Blogayhomossexuais – Blogay http://blogay.blogfolha.uol.com.br A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo Wed, 18 Nov 2015 02:07:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sair do armário é uma questão social ou individual? Jason Collins e a Parada LGBT http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/05/02/sair-do-armario-e-uma-questao-social-ou-individual-jason-collins-e-a-parada-lgbt-de-sp/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/05/02/sair-do-armario-e-uma-questao-social-ou-individual-jason-collins-e-a-parada-lgbt-de-sp/#comments Thu, 02 May 2013 11:30:38 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1250 Nesta semana fomos surpreendidos pela saída do armário do jogador da NBA Jason Collins. Ele assumiu a homossexualidade em artigo publicado pela revista “Sports Illustrated”. Como o primeiro jogador ainda na ativa e dentro de uma das  mais importantes ligas de esporte dos Estados Unidos é claro que sua declaração tem um peso social muito grande.

Jason Collins durante jogo do Washington Wizards contra o Chicago Bulls; pivô se tornou o primeiro jogador da NBA a declarar que é gay.(Tannen Maury-17.abr.2013/Efe)

Ele abre caminhos, assim como Daniela Mercury fez aqui no Brasil ao assumir namorar a jornalista Malu Verçosa, para desmistificar e tirar de um gueto distante os homossexuais. É a saída de armário de muitos que faz com que cada vez mais se entenda a homossexualidade com naturalidade. O fato de ter algum amigo ou mesmo parente, isto é, algum gay ou alguma lésbica por perto, fez com que as famílias americanas encarassem o casamento igualitário com menos preconceito e a população dos Estados Unidos em sua maioria apoiassem, segundo pesquisas , o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo.

Isto mostra que a questão sair do armário traz uma questão social importante, mas em seu núcleo a atitude é meramente individual. Daniela Mercury ao declarar seu amor disse: “Sou apaixonada por Malu, pelo Brasil, pelas liberdades individuais. Eu acho que conquistas a gente não pode esquecer”.

Nesta frase, ela diz o ponto central de assumir sua sexualidade, as tais liberdades individuais. É uma questão do indivíduo, é ele quem deve decidir o momento certo, de abrir aos outros algo que ele é de seu íntimo, que é ligado ao seu desejo e só ao desejo dele e de mais ninguém.

Não existe nada mais desrespeitoso do que forçar alguém a sair do armário. Durante um passado não tão distante, uma parte da militância teve um péssimo hábito, bem mal educado de retirar a força famosos do armário. Nada mais rude.

Com o tempo, percebeu-se a agressão e políticas deste tipo escassearam. E é também com o tempo que assumir ser gay vai cada vez mais estar no seu lugar correto, o das questões individuais.

A 17ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo traz a questão para ser o tema de seu evento. Com o nome “Para o Armário, Nunca Mais!”, a recolocação da questão no sentido social parece ser algo necessário, urgente. No campo individual, sabemos que quando se faz o chamado “outing”, não tem mais volta, não há como retornar ao armário.  No campo social – onde sair do armário cada vez vai ter menos impacto -, pode ser uma metáfora para políticas conservadoras contra os LGBTs.

Mas será que em tempo de ataques diretos de intolerantes e conservadores, seria tempo de metáforas? Com projetos de “cura gay” na Câmara, uma PLC122/06 – a lei anti-homofobia – tendo pouca visibilidade e tramitando pelo Legislativo,  assassinatos homofóbicos aumentando em escala desproporcional e a questão do casamento igualitário em debate pelo país e pelo mundo, a Parada, ela mesmo acabou metaforicamente entrando no armário e acanhando-se de discutir temas verdadeiramente relevantes hoje para os LGBTs de forma mais direta.

O outro lado

O Blogay procurou a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) e perguntou por que a escolha do tema.

“Com o tema do 17º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo, a APOGLBT pretende dar uma resposta ao recrudescimento do conservadorismo, observado no atual cenário político do Brasil. Após o reconhecimento da visibilidade e a algumas conquistas, a população LGBT passou a ser abertamente perseguida por setores fundamentalistas e intolerantes que visam tolher a igualdade plena, o respeito às diversidades e a laicidade do Estado. Ao afirmar “Para o armário, nunca mais!”, a Parada convoca os LGBTs para o enfrentamento, diz que a luta pela isonomia de direitos e nega as tentativas retrógradas desses setores em levar @s LGBT de volta para o gueto, a marginalidade e a clandestinidade. A sociedade brasileira já não abre mão da concretização da cidadania, por isso, precisa se manter unida e consciente para que novos avanços sejam garantidos, sem que haja retrocessos”.

Cartaz da 17ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (Divulgação)
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Cabras, bandidos e drogados http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/31/cabras-bandidos-e-drogados/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/31/cabras-bandidos-e-drogados/#comments Mon, 01 Apr 2013 00:30:17 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1203 Um jornalista de uma grande revista de circulação nacional comparou os homossexuais a cabras. Um pastor evangélico em entrevista na TV, por sua vez, ligou os gays aos bandidos. Uma cantora resolveu então fazer sua parte e correlacionou LGBTs a drogados.

De certa forma, mais do que dizer aos gays, estas comparações dizem muito sobre o pensamento destas pessoas. Para elas, os homossexuais ou não apresentam a condição de serem considerados humanos (são animais) ou se demonstram pertencimento à raça humana são como seres à margem da sociedade (os marginalizados).

Dizer que isto não é preconceito ou mais precisamente homofobia é agir de má fé ou ignorância.  Assim como é racismo os negros serem apontados como descendentes amaldiçoados de Noé como escreveu o atual presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara. E a desculpa que está escrito na Bíblia não retira a ação racista, pois trata-se de uma leitura possível entre tantas outras do livro sagrado das religiões judaico-cristãs. Até porque, se fosse a verdadeira, não teríamos tantas subdivisões dentro do próprio cristianismo.

Mas voltando ao assunto central, ao colocarem estas três comparações, estão também derrotando no discurso as suas próprias teses sobre ditatura gay, radicalidades dos LGBTs, ou o termo medonho “gayzismo”. Como pode-se estar no comando das coisas se ainda os homossexuais não são nem considerados seres  humanos ou quando o são, são aqueles que estão sem direitos e à margem. Oras, sabe-se muito claramente que cabras, bandidos e drogados não estão no mais alto poder de uma sociedade nem do Estado.

Por fim,  com estas comparações, eles acabam legitimando a luta pelos direitos gays, pois o que se quer não é nada mais nada menos que os LGBTs sejam reconhecidos – pelo Estado, em primeiro lugar – como pessoa humana em sua plenitude de direitos.

Joelma compara os homossexuais a drogados (Zanone Fraissat – 5.abr.09/Folhapress)
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Vídeo em que Feliciano critica Igreja Católica prova que esta não é uma briga entre gays e religiosos http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/12/video-de-feliciano-criticando-igreja-catolica-prova-que-esta-nao-e-uma-briga-entre-gays-e-religiosos/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2013/03/12/video-de-feliciano-criticando-igreja-catolica-prova-que-esta-nao-e-uma-briga-entre-gays-e-religiosos/#comments Tue, 12 Mar 2013 21:30:04 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1143 Atualizada às 22h30

A tática de Marco Feliciano (PSC-SP) e seus seguidores é que toda a movimentação popular contra a sua nomeação para a presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias é uma luta entre religião e os homossexuais. Um vídeo que tem circulado recentemente nas redes sociais mostra o pastor detonando a Igreja Católica como “religião morta e fajuta”. Com as imagens, percebemos que é o deputado quem desmonta seu próprio discurso de que as religiões estariam todas de seu lado. Ele mesmo não tem respeito pelas que ele não é lider como podemos ver mpos links abaico

[youtube Ce86i08MhE4 nolink]

[youtube JA8yjIXwJc0 nolink]

Deve ser pela falta de respeito com outras religiões que segmentos de várias correntes cristãs condenaram publicamente a nomeação do pastor, deixando bem claro que os protestos e a indignação passavam longe de uma guerra contra os evangélicos e armado pelos homossexuais para derrubá-lo.

“Os necessários avanços dos Direitos Humanos no Brasil poderão acontecer sob a gestão do PSC e, para tanto, nos parece estratégico ouvir o clamor das ruas e dos movimentos sociais com respeito à escolha, pelo partido, de um nome que não traga tamanha carga negativa para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias”, diz a carta aberta da Rede Fale, formada por diversas igrejas evangélicas, tradicionais e pentecostais, que militam no campo dos direitos humanos.

O secretário de mobilização da Rede Fale, Caio Marçal, em entrevista ao “Estado de São Paulo”, nesta terça-feira, 12, foi enfático: “O discurso de ódio na boca de quem se diz discípulo de Jesus é anacrônico. A gente entende que as falas do pastor Marco Feliciano não colaboram para um debate respeitoso e qualificado em torno da questão dos Direitos Humanos”.

O pastor negro da Igreja Batista do Parque Doroteia, Marco Davi de Oliveira, foi taxativo em entrevista para o “Diário do Grande ABC”: “Ele não nos representa”.

Evangélica contra Marco Feliciano (Reprodução/Facebook)

Por fim, a Conic (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs) formado pelas igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida fez uma moção neste final de semana de repúdio contra Marco Feliciano.

“Considerando o corolário de nossa missão, à luz dos valores que a inspiram, e as manifestações de diversos segmentos da sociedade brasileira, expressamos nosso repúdio ao processo que levou à escolha do Deputado Marco Feliciano (PSC), o qual, por suas declarações públicas, verbais e escritas de conteúdo discriminatório, de cunho racista e preconceituoso contra minorias, pelas quais responde a processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Tal comportamento o descredencia para liderar a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e propugnamos por seu imediato afastamento”, diz um trecho da moção.

Em todos os textos nas redes sociais que chamam para os protestos contra o pastor segue a seguinte observação: “ O evento não é anti-evangélico. Demonstrações de ódio a religiões não serão toleradas”.

Entretanto, apesar de diversas religiões, incluindo as cristãs, se manifestarem contra Feliciano, o deputado prefere a tática de se fingir perseguido pelos gays e que eles são os responsáveis por toda esta celeuma. A história mostra exemplos péssimos desta tática, os judeus em muitos séculos conheceram bem a fundo este discurso que Feliciano agora quer fazer para os LGBTs.  Escolher um bode expiatório para esconder suas reais intenções.

Apenas um paradoxo, todos que usaram deste recurso de escolher uma minoria como vilã sempre estiveram do lado oposto dos direitos humanos, senhor Marco Feliciano, pense nisto!

Imagem compartilhada nas rede sociais (Reprodução / Twitter Zeca Bral)

P.S.: A imagem acima é uma referância à obra do pintor belga surrealista (como a situação que vivemos hoje) René Magritte, “La Trahison des Images” (A Traição das Imagens). Na pintura tem-se um cachimbo e uma legenda abaixo escrita em francês “isto não é um cachimbo”, isto é, existe uma diferença grande entre representação (a ação de Feliciano responsabilizar apenas os gays pelos protestos e tentar vilanizá-los) e realidade.

“La Trahison des Images”, de René Magritte (Reprodução)

 

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Texto de revista sobre homossexuais e cabras gera protesto nas redes sociais http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/11/13/texto-de-revista-sobre-homossexuais-e-cabras-gera-protesto-nas-redes-sociais/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/11/13/texto-de-revista-sobre-homossexuais-e-cabras-gera-protesto-nas-redes-sociais/#comments Tue, 13 Nov 2012 20:30:30 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=957 Desde domingo, 11, as redes sócias repercutem o texto do colunista da revista “Veja”, J.R. Guzzo, que faz uma ampla defesa contra os direitos gays e em determinado trecho diz: “Homossexuais se consideram discriminados, por exemplo, por não poder doar sangue. Mas a doação de sangue não é um direito ilimitado – também são proibidas de doar pessoas com mais de 65 anos ou que tenham uma história clínica de diabetes, hepatite ou cardiopatias. O mesmo acontece em relação ao casamento, um direito que tem limites muito claros. O primeiro deles é que o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa. Pessoas do mesmo sexo podem viver livremente como casais, pelo tempo e nas condições que quiserem. Podem apresentar-se na sociedade como casados, celebrar bodas em público e manter uma vida matrimonial. Mas a sua ligação não é um casamento – não gera filhos, nem uma família, nem laços de parentesco. Há outros limites, bem óbvios. Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar”.

Bastou este exemplo da cabra como resposta à proibição do casamento gay para que começasse aparecer nos avatares do Facebook figuras de cabras. A confusão do autor entre zoofilia e homossexualidade acabou elegendo um símbolo da indignação ao artigo. O caprino se tornou para os leitores e militantes a forma de se manifestarem com bom humor ao artigo.

Um dos avatares que estão sendo espalhados no Facebook (Reprodução / Facebook)

Foi criado o tumblr Cabras Pra se Casar e um protesto virtual foi marcado nas redes sociais até o dia 24 de novembro de 2012 para que e-mails sejam mandados para a redação da revista assim como comentários sobre o assunto na página da “Veja” no Facebook.

Até jornalistas que não costumam se posicionar em situações como estas têm deixado declarações irritadas ou bem humoradas contra o artigo em suas páginas pessoais na internet. Muitos blogs têm escrito contra o artigo assim como o deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ), que divulgou na segunda-feira, 12, seu texto “Veja Que Lixo” pelo Twitter. O site Jezebel também comentou  os dez erros no artigo de Guzzo.

Se para o autor, os direitos gays parece ser um assunto secundário, para muitos internautas eles não são não.

Como escreveu um grande jornalista: “a contribuição de Nelson Rodrigues para o debate do momento”
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Revista lista entre os 10 motivos para não votar em Soninha o fato dela apoiar os homossexuais http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/06/revista-lista-entre-os-10-motivos-para-nao-votar-em-soninha-o-fato-dela-apoiar-os-homossexuais/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/09/06/revista-lista-entre-os-10-motivos-para-nao-votar-em-soninha-o-fato-dela-apoiar-os-homossexuais/#comments Fri, 07 Sep 2012 02:00:38 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=807

(Reprodução)

Em uma matéria publicada nesta quinta-feira, 6, na revista “Free SP”, que é distribuída semanalmente próxima aos pontos de partida e chegada de meios de transporte da capital paulista e ABC, foram listada dez razões para não votar nos seis candidatos mais bem colocados nas pesquisas para as eleições municipais 2012 em São Paulo. Uma das razões, indicadas pela publicação, para o eleitor não votar em Soninha Francine (PPS) é porque ela “sempre se mostrou defensora dos direitos dos homossexuais”.

(Reprodução)

O guia avisa que isto não reflete a posição da revista e nem é um juízo de valores da publicação. Mas ao colocar esta questão sobre a defesa dos homossexuais como algo negativo, pensando no voto dos homofóbicos, a Free SP deveria fazer um contraponto com o candidato Celso Russomano (PPR) que é fortemente apoiado pelos religiosos fundamentalistas – como foi noticiado pela Folha -, estes últimos conhecidos como fortes opositores dos direitos da população LGBT. Oras, existe também o voto de quem não quer compactuar com a forte intromissão da religião na política e são pela laicidade do Estado, além daqueles que querem votar em candidatos que defendam a bandeira gay. Infelizmente nenhuma linha consta sobre esta relação de Russomano com os fundamentalistas, os grandes inimigos dos direitos LGBT.

A questão gay volta nas negativas da revista. Também em um dos motivos para não votar em Fernando Haddad (PT) está o fato de em sua “gestão, o MEC gastou R$1,8 milhão nos kits anti-homofobia. As cartilhas traziam termos considerados inadequados e até preconceituosos”.

(Reprodução)

A revista acerta ao chamar o projeto de forma correta e não do modo pejorativa que os reacionários alcunharam o projeto: kit-gay. Mas confunde ao dizer que o conteúdo era preconceituoso, o que aconteceu foi o inverso. Em uma campanha de difamação, chegou-se ao absurdo de difundir que o projeto era para transformar as crianças em homossexuais, quando a finalidade era a tolerância dos alunos para com a diferença, o diferente, incluindo aqui os colegas gays e/ou transgêneros.

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Esta semana, os homossexuais estiveram no alvo da mídia de forma muito obscurantista. Primeiro na campanha do Fórum Pernambucano Permanente Pró Vida (FPPPV) no “Diário de Pernambuco” dizendo que o estado não quer homossexualismo (sic). Depois o editor do “Jornal da Cidade”, João Francisco da Silva, chamou o beijo entre dois homens de “nojento” e “tão asqueroso quanto alguém defecar em público ou assoar o nariz à mesa”. E agora a revista Free SP coloca, sem um contraponto do outro lado, razões para você não votar em tais candidatos pois eles têm preocupações e defendem os direitos da população LGBT.

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Criminalizar a homofobia não é um ato decorativo http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/06/09/criminalizar-a-homofobia-nao-e-um-ato-decorativo/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/06/09/criminalizar-a-homofobia-nao-e-um-ato-decorativo/#comments Sat, 09 Jun 2012 18:00:44 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=449 A homofobia vem de berço, infelizmente. Somos todos contaminados um pouco mais ou um pouco menos por esta ação secular e cultural. “Homem não chora”, “homem não veste rosa” ou “homem não brinca de boneca” são informações impregnadas de homofobia que adquirimos e passamos adiante sem saber, nem questionar o seu valor autoritário [depois tem fundamentalista que vem chamar a PLC122 que criminaliza a homofobia de “lei da mordaça”].

Entretanto, a luta contra a homofobia que tem, no seu papel cívil, a importância de criminaliza-la – pois em sua radicalidade leva a atos extremos de violência e morte -, parece ser algo decorativo dos partidos políticos e dos  senhores sentados em cadeiras do Legislativo e Executivo.

Neste sábado, 9, o Uol publicou uma notícia que a gestão do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não aplicou metade do orçamento de combate à homofobia.  Este é um exemplo entre inúmeros de como a luta contra a homofobia serve muito bem para o discurso e pouco na prática.

Nesta época de eleições, não temos um partido político, seja de direita ou de esquerda, que toque na questão da criminalização da homofobia ou no esclarecimento da PLC122. Assim como aconteceu com o Escola Sem Homofobia, o projeto de lei que irá de encontro ao alto índice de assassinatos de LGBTs no Brasil não recebe de nenhum partido político ou mesmo políticos, ou até movimentos LGBTs ligados aos partidos políticos, um discurso e práxis sistemáticas que  tentem desmontar a ideia de “lei da mordaça”, apregoada aos quatro ventos pelos conservadores. Repito: sistemático (não apenas um manifesto ali, depois de um tempo acolá), da mesma forma que os fundamentalistas injetaram na sociedade a ideia equivocada de “kit gay” ou “lei da mordaça”.

Falta coragem de lidar com a verdade? A PLC122 defende idosos , deficientes físicos também, porque isto nunca é (novamente) sistematicamente colocado nos discursos de resposta aos ataques que seria o projeto uma lei totalitária? A PLC122  sim é uma lei que protege os gays (no sentido genérico da palavra) e não podemos esconder isto, temos que nos orgulhar por esta luta. Mas protege também heterossexuais que não compactuam com certos modelos, estes sim, autoritários, que fazem com que um pai tenha sua orelha arrancada porque abraçou seu filho e foi confundido com casal de namorados, no interior de São Paulo, ou a aeromoça que, confundida com travesti, apanhou de um bando de pitboys, em Alagoas.

Dito isto, questões como o boicote à marca Avon por patrocinar um pastor homofóbico ou a luta pelo casamento igualitário não são de forma alguma  algo menor e nem devem ser desprezados. Sim, eles devem existir com toda a sua importância ao lado do combate da criminalização da homofobia. Mas o que se percebe, a impressão que se tem, é que a criminalização da homofobia virou algo menor que estas questões.

Toda a luta dos movimentos gays está sobre o guarda-chuva da homofobia. Criminalizá-la é resolver mais da metade delas e abrir brechas legais em outras como possíveis condenações a juízes que se negam a registrar o casamento de casais do mesmo sexo.  Então porque este medo, porque deixar esta bandeira que é primordial em segundo plano? Vamos sair do armário e tirar do armário a luta pela criminalização da homofobia, não como discurso, mas como atitude e ação primeira seja nos partidos políticos, nos movimentos LGBTs e em nós mesmos.

Preta Gil se manifestou pró PLC122 e você? (Reprodução/Twitter)
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Senado e Câmara discutem direitos civis dos homossexuais http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/05/14/senado-e-camara-discutem-direitos-civis-dos-homossexuais/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/05/14/senado-e-camara-discutem-direitos-civis-dos-homossexuais/#comments Tue, 15 May 2012 02:57:39 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=334 Nesta terça-feira, 15,  tanto Senado como a Câmara fazem seminários relacionados aos homossexuais, para abrir os preparativos para a a 3º Marcha Nacional Contra Homofobia que acontecerá no dia 16 de maio em Brasília com a presença de diversas Ongs e militantes gays e dos direitos humanos.

No Senado, no auditório Petrônio Portela, acontece o Seminário Nacional sobre o PLC 122 – projeto que criminaliza a homofobia, convocado pela  senadora Marta Suplicy (PT-SP).

“As pessoas podem agir de acordo com sua crença, mas não incentivar a violência contra homossexuais”, diz Marta que cuida do projeto de grande importância no país, aquele que penaliza a violência homofóbica e que faz o Brasil ser o campeão de crimes contra homossexuais, travestis e transgêneros.

Já na Câmara acontece o Nono Seminário Nacional LGBT do Congresso Nacional organizado pelos deputados federais Jean Wyllys (PSOL-SP) e Erika Kokay (PT-DF) sobre sexualidade, papéis de gênero e educação na infância e na adolescência, das 9 às 17h30, no Plenário 9 da Câmara dos Deputados.

Com a presença do escritor João W Nery, primeiro transexual masculino do país, assim como representantes do movimento Mães pela Igualdade, o seminário discutirá bullying e políticas nas escolas para aceitação da diversidade.

Só um detalhe de extrema importância. Poderia não ser na mesma hora nem no mesmo dia, isto que dá partidarizar o movimento gay.

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Polícia Federal prende autores de site que incitava crimes de ódio e intolerância http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/03/22/policia-federal-prende-os-autores-de-site-que-incitava-crimes-de-odio-e-intolerancia/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/03/22/policia-federal-prende-os-autores-de-site-que-incitava-crimes-de-odio-e-intolerancia/#comments Thu, 22 Mar 2012 21:00:09 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=185 “Matem um gay, eu já fiz isso e a polícia não me prendeu”, “lésbicas merecem a penetração corretiva”. Frases como estas, além de textos contra negros, judeus, nordestinos, crianças e animais eram fartamente encontradas no site “Silvio Koerich”. Seus autores, Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello, foram presos nesta quinta-feira, 22, pela Polícia Federal na chamada Operação Intolerância.

Polícia Federal vasculha casa de um dos autores do site (Divulgação/PF)

Os dois atuam há tempos nas redes sociais e já tinham ameaçado de morte tanto a presidente Dilma Rousseff como o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). “Eu fiz duas representações contra o site na PF e mobilizei os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos). E me mobilizei contra o site criminoso não só porque ele planejava me matar, mas sobretudo porque ofendia a dignidade de minorias”, postou o político no Twitter ao saber da prisão dos autores do site.

Trechos do site (Divulgação/PF)

A indignação, porém, não era só dos homossexuais, ela veio de diversos segmentos da sociedade. Grupos ligados à defesa dos animais já tinham se pronunciado sobre um texto que o título era: “Cão imundo que se ferrou foi tarde”, assim como o movimento negro já tinha se manifestado contra texto que dizia que a raça negra era inferior à branca.

Trechos do site (Divulgação/PF)

“O nome Sílvio Koerich foi apropriado indevidamente por Rodrigues em represália a uma terceira pessoa que rejeitou as declarações preconceituosas, homofóbicas e intolerantes postadas em um fórum de debates feminista”, explica a agência de notícias da Polícia Federal.

O site pregava, além de ideias intolerantes, práticas de violência. Os criminosos estão sendo ainda investigados por uma possível ligação com Wellington Menezes de Oliveira, que praticou a chacina de alunos na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, em 2011. Oliveira teria procurado os dois antes de cometer os assassinatos, mas nada ainda está provado.

De acordo com o jornal “A Tribuna do Paraná”, nas buscas feitas nos apartamentos do dois, um em Curitiba e o outro em Brasília, foram achados mapas de uma casa perto do campus da Universidade de Brasília e que eram feitas festas de estudantes de Ciências Sociais, considerados “esquerdistas” e com isso inimigos dos blogueiros. Um possível ataque estava sendo planejado segundo a PF.

Também vai ser investigado os R$500 mil encontrados na conta corrente de Mello, que é desempregado.  A Polícia Federal acredita que pode haver tenham mais gente envolvida no caso.

A mobilização dos ofendidos pelo site foi vital para a prisão de seus autores, foram quase 70 mil denúncias. Não se calar diante a intolerância foi fundamental para estas prisões.

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Para denúncias de intolerância na rede:

Safernet  – http://www.safernet.org.br/site/denunciar

Polícia Federal – crime.internet@dpf.gov.br

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