e-homofobia-o-gay-invisivel/#comments Wed, 07 Mar 2012 23:30:07 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=118
Che Guevara (Montagem)

Dois fatos recentes em países que pertenceram ao chamado bloco comunista chamam a atenção. Primeiro: O presidente de Belarus Alexander Lukashenko disse: “Melhor ser um ditador a ser gay”, em resposta ao ministro do Exterior alemão, Guido Westerwelle, homossexual assumido, que disse ser Belarus a última ditadura da Europa. Segundo: Políticos de São Petersburgo, na Rússia, aprovaram uma lei que “ações públicas dirigidas à propaganda da sodomia, lesbianismo, bissexualidade e transgeneridade entre menores” serão punidas com multas.

Apesar de situações distintas, elas têm o mesmo fundo, a homofobia construída por muitas décadas de comunismo, muito mais do que a alardeava pressão da Igreja Ortodoxa ou de um suposto ultranacionalismo (não que esses elementos também não colaborem para a homofobia desses países que um dia foram comunistas). Os países que pertenciam à antiga União Soviética tinham como política a visão que os homossexuais significavam a decadência do capitalismo e era um mal a ser combatido.

Claro que nem sempre foi assim, logo após a Revolução Comunista, Lênin aboliu a lei anti-sodomia, em 1918. Ali existia o ideal contra todas as opressões, principalmente contra as mulheres e as orientações sexuais. Os anos 1920 foram de certa tolerância, segundo relatos, mais para lésbicas do que para travestis e homens gays. Até que, em 7 de março de 1934, uma lei fixava pena de no mínimo três anos de prisão por relações sexuais entre homens. As ditaduras comunistas tornaram-se mais ditaduras e menos comunistas em certo sentido.

E esse modelo – que prega que os gays são agentes do capitalismo para a corrupção e subversão dos valores do proletariado – foi o seguido por todos os países que aderiram ao regime comunista autoritário. Diferente dos nazistas que tiveram bem documentados os presos com o triângulo rosa (símbolo dos homossexuais nos campos de concentração), essa mesma perspectiva não se tem em relação aos gays que foram enviados aos gulags da Sibéria e aos porões de Pequim, Havana e outros centros comunistas. Pouco se sabe sobre eles. Eles são quase que apagados da História de seus países. São jogados à invisibilidade.

Em Cuba, graças aos livros e depoimentos de Reinaldo Arenas, pode-se tentar construir a cena que milhares de homossexuais foram presos pelo simples fato de não serem héteros. Mas ele aponta para um outro ponto importante: Os homossexuais que sobreviveram nos regimes comunistas sem serem presos. O escritor Lezama Lima e o músico Bola de Nieve são dois exemplos. Este último, Arenas ironizou: “Ele era o cocheiro da revolução”.

Homossexuais, Lezama e Bola poderiam não ser incomodados enquanto sua sexualidade permanecesse invisível. Mas mesmo assim, isto teria um preço. Lembro que, em 1994, em uma viagem para Cuba, procurei durante dias pelas ruas de Havana o romance “Paradiso” de Lezama Lima e álbuns de Bola de Nieve em vão. Achei dois LPS em péssimo estado do cantor genial, muito diferente dos inúmeros livros e discos de Nicolás Guillén, mais adequado ao sistema de Castro na época. Isto quer dizer, a invisibilidade dos dois continuou presente mesmo depois deles mortos e reconhecidamente patrimônios da cultura cubana.

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Mesmo com o importante mea-culpa de Fidel Castro em 2010, responsabilizando-se pela perseguição aos homossexuais nos anos 1960 e 70, mesmo com a China descriminalização a homossexualidade em 1997, o traço homofóbico dos regimes comunistas não se apagará de uma hora pra outra, por isso, é mais importante que nunca que os gays se tornem cada vez mais visíveis, aliás não só nesses países como também no nosso que nunca foi comunista, mas sempre foi autoritário.

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Em relação à Rússia e a lei de São Petersburgo, a organização All Out fez um vídeo, pedindo para mandar mensagens para o dirigente da cidade pedindo para que essa lei não seja implementada. Assista (legendas em português precisam ser ativadas):

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