Blogayprotesto – Blogay http://blogay.blogfolha.uol.com.br A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo Wed, 18 Nov 2015 02:07:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Militantes marcam protesto contra homofobia em estação de trem http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/04/25/militantes-marcam-protesto-contra-homofobia-em-estacao-de-trem/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/04/25/militantes-marcam-protesto-contra-homofobia-em-estacao-de-trem/#comments Fri, 25 Apr 2014 11:30:02 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1679 No começo do mês, o assessor parlamentar Agripino Magalhães, 33, acusou 11 seguranças terceirizados e dois policiais ferroviários de agressão física e homofobia, ocorrido na Estação Palmeiras-Barra Funda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Militantes marcam para esta sexta-feira, 25, às 17h, protesto no mesmo local para chamar a atenção sobre a violência contra homossexuais.

O fato começou como uma discussão no banheiro depois que Magalhães ouviu declarações homofóbicas de um segurança da CPTM e o confrontou. A violência acabou ganhando maiores proporções com e entrada de outros vigias e seguranças. Ao tentarem impedir as agressões, também apanharam dos funcionários, um outro rapaz e uma senhora, que, segundo o assessor parlamentar relatou ao Blogay, acabou também sofrendo agressões. “A interferência dela foi muito importante porque ela nos defendeu muito das agressões dos seguranças”.

A reação de Agripino é exemplar para qualquer tipo de agressão. Ele não abaixou a cabeça. Mesmo o agredido sempre se sentir humilhado psicologicamente, ele, todo machucado, foi à polícia. “Fiz o B.O. na Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano) e vou a processar a CPTM e Gocil (empresa terceirizada para fazer a segurança da estação). O meu advogado é o doutor Ademar Gomes”.

O Blogay entrou em contato com a assessoria da CPTM e eles informaram, por telefone, que “ as providências foram tomadas e que agora o caso é com a polícia”.  Agripino também nos relatou que “segundo a CPTM, os seguranças foram afastados do trabalho até que a empresa Gocil tomasse suas providências. Eu fiquei muito machucado, com várias marcas no meu corpo”.

Perguntado se ele não temia voltar à estação e sofrer represálias, Magalhães deu outra reposta exemplar: “Eu não tenho medo pois se não fazer valer nossos direitos, esses assassinos tomam conta do nosso país, enfrentaria novamente”.

O caso das agressões contra Agripino são emblemáticas. Primeiro, ele não admitiu declarações homofóbicas, que acontecem todos os dias ao nosso redor e muitas vezes nos calamos, ele reagiu contra elas. Depois, mesmo agredido, resolveu tomar as medidas legais contra a violência homofóbica. Ele não caiu no exercício (tacanho) de transformar a vítima em culpada de ser agredida. E, por fim, ele denunciou em diversas instâncias (polícia, imprensa, militância) o fato. Temos muito a aprender com este exemplo.

Agripino Magalhães acusa seguranças da CPTM de agressão homofóbica e militantes marcam protesto (Reprodução/Facebook)
Agripino Magalhães acusa seguranças da CPTM de agressão homofóbica e militantes marcam protesto (Reprodução/Facebook)
]]>
3
O que está em jogo com Bolsonaro na CDHM? Ativistas marcam protesto http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/02/12/o-que-esta-em-jogo-com-bolsonaro-na-cdhm-ativistas-marcam-protesto/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/02/12/o-que-esta-em-jogo-com-bolsonaro-na-cdhm-ativistas-marcam-protesto/#comments Wed, 12 Feb 2014 22:30:14 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1623 Depois de Marco Feliciano (PSC-SP), não poderia ter outro pesadelo maior. Mas sim, existe a possibilidade de Jair Bolsonaro (PP-RJ) ser o novo presidente da CDHM (Comissão dos Direitos Humanos e minorias) da Câmara. Um protesto está sendo marcado em São Paulo pelas redes sociais, para quinta-feira, 13, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, em São Paulo. Um abaixo assinado também acontece na internet.

Bolsonaro é conhecido por suas posições contras as minorias, ainda mais os homossexuais, e sua defesa da Ditadura Militar e das torturas. Não poderia ser o a pessoa mais errada para presidir esta comissão que visa exatamente dar direitos sonegadas às minorias e os menos privilegiados. Quando o deputado federal diz: “Minha proposta é defender direitos da maioria e não da minoria…”, ele comprova que não entende para o que funcionam os direitos humanos. É a ideologia de dar direitos aos que não têm. A maioria não é composta de pessoas especiais, então, se é para a maioria, como diz o discurso do filiado ao PP, danem-se as calçadas sinalizadas para cegos, o transporte com acessibilidade e assim por diante.

Mas por que uma figura tão bizarra foi escolhida para o cargo? Todos sabemos que se alguém saiu desgastado da presença de Feliciano na CDHM, este alguém foi o PT. O partido com sua ampla base governista sofre chantagens e é o que está acontecendo agora. Todos sabem que se Bolsonaro assumir, o desgaste vai ser maior ainda. Jeferson Monteiro, o criador da Dilma Bolada escreveu: “Se o PT deixar Bolsonaro assumir a Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, não apenas a Dilma Bolada acaba como também não voto na Dilma”. Novamente quem pagará a conta será o PT.

Exatamente por isto, é uma forma do PP pressionar o partido que é o topo da pirâmide da base governista para conseguir ter o que deseja: a Comissão de Minas e Energia, mas o PSD está na frente na ordem das escolhas e já disse que a deseja.  Com isto, podemos, graças ao jogo político, ter um algoz contra as minorias chefiando o lugar que pretende ser exatamente o lugar dos direitos desta mesma minoria.

Ordem de escolha de comissões da Câmara por partido
Ordem de escolha de comissões da Câmara por partido

 

]]>
42
Frente de direitos humanos lança carta e nova data de ato contra Feliciano http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/27/frente-de-direitos-humanos-lanca-carta-e-nova-data-de-ato-contra-feliciano/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/27/frente-de-direitos-humanos-lanca-carta-e-nova-data-de-ato-contra-feliciano/#comments Wed, 27 Mar 2013 23:30:11 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1196 Com a insistência de Marco Feliciano (PSC-SP) continuar na presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDHM), formou-se uma frente dos direitos humanos composta pelo movimento negro, LGBTs, religiosos, mulheres e independentes paras continuar os protestos contra o deputado federal e o PSC. Eles lançaram uma carta nesta quarta-feira, 27, e uma nova data de protesto em São Paulo.

Flyer de protesto contra Marco Feliciano e PSC em São Paulo (Divulgação)

Na carta, eles convocam os defensores dos direitos humanos a uma manifestação na Paulista, no dia 7 de abril, e uma marcha mundial de direitos humanos que será realizada no mês de dezembro.

Intitulada como Frente de Luta pelos Direitos Humanos “Direitos Humanos JÁ!”, eles colocam: “Não podemos falar de Direitos Humanos sem falar de direito penal, civil e constitucional. Tudo começa na pessoa”.

Leia abaixo a íntegra da carta:

Direitos Humanos JÁ!

“Um Direito de Todas(os)”

Partindo da premissa que Direitos Humanos é um direito de SER, esta carta pública tem como propósito demonstrar e elencar os instrumentos institucionais de proteção dos Direitos Humanos e como eles estão sendo sonegados no Brasil hoje, país que assinou os Direitos Internacionais da Pessoa Humana.

Os Direitos Humanos estão previstos na Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, sendo esta a primeira carta magna no mundo a incorporar normas de Direitos Humanos, em seu texto, o que proporcionou a inserção do nosso país na arena internacional, configurando assim um importante marco de referência histórica em nosso processo de transição DEMOCRÁTICA.

Não podemos falar de Direitos Humanos sem falar de direito penal, civil e constitucional. Tudo começa na pessoa.

Os fundamentos sustentados e discursados no processo de negação dos valores da Pessoa Humana como fonte de direito gera uma ruptura dos paradigmas dos Direitos Humanos, internalizada por uma postura discriminatória a diversos grupos da sociedade a fim de obter, exceto nas formas de construção, múltiplos preconceitos e discriminações. Assim atinge-se uma grande parcela da sociedade brasileira, na qual estão inseridos os NEGROS, HOMOSSEXUAIS, MULHERES, RELIGIOSOS e os que NÃO TÊM RELIGIÃO, entre outros. Estes fundamentos discriminatórios devem ser combatidos e eliminados para que não se percam as conquistas e as concepções de tais valores que abrangem a humanidade como, por exemplo, o Estatuto da Igualdade Racial, uma grande conquista para os negros brasileiros, sancionado em 2010 e ainda não aplicado na prática.

Após uma grande mobilização nas redes sociais, a partir de uma articulação de cyberativismo feita pelo grupo “Pedra no Sapato”, que teve a colaboração de diversos segmentos, fez-se todo o esforço para sair do mundo virtual e levar às ruas todas as nossas indignações aos que vêm, não só violando as leis internacionais, como o direito interno que rege o Brasil. E conseguimos!

Nos dois últimos atos “Fora Feliciano”, que repercutiram na mídia, ocorridos na cidade de São Paulo nos dias 09 e 16 de março, na av. Paulista, que causaram diversas outras manifestações no Brasil afora e em outros países como Argentina, França, Holanda, EUA, Alemanha, foram mobilizados – nas duas manifestações – cerca de 40 mil pessoas que foram às ruas defender as bandeiras que estão contidas nas causas de Direitos Humanos.

Estamos acompanhando em diversos campos da sociedade, manifestações, atos e práticas inconstitucionais, desde o Parlamento até o Executivo e o Judiciário, que utilizam algumas mídias para propagar e externar suas ideologias racista, homofóbica, machista, sexista e de intolerância religiosa ferindo assim as leis brasileiras e todos os acordos internacionais, na medida em que sanções previstas em nossa jurisdição não estão sendo aplicadas como se devem, conforme estão estabelecidos nos tratados internacionais.

Através de tudo que foi esboçado por nós nesta carta, nós, ativistas sociais em conjunto da sociedade civil e os militantes independentes entre outros, nos reunimos em intuito de nos manifestar publicamente contra todas as formas discriminatórias, com o objetivo de mostrar a nossa indignação, a impunidade de todos os violadores dos Direitos Humanos e principalmente ressaltar o artigo 5º da Constituição Federal que exige a igualdade entre os seres humanos.

Comunicamos ainda que estamos preparando a I Marcha Mundial de Direitos Humanos a ser realizada no mês de dezembro do decorrente ano.

Constituímos a Frente de Luta pelos Direitos Humanos “Direitos Humanos JÁ!” que tem o objetivo de reunir todos os ativistas sociais e defensores da causa para o nosso IV manifesto “Fora Feliciano” que será realizado no dia 07 de Abril de 2013 às 14h na Praça do Ciclista na Avenida Paulista.

São Paulo, 27 de março de 2013.

Executiva da Frente de Luta pelos Direitos Humanos “Direitos Humanos JÁ!

Bill Santos – Militante LGBT

Denílson Costa – Diversidade Barueri

Pierre Freitaz – Militante Independente de Direitos Humanos e LGBT

Sonia Santos – Representante Nacional de Direitos Humanos do Movimento Negro e MMU

Todd Tomorrow – Pedra no Sapato

]]>
125
Vídeo em que Feliciano critica Igreja Católica prova que esta não é uma briga entre gays e religiosos http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/12/video-de-feliciano-criticando-igreja-catolica-prova-que-esta-nao-e-uma-briga-entre-gays-e-religiosos/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/12/video-de-feliciano-criticando-igreja-catolica-prova-que-esta-nao-e-uma-briga-entre-gays-e-religiosos/#comments Tue, 12 Mar 2013 21:30:04 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1143 Atualizada às 22h30

A tática de Marco Feliciano (PSC-SP) e seus seguidores é que toda a movimentação popular contra a sua nomeação para a presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias é uma luta entre religião e os homossexuais. Um vídeo que tem circulado recentemente nas redes sociais mostra o pastor detonando a Igreja Católica como “religião morta e fajuta”. Com as imagens, percebemos que é o deputado quem desmonta seu próprio discurso de que as religiões estariam todas de seu lado. Ele mesmo não tem respeito pelas que ele não é lider como podemos ver mpos links abaico

[youtube Ce86i08MhE4 nolink]

[youtube JA8yjIXwJc0 nolink]

Deve ser pela falta de respeito com outras religiões que segmentos de várias correntes cristãs condenaram publicamente a nomeação do pastor, deixando bem claro que os protestos e a indignação passavam longe de uma guerra contra os evangélicos e armado pelos homossexuais para derrubá-lo.

“Os necessários avanços dos Direitos Humanos no Brasil poderão acontecer sob a gestão do PSC e, para tanto, nos parece estratégico ouvir o clamor das ruas e dos movimentos sociais com respeito à escolha, pelo partido, de um nome que não traga tamanha carga negativa para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias”, diz a carta aberta da Rede Fale, formada por diversas igrejas evangélicas, tradicionais e pentecostais, que militam no campo dos direitos humanos.

O secretário de mobilização da Rede Fale, Caio Marçal, em entrevista ao “Estado de São Paulo”, nesta terça-feira, 12, foi enfático: “O discurso de ódio na boca de quem se diz discípulo de Jesus é anacrônico. A gente entende que as falas do pastor Marco Feliciano não colaboram para um debate respeitoso e qualificado em torno da questão dos Direitos Humanos”.

O pastor negro da Igreja Batista do Parque Doroteia, Marco Davi de Oliveira, foi taxativo em entrevista para o “Diário do Grande ABC”: “Ele não nos representa”.

Evangélica contra Marco Feliciano (Reprodução/Facebook)

Por fim, a Conic (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs) formado pelas igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida fez uma moção neste final de semana de repúdio contra Marco Feliciano.

“Considerando o corolário de nossa missão, à luz dos valores que a inspiram, e as manifestações de diversos segmentos da sociedade brasileira, expressamos nosso repúdio ao processo que levou à escolha do Deputado Marco Feliciano (PSC), o qual, por suas declarações públicas, verbais e escritas de conteúdo discriminatório, de cunho racista e preconceituoso contra minorias, pelas quais responde a processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Tal comportamento o descredencia para liderar a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e propugnamos por seu imediato afastamento”, diz um trecho da moção.

Em todos os textos nas redes sociais que chamam para os protestos contra o pastor segue a seguinte observação: “ O evento não é anti-evangélico. Demonstrações de ódio a religiões não serão toleradas”.

Entretanto, apesar de diversas religiões, incluindo as cristãs, se manifestarem contra Feliciano, o deputado prefere a tática de se fingir perseguido pelos gays e que eles são os responsáveis por toda esta celeuma. A história mostra exemplos péssimos desta tática, os judeus em muitos séculos conheceram bem a fundo este discurso que Feliciano agora quer fazer para os LGBTs.  Escolher um bode expiatório para esconder suas reais intenções.

Apenas um paradoxo, todos que usaram deste recurso de escolher uma minoria como vilã sempre estiveram do lado oposto dos direitos humanos, senhor Marco Feliciano, pense nisto!

Imagem compartilhada nas rede sociais (Reprodução / Twitter Zeca Bral)

P.S.: A imagem acima é uma referância à obra do pintor belga surrealista (como a situação que vivemos hoje) René Magritte, “La Trahison des Images” (A Traição das Imagens). Na pintura tem-se um cachimbo e uma legenda abaixo escrita em francês “isto não é um cachimbo”, isto é, existe uma diferença grande entre representação (a ação de Feliciano responsabilizar apenas os gays pelos protestos e tentar vilanizá-los) e realidade.

“La Trahison des Images”, de René Magritte (Reprodução)

 

]]>
82
Manifestação contra Marco Feliciano (um relato pessoal) http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/manifestacao-contra-marco-feliciano-um-relato-pessoal/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/09/manifestacao-contra-marco-feliciano-um-relato-pessoal/#comments Sun, 10 Mar 2013 02:00:30 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1129 Nesta tarde de sábado, 9, nesta terra de Macunaíma, a preguiça deu espaço para a reação, para a tomada de posição, para a indignação e principalmente para a cidadania. Insatisfeitos com a nomeação do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) – acusado por ativistas de racismo e homofobia e investigado pelo STF por estelionato – para a presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias,  os brasileiros resolveram sair às ruas.

Manifestação contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) em São Paulo (Clara Averbuck)

Eu resolvi sair também. A primeira estranheza era a quase ausência de bandeiras de partidos políticos. É muito cedo para dizer se isto é positivo ou não, mas é novo! Muitos movimentos e manifestações que se dizem apartidários ou supra partidários e nascem nas redes sociais – como este – deixam claro no primeiro grito de guerra na rua as suas filiações partidárias. Ali afirmava-se acima dos partidos que eram os movimentos sociais e pessoas independentes que queriam mostrar sua indignação.

Uma surpresa boa: encontrei amigos que raramente os vejo neste tipo de evento. Eles estavam lá, firmes, gritando,  algo neles sinalizava que as negociações políticas tinham ido longe demais, eles não podiam mais ser indiferentes.

Da mesma forma, foi super orgânica a união, em determinado ponto da passeata, entre os que protestavam contra Feliciano com os que pediam a renúncia de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. Quem acompanhou pela internet, presenciou brigas homéricas entre os participantes de um e o de outro evento, mas quando tudo saiu da virtualidade e se tornou real, percebeu-se como de fundo as duas causas se assemelhavam.

Manifestação contra Marco Feliciano (PSC-SP) desce a rua da Consolação, em São Paulo (Shin Shikuma/UOL)

Assim como nunca ficou tão límpido que a luta pelos direitos gays (as faixas pedindo a aprovação do PLC 122 se fizeram bem presentes) é de fundo igual a dos negros, mulheres, cadeirantes. Uma cadeirante me emocionou muito ao fazer questão de fazer o percurso da passeata todo (da Paulista até a Roosevelt e voltando para a Paulista) em calçadas e ruas em péssimo estado. Ela estava dizendo a  todos  que assim estava se irmanando com as causas como todos ali.

No caldeirão das diferenças: uns contra o Renan, outros contra Feliciano, outros denunciando racismo, outros homofobia, misoginias, percebemos ali  de forma muito clara que estávamos todos falando das mesmas coisas: isonomia e cidadania.

Manifestantes se beijam explicitando que tanto a causa LGBT como a negra são de mesmo fundo (Adriano Vizoni/Folhapress)
]]>
45
O rosa: a cor das passarelas e dos protestos http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/10/05/o-rosa-a-cor-das-passarelas-e-dos-protestos/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/10/05/o-rosa-a-cor-das-passarelas-e-dos-protestos/#comments Fri, 05 Oct 2012 19:30:30 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=905 Foi-se o tempo que se um cara aparecesse com uma camisa rosa, algum engraçadinho diria: Onde você comprou tem pra homem? Identificada como uma cor feminina desde os anos 1930/40 e também associada aos gays, era ela também motivo de preconceito.

De cor de “mulherzinha” no sentido mais pejorativo, ela tem conquistado as passarelas masculinas e as ruas – cada vez mais homens usam camisa deste tom.  “Acho que o preconceito com o rosa entre os homens já era, sim. Mas apenas para os tons mais lavados, como o bebê. Apesar do pink estar em alta entre as mulheres – reflexo da onda esportiva que assola as coleções há duas temporadas – , dificilmente um homem brasileiro, hétero, assumirá o tom no seu guarda-roupa. Por todos os motivos que, antes, ‘proibiam’ qualquer outro tom da cor”, diz para o Blogay o editor de moda masculina da “Harper’s Bazaar Brasil”, Sylvain Justum.

O que Justum coloca como os motivos proibidos do rosa choque é o medo que muitos homens têm de perder sua masculinidade vestindo este tom. Como se uma cor garantisse a heterossexualidade de alguém.

Detalhe da coleção da Prada verão 2013 (Filippo Monteforte/France Presse)

Se os homens cada vez mais se liberam de medos infundados, as mulheres resolveram apostar naquilo que é pejorativo como uma força afirmativa e o rosa apareceu em coleções importantes da temporada internacional de moda. A Prada foi uma delas. A jornalista da Folha Vivian Whiteman disse ao blog: “O rosa está sendo usado como uma cor de massa. Referência às massas dos mercados orientais sim, mas também uma ideia de massa feminina, de rever em que circunstância o rosa é ‘de menina’”.

A ideia de o rosa como algo das massas reflete-se em evento que acontece nesta sexta, 5, em São Paulo. É um ato contra e não a favor, o que tira o caráter adocicado de uma imagem cristalizada sobre a cor. É uma manifestação contra o candidato à prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB)

O crítico de música, escritor e jornalista Alex Antunes, próximo aos organizadores do movimento explica: “São Paulo é uma cidade muito ligada numa percepção ying-yang, que é aquela excessivamente masculina: poder do poder, a lei da lei, a religião da religião, o ‘quem não reagiu está vivo’. Mas isso deixa o arquétipo complementar exaltado. São Paulo também é uma mulher brava, um gay contundente. o ‘rosa choque’ é rosa… e é choque. O rosa é uma cor importante nos sistemas simbólicos orientais, como o indiano, e que está quase excluído da nossa vida cotidiano, identificado como um ‘excesso de exuberância’. um yang do yin. isso é exatamente do que precisamos. Além de um detalhe mais materialista sobre o rosa choque: nenhum partido no país usa, nem teria a coragem de usar”.

Então, think pink – pense rosa e pise forte.

Cartaz do evento (Divulgação)
]]>
9
Foto polêmica entre empresário gay e Celso Russomanno causa polêmica nos meios LGBTs http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/20/foto-polemica-entre-empresario-gay-e-celso-russomanno-causa-polemica-nos-meios-lgbts/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/20/foto-polemica-entre-empresario-gay-e-celso-russomanno-causa-polemica-nos-meios-lgbts/#comments Thu, 20 Sep 2012 23:30:51 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=844 Na manhã desta quinta-feira, 20, uma imagem caiu como uma bomba para a comunidade LGBT. Um dos empresários mais poderosos da noite gay de São Paulo, André Almada, apareceu em uma foto abraçado com o candidato do PRB à prefeitura da cidade, Celso Russomanno.

As fortes ligações do político com as lideranças da Universal, igreja que faz forte oposição aos direitos dos homossexuais, bissexuais e transgêneros transforma o apresentador de TV e deputado federal em antagonista dos gays.

Celso Russomanno e André Almada no centro da foto (Reprodução)

Esta sensação do gesto entre figuras emblemáticas que a princípio estão em campos opostos se abraçando logo causou celeuma. E multiplicaram-se no mar de palavras e sensações que são as redes sociais manifestações de repúdio e de apoio a esta imagem. Para uns, foi um ato democrático, para outros, foi um sinal do jogo de interesses políticos sem nenhuma ideologia ou preocupação com os direitos dos LGBTs.

Protesto no Facebook (Reprodução)

Uma manifestação de repúdio está sendo marcada no sábado, 22, em frente a um dos clubes de Almada. “Gritemos, demonstremos nossa indignação e repulsa a este ato e inspirados em Harvey Milk vamos à frente da boate ‘The Society’ de André Almada demonstrar nossa ojeriza em relação ao seu apoio ao candidato não desejado pela comunidade LGBT”, diz o manifesto no Facebook.

A assessoria do empresário soltou uma nota esclarecendo o caso: “Sobre a foto que tem circulado pela internet, na qual o empresário André Almada aparece ao lado do candidato a prefeito de São Paulo, Celso Russomanno, explicamos que se trata de um evento realizado na semana passada no clube ‘The Society’. Russomanno, apontado por muitos como opositor da comunidade e dos direitos LGBT, foi justamente esclarecer essa questão e apresentar seus planos e projetos pertinentes a esse público. O que fizemos foi dar direito de resposta e promover um debate saudável. O Grupo The Week, além de promover entretenimento, exerce sua responsabilidade social. Nossas portas estão abertas a todos os demais candidatos.”

Muito se questionou se o empresário estava apoiando Russomanno, o porquê da foto, qual a qualidade daquele encontro. O Blogay mandou via e-mail perguntas para André Almada que explica seu ponto de vista no caso.

Blogay – Como aconteceu este encontro entre você e Russomanno?

André Almada  – O partido do deputado Campos Machado (o PTB) solicitou um encontro com o candidato. Então convidei algumas pessoas do meio LGBT para um bate-papo no clube “The Society”. A iniciativa não foi nossa. Foi solicitação do partido. Nós aceitamos, pois achamos que esse debate seria uma forma de exercermos de fato a democracia, e também uma oportunidade de ouvir do próprio candidato a posição dele quanto às propostas direcionadas aos homossexuais. Qualquer outro candidato que nos procurar, faremos o mesmo.

Convite do evento ( Reprodução)

Como surgiu a foto, por que decidiu tirar uma foto ao lado dele?

Como anfitrião da noite, uma foto com o candidato é de praxe. Afinal, constituímos a mesa de debate.

Como você está reagindo aos comentários e atos contrários a esta foto?

Me surpreendi e ao mesmo tempo fiquei feliz, pois não imaginava que promovendo este encontro eu fosse descobrir que tantas pessoas estão politicamente engajadas e preparadas para cobrar do(a) nosso(a) futuro(a) prefeito(a), independentemente de quem seja eleito,  ações que envolvam a classe LGBT.  As pessoas estão preocupadas com as propostas dos candidatos, e isso é muito bom. Embora estejamos sofrendo críticas, o nosso objetivo de promover a reflexão está sendo cumprido.

Você sabia das ligações de Russomano com as lideranças da Universal, inimiga histórica dos LGBTs no país? Isto não te deixou ressabiado de realizar este encontro?

Sim, tenho conhecimento pelo que se tem divulgado na mídia e redes sociais. Justamente por isso achei oportuno esclarecer essa e outras questões na presença dele. Afinal, ele foi a um clube gay conversar com gays sobre os direitos dos gays.

Afinal, você apoia ou não Celso Russomano? A suas boates “The Week” e “The Society” tem alguma agenda política?

Até o momento não apoio nenhum dos candidatos à Prefeitura de São Paulo. Não temos agenda política, mas reforço que estamos abertos a todos os candidatos.

***

Como no fatídico recente clique do aperto de mão entre Lula e Maluf, em que a imagem fala mais alto que qualquer palavra, é inevitável perceber uma certa incoerência (e também inocência?) neste abraço. Celso Russomanno é o candidato que parece esconder o que pensa, porque reitera a todo tempo que só quer discutir a cidade – como se o fato do que ele acredita não tivesse menor valor. Ele é o que se diz católico e que seu partido é de base da mesma religião, quando reportagem da Folha mostra sua profunda relação com a Igreja Universal e seus líderes, muitos deles políticos que lutam intensamente contra leis de direitos aos homossexuais. Isto é, existe algo de dissimulado entre o que ele diz e o que realmente é.

Parece louvável que ele vá ao encontro dos homossexuais, mas dentro desta perspectiva de dissimulação parece ser mais um jogo dele. Sim, como Almada disse, ele foi fazer suas propostas sobre a cena gay – algo que parece estar longe de sua agenda verdadeira . Em troca, um abraço. E a imagem do homem que declarou ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo transforma-se com esta foto (que diz mais que mil palavras) em uma prova contrária da homofobia que realmente sustenta sua campanha.

Quem o acusará de homofóbico agora? Ele foi aos gays, abraçou um deles. Ele tem agora mais um álibi em seu arsenal de dissimulações, e a  gente, nem um abraço de verdade.

]]>
149
A Parada Gay, números e o Datafolha http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/06/15/a-parada-gay-numeros-e-o-datafolha/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/06/15/a-parada-gay-numeros-e-o-datafolha/#comments Fri, 15 Jun 2012 23:00:45 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=487 A divulgação dos números de participantes da Parada Gay de São Paulo pelo Datafolha, na última  segunda-feira (11), gerou controvérsia entre os organizadores do evento e militantes. Foram contabilizados 270 mil participantes.

“Fiquei sabendo não pelo jornal, mas pelo Silas Malafaia [famoso opositor do movimento gay], comemorando os números. Ele não teve o pudor de desmerecer a Parada e chamá-la de grande mentira. Para quem serve esta pesquisa afinal?”, disse Luís Arruda, um dos coordenadores do grupo Mães Pela Igualdade para o Blogay.

A festa de Malafaia com os números da Parada fizeram com que uma avaliação científica [que não por isto não possa ser questionada] caísse no terreno das ideologias. É o que aponta o ex-DJ Marcos Morcef e hoje autointitulado agitador político: “Foi declarado um jogo entre o subestimado [Datafolha] versus o superestimado [Parada Gay]. Cabo de guerra fail [fracassado] e ambos fora da realidade. Falta sensibilidade para o real movimento social, mas é inegável que o Datafolha cumpriu, mesmo sem querer, um papel positivo para os ultramegaconservadores”.

A associação da Parada soltou uma nota na quarta-feira (13), e a Folha publicou não só a nota como também alguns esclarecimentos apontados pela organização do evento.

Mesmo assim, uma matéria publicada pela Folha sobre o lixo produzido na Parada trouxe outros questionamentos.  “Folha diz que na Parada havia apenas 270 mil pessoas, por outro lado  deixaram 117 toneladas de lixo na rua, que dizer, cada pessoa deixou 0,433 kg de lixo, ou seja, cada LGBT produz quase meio quilo de lixo, o que é um número quase impossível ou somos muito porcos mesmo”, protestou ironicamente Ivone Pita, moderadora do Grupo Todos contra a Homofobia, Lesbofobia e Transfobia .

A matéria do lixo na Parada também trouxe indignação do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). Mas por outro motivo. “Estou esperando as estatísticas da Folha sobre o próximo Carnaval: a quantidade de lixo produzido, de garrafas apreendidas… Começa-se com a Parada Gay, termina-se com o Carnaval… Só sobrarão as Marchas para Jesus, que são corretas e virtuosas, não é?”, escreveu em seu Twitter questionando a pauta.

Mensagem de agradecimento dos organizadores da Parada de São Paulo (Divulgação)
]]>
20
Travestis e transexuais protestam contra Parada Gay: “É machista e misógina” http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/06/09/travestis-e-transexuais-protestam-contra-parada-gay-e-machista-e-misogina/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/06/09/travestis-e-transexuais-protestam-contra-parada-gay-e-machista-e-misogina/#comments Sat, 09 Jun 2012 22:30:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=457 Neste sábado, 9, foi lançado nas redes sociais um protesto da Frente Paulista de Travestis e Transexuais contra a organização da Parada Gay de São Paulo.

Em conversa por telefone com o Blogay,  a travesti Janaína Lima, 36, esclarece o que está acontecendo. “Este ano não temos o nosso tradicional trio nem conseguimos colocar nossos cartazes. Mas acordamos com a Parada que iríamos no trio oficial de abertura e algumas outras no trio da Paz que encerra o evento. Depois vieram nos anunciar que iríamos no sétimo carro e no último. Por fim, ontem (sexta-feira) avisaram que seria só no sétimo carro e que não adiantava nem reclamar porque não tinha acordo.”

As travestis e transexuais iriam vestidas de professora, enfermeiras, advogadas. “Eles [os organizadores] pediram que nós não fossemos peladas ou de vestido curto. Mesmo a gente achando que no fundo tinha algum preconceito porque boy de sunga branca sem camisa iria ter aos montes, nós concordamos porque era uma maneira de dar visibilidade aos transgêneros.”

Toda esta situação escancara um certo desdém, mesmo que implícito, pelas vítimas mais visíveis da homofobia. “Com esta gestão não conseguimos diálogo algum, existe uma invisibilidade para as travestis e transgênros. A Parada Gay hoje é uma parada machista e misógina”, desabafa Janaína.

Esta situação levou a Frente a divulgar a seguinte nota:

“Nós, travestis e transexuais reunidas no dia 09 de junho de 2012 após discussão pelo conjunto de pessoas presentes na reunião ordinária, como consta registrado em ATA, vimos por esse intermédio protestar pela forma como foram tratadas as travestis e transexuais desse estado na 16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Não concordamos com os argumentos usados nas discussões para as nossas participações limitando e impondo o modo de nos vestir e se comportar durante a parada, ainda assim concordamos.  Porém, nem com esse acordo fora disponibilizado para nós o trio como de costume, mais espanto causou ainda quando fomos informadas que nem as nossas participações nos demais trios fora garantida como um acordo prévio com os organizadores da mesma. Nesse sentido não nos cabe outra atitude senão PROTESTAR pela forma transfóbica dos organizadores da 16ª Parada e esperar que a gente possa ser incluída não somente nos discursos, mais nas ações e atitudes que tenham a ver com a população LGBT de São Paulo, pois também fazemos parte dessa cidade e estado.

Travestis e Transexuais já esta na hora de sermos respeitadas e não apenas usada”

Protesto de trans contra a Parada neste sábado, 9 (Divulgação/Facebook)

O OUTRO LADO

Em conversa com o Blogay, o assessor de imprensa da Parada de São Paulo, Leandro Rodrigues, explicou que “existem 40 pulseiras reservadas para as travestis e transexuais. 20 para o sétimo carro e 20 para o último carro que será um trio da diversidade, voltada a grupos vulneráveis, além da questão do casamento igualitário.”

Segundo Rodrigues, o trio oficial da Parada, o chamado carro oficial acabou ficando apertado para o grupo de travestis pois terá a presença de políticos como Marta Suplicy, Jean Wyllys e o governador Geraldo Alckmin que virá com uma comitiva de oito pessoas.

Ele também afirma que “em nenhum momento a Parada resolveu impor uma certa vestimenta para as travestis. E que cada um vá vestido como bem entender. Importante frisar é que a orientação para se vestirem como profissionais de várias áreas atende a uma demanda levantada por nosso grupo quinzenal de TTs [travestis e transexuais], que é a inserção delas no mercado de trabalho. Portanto, virem fantasiadas de médica, comissária de bordo, professora etc é um protesto alegórico pelo o reconhecimento das TTs como capazes de executar qualquer função. Porém, nenhuma delas é obrigada a acatar essa orientação e podem se vestir da forma que quiserem.”

Sobre uma posição  de transfobia da Parada , ele alega que em seus quadros têm as travestis Greta Star, tesoureira do evento, e Adriana da Silva.

]]>
136