Blogaygay – Blogay http://blogay.blogfolha.uol.com.br A contribuição dos gays, lésbicas e travestis para o mundo Wed, 18 Nov 2015 02:07:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Tão longe, tão perto, o cinema canadense e gay de Xavier Dolan http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/04/16/tao-longe-tao-perto-o-cinema-canadense-e-gay-de-xavier-dolan/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/04/16/tao-longe-tao-perto-o-cinema-canadense-e-gay-de-xavier-dolan/#comments Wed, 16 Apr 2014 22:30:49 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1671 Existem alguns jovens cineastas que devemos prestar atenção, um deles atende pelo nome de Xavier Dolan. A temática LGBT, em seus filmes, é parte importante de suas tramas, mas não a principal. A questão da orientação sexual não é uma bandeira levantada, é uma experiência vivida dentro de muitos contextos. Talvez isto se deva porque o Canadá, seu país de origem e de onde produz seus filmes, seja um dos lugares mais avançados em relação aos direitos homossexuais. Não por menos, o seu filme de estreia “Eu Matei Minha Mãe” faz parte da mostra “Tão Longe, Tão Perto – O Cinema Canadense”, que começa nesta quarta-feira, 16, e vai até 4 de maio no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) em São Paulo (confira os horários clicando aqui).

O que é tão interessante em seu primeiro filme, que Dolan escreveu com 16 anos, produziu, dirigiu e contracenou no melhor estilo cinema de autor?  O que uma história de relação entre mãe e filho -já tão explorada a exaustão no cinema e literatura – nos deixa tão impactados e envolvidos e identificados?

Hubert (Xavier Dolan) tem uma relação bem problemática com sua mãe Chantale (Anne Dorval). O pai se separou dela quando ele ainda era criança e os dois vivem sozinhos e juntos. O jovem é homossexual e tem um namorado, Antonin (François Arnaud). O fato dele ser gay não é um problema para sua mãe (estamos no Canadá, muito longe de nós) e, sim, o gesto dele de não ter contar a ela que estava namorando. Ela não consegue se comunicar com seu filho, além das agressões e alfinetadas que um dá no outro.  Por outro lado, Hubert nega sua mãe e os valores dela, desprezando-a.

O aparente maniqueísmo de ter algum vilão na história é destruído ao pouco. Desde a frase -catequese de Freud para entender os homossexuais: “pai ausente, mãe dominadora”, até a relação de vilania entre os personagens, tudo se esvai com o decorrer do filme. Aos poucos, o ambiente familiar conturbado e agressivo do filme vai se desenhando como nosso, principalmente no período da adolescência que nos rebelamos contra os nossos pais, e isto não é uma exclusividade dos homossexuais (e isto não é exclusividade tampouco só dos canadenses, o filme fica muito perto de nós e de nossas vidas).

Também o que parece um ambiente de intolerância com ora filho atacando a mãe, ora a progenitora tiranizando sua prole, vai ao poucos nos sendo desenhado como uma dinâmica de relação, que podemos muito bem ter com nossos pais, filhos ou namorados e namoradas. E quando falamos em dinâmica da relação, nunca podemos colocar um culpado e uma vítima, são todos culpados e vítimas.

Se o filme mostra em sua superfície uma relação neurótica e cheia de ódio, é na verdade para nos revelar a profundidade do grande amor, do amor de um filho por sua mãe e de sua mãe por seu filho, onde o ódio é só arma de defesa.

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Canal voltado para LGBTs estreia com vídeo sobre o racionamento de água http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/04/15/canal-voltado-para-lgbts-estreia-com-video-sobre-o-racionamento-de-agua/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/04/15/canal-voltado-para-lgbts-estreia-com-video-sobre-o-racionamento-de-agua/#comments Tue, 15 Apr 2014 21:30:50 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1662 Inusitado, muito bem humorado e cheio de sacadas, foi assim a estreia do novo canal gay na Internet, nesta terça-feira 15.  “Põe na Roda” foi criado pelo roteirista e colunista da Folha, Pedro Henrique Mendes Castilho, mais conhecido como Pedro HMC, 29.

O humor não está só no vídeo de estreia, que de forma inteligente mixa um assunto atual como o racionamento de água com algo muito particular do mundo gay – apesar de que deveria ser algo utilizado e exercido por todos – a chamada chuca. O bom humor está também nos detalhes, como por exemplo, o horário que os vídeos sobem: 11h24 (a última dezena é relacionada aos homossexuais por causa do jogo do bicho).

Em conversa com o Blogay, Pedro contou mais sobre o “Põe na Roda”.

Blogay – Como surgiu a ideia do ter um canal gay no Youtube?

Pedro HMC – Faz tempo que tenho vontade criar algo pra Internet pela liberdade criativa que ela permite. Algo próximo disso, só tive quando trabalhei na MTV Brasil escrevendo” Furo” e “Comédia MTV” até 2012. Desde então, a ideia permeia minha cabeça. Mas não queria fazer um canal com ideias que já tem de sobra (outro canal de esquetes de humor em geral, videolog, maquiagem, culinária..), então juntei duas coisas nas quais tenho conhecimento que é a causa gay (por ser) e humor (por trabalhar como roteirista de comédia, principalmente) e saiu o “Põe na Roda” rs. Até existem canais e espaços gays mas ainda é muito pouco, se comparado ao que tem fora do Brasil.

Qual a linha editorial do canal; tratará de que assuntos do universo LGBT? Terá Humor? Novelas? Debates? Notícias?

Humor será presente em todos os vídeos, não consigo fugir muito disso. Mas não serão somente esquetes, embora seja o que mais gosto de fazer. Podem esperar também por gameshows, vídeos informativos, entrevistas, depoimentos, debates e notícias. Pode ser o que for, na verdade, cada vídeo tem uma proposta diferente, o que une todos no canal são os fatores humor e (universo) gay.

O “Põe na Roda” pretende ter que periodicidade de atualizações? E como ele pretende se alimentar? Terá vídeos colaborativos? Tem uma produtora?

Toda terça-feira, às 11h24, tem um vídeo inédito. E, a princípio, toda sexta um vídeo de bastidores. Estou estudando outras opções pra sexta, mas por enquanto, até pela falta de tempo, é isso que consigo produzir e entregar. Não tenho uma produtora. Comecei e fiz tudo por conta (roteiros, gravações, edições…), contando com ajuda de amigos (nessas horas você vê quem são) que toparam participar, ajudar a produzir e até emprestar equipamento e estúdio.

Como o “Põe na Roda” pretende se pagar? Quantas pessoas trabalham para o canal?

Meu objetivo a princípio era criar um projeto em que eu me sentisse realizado e tivesse liberdade criativa. Claro que, se fizer sucesso, o dinheiro deve vir de alguma forma, seria ótimo! Mas nem tenho ideia de quanto, quando ou como por hora. Até agora investi todo meu tempo livre (que nem é muito, trabalho na Band e tenho uma coluna na Folha) dos últimos 2 meses escrevendo, gravando e editando (aprendi a editar e gravar na marra pra esse projeto rs). Então, gastei muito tempo, telefone, gasolina, uma câmera e um macbook rs… Nessas condições, sendo independente, não tem como ninguém trabalhar oficialmente pra mim, senão alguns amigos (Nelson, Maíra, Bruno, Gui, Rapha <3) que me ajudaram muito.

Quem vocês pretendem atingir com o canal? O canal tem um lema, um propósito?

O público LGBT que se vê pouco representado na mídia. Você tem programas e canais voltados para donas de casa, pra crianças, para o público masculino que quarta pode escolher entre desfile de lingerie e futebol… Mas vê quase nada para o público gay. Mesmo na Internet são poucas opções ainda no Brasil. Também gostaria de atingir o público heterossexual que pode se divertir e se informar assistindo. O vídeo de estreia sobre a água é bastante gay (nem sei se heterossexuais sabem o que é chuca [Lavagem intestinal, geralmente feita com a mangueira do chuveirinho, instrumento utilizado para a limpeza do reto; exemplo: use a chuca pra não passar cheque] , mas por exemplo, posso dizer que em um dos vídeos que estão sendo produzidos, vários heterossexuais são os protagonistas.

Veja o vídeo de estreia:

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Jota Jota Davis (1975-2014), ícone da noite de São Paulo http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/02/20/jota-jota-davis-1975-2014-icone-da-noite-de-sao-paulo/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/02/20/jota-jota-davis-1975-2014-icone-da-noite-de-sao-paulo/#comments Thu, 20 Feb 2014 21:00:16 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1628 Jonas Ferreira da Cruz nasceu na cidade de São Paulo no dia 8 de janeiro de 1975, mas entraria para a história da noite de São Paulo como Jota Jota Davis, nome dado por Estela Davis, na época que ele era o primeiro bailarino nas apresentações da drag queen.

Quando criança, ele já demonstrava para onde sua estrela queria dançar. De família evangélica, ele sempre ensaiava coreografias escondido dos parentes. Quando sua irmã mais nova, Sara Ferreira da Cruz, era pequena, ele era quem sempre dava opiniões sobre as roupas que ela devia vestir e avisava a mãe, dona Arminda Franco dos Santos, onde tinha algum vestido bonito e que combinasse com a irmã. Ele também gostava de organizar festas surpresas. Sim, entre 10, 12 anos, ele preparava o bolo, chamava os amigos, decorava a casa e esperava a mãe chegar, que ficava encantada com a festa surpresa organizada pelo filho.

Estava já no íntimo de sua infância, a tríade que o explicitaria e o transformaria em Jota: dança, moda e festa. E foi com esta santíssima trindade que a noite de São Paulo se encantou por este negro montadíssimo, sempre feliz, dançando muito bem e ainda com um componente de virilidade latente.

Trabalhou como bailarino em diversos shows de casas noturnas, foi barman do Pix, host da Torre, do D-Edge e de tantos outros clubes. Sua figura meio centauro meio fauno foi conquistando espaço e admiração de muita gente que fazia a noite de São Paulo como proprietários de bares e boates, DJs, VJs, promoters e frequentadores (clubbers?), para logo se transformar em um ser mitológico da vida noturna da cidade. Uma pista sem Jota dançando ou uma entrada de clube sem seu sorriso na porta eram com certeza lugares menos felizes.

Nos últimos 20 anos, quem era da cena de São Paulo (e São Paulo é como o mundo todo) sabia quem era Jota Jota Davis, ou Jotinha como era chamado com carinho pelos mais íntimos. Um ícone não se constrói, ele acontece e sempre por uma combinação de carisma e originalidade e isto Jota tinha demais.

Na manhã de domingo, 16, Jonas, 39, morreu de complicações nos rins em decorrência do câncer linfático e com certeza os chill outs foram mais tristes. Uma gente bonita e muito conhecida da noite de São Paulo apareceu em peso no seu velório no Cemitério do Araçá, parecia uma festa de tanta gente bacana – apesar de ser velório – e assim que deveria ser pois Jota era signo de festa boa.

Ele foi enterrado no Cemitério da Vila Formosa, no dia seguinte, e estava de cartola, gravata borboleta, calça de alfaiataria, elegante e montado como sempre. Em seu caixão, ao lado das flores, um tubo de glitter, porque purpurina pouca é bobagem e antiquada para o sempre antenado Jota. R.I.P. JJ Davis!

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David Bowie é gay! http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/01/31/david-bowie-e-gay/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2014/01/31/david-bowie-e-gay/#comments Fri, 31 Jan 2014 10:30:01 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=1593 Não, não é este blogueiro que está afirmando e sim o próprio David Bowie que disse: “Eu sou gay e sempre o fui, mesmo quando eu era David Jones”. A declaração foi feita no dia 22 de janeiro de 1972 para a “Melody Maker”, no começo do auge de sua fama e de extrema importância para os movimentos de libertação LGBT que estavam ainda engatinhando. Eles tinham um símbolo e ele era adorado por milhares de pessoas.

Logo em seguida, cinco dias depois da primeira parada gay na Inglaterra, que contou com a presença de 700 pessoas, no dia 6 de julho de 1972, Bowie se apresenta no “Top of The Pops” com o guitarrista Mick Ronson, montados e andróginos. Para se ter uma ideia, o programa era assistido por milhões de telespectadores, algo como (guardada as devidas proporções) uma novela no horário nobre. O escritor e jornalista inglês Dylan Jones recorda-se daquele momento como crucial na sua vida, quando ainda tinha 12 anos e tinha muitos conflitos com sua sexualidade. “Foi emocionante, um pouco perigoso, mas transformador. Para mim, e para aqueles como eu, ele mostrou que o futuro finalmente chegou”, disse Jones fazendo alusão à sua homossexualidade. Starman!

Foram três minutos e meio e durante a apresentação acontecia um flerte e um abraço (hoje, para nós, sutil e que não achamos nada demais) entre Bowie e Ronson que mudou a vida de muitos gays. Mas também, com aquelas roupas que desafiavam o comum até no rock, a maquiagem e a atitude que confundia o que era masculino e o que era feminino, não poderia ter sido diferente. O apresentador de rádio Mark Radcliffe, na época um aluno de 14 anos de idade, achava que Bowie e Ronson tinham “chegado de outro planeta onde os homens flertavam uns com os outros, faziam uma música emocionante e usavam meias lurex”.

Em 1976, Bowie afirma sua bissexualidade para a “Playboy”. “É verdade, sou bissexual. Não posso negar que eu sei disso muito bem. Acho que é a melhor coisa que já me aconteceu”. E em outro trecho, completava: “Quando fiz 14 anos, o sexo, de repente, se tornou relevante. Não importava realmente com quem ou como era, contanto que fosse uma experiência sexual. Não era difícil levar algum cara bonitinho da classe para casa e transar com ele”.

Sim, todas estas declarações eram em parte marketing, em parte o espírito contestador e provocador de Bowie e também algumas verdades. Mesmo que na década de 80, anos bem conservadores, ele tenha negado suas declarações (Bowie é o espírito de seu tempo), sua contribuição para todo o começo do movimento gay e também para jovens homossexuais ou transgêneros na época foi importantíssima. Era um superstar dizendo ser como eles.

E nos anos 2000, para a revista Blender, ele reafirmou: “Eu sabia o que queria ser: compositor e intérprete, e sentia que a marca de bissexualidade me acompanhava há muito tempo”.

Na verdade pouco importa qual é a verdadeira orientação sexual de Bowie (ele é casado com a ex-modelo somali Iman Abdulmajid desde 1992), mas todo o glitter, a fechação e as fronteiras entre masculino e feminino foram jogadas na nossa cara com sua postura e música. E ela pode ser vista na exposição sobre o músico aberta desde sexta-feira, 31, no MIS, em São Paulo.

Como diz a letra de “Rebel, Rebel”: “You’ve got your mother in a whirl / She’s not sure if you’re a boy or a girl (algo como em uma tradução livre: Você deixa sua mãe perturbada / Ela não sabe se você é menino ou menina)”.  Ao negar o que é normativo e se irmanar com o diferente, com a atitude individual, o desejo e suas escolhas pessoais, sim, Bowie, você é gay, pelo menos de alma, em espírito. E é isto que importa. David, sua vagabunda, te amo tanto!

Tá Bowie?

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Festival em SP revela o caráter underground e contracultural dos gays http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/04/festival-em-sp-revela-o-carater-underground-e-contracultural-dos-gays/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/04/festival-em-sp-revela-o-carater-underground-e-contracultural-dos-gays/#comments Sat, 04 Aug 2012 03:20:37 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=683 Até os anos 1980, muito do que poderíamos dizer sobre ser gay, ou um modo de vida homossexual, estava totalmente atrelada à ideia de underground e de contracultura. Com a massificação dos anos 1990 do que é ser homossexual, criou-se  (para o bem e para o mal) uma poderosa imagem de uma figura musculosa, apolínea, sem barriga e apreciador da música que chamamos de bate-cabelo. Com o intuito de  discutir que esta não é a única imagem dos homossexuais e evidenciar outras possibilidades de ser dentro de sua orientação sexual, o Festival Outcasts – A Contracultura Gay Jovem desembarca em São Paulo nesta sexta-feira, 03, e sábado 04, no clube Dynamite, na Bela Vista.

Cartaz do evento (Divulgação)

“A ideia surgiu da necessidade por fazermos parte de um mundo underground e querer expressá-lo. Não somos e nem queremos ser mainstream” , disse um dos organizadores do evento Marcello Nicolussi para o Blogay. Ele, junto com Peete Netto, Rafael Cocchini e Cairo Braga querem mostrar algo além dos estereótipos montados em relação aos gays.

Nicolussi responde ao ser questionado o que é mainstream no conceito do festival: “É a cultura homossexual que é mostrada pela mídia, por exemplo, como eles veem uma boate gay, isto é, uma pré-concepção que retira toda uma gama de atitudes por exemplo que podem significar uma boate gay, fioca apenas aquela imagem impressa pela mídia.  Queremos mostrar o outro lado da moeda”.

Confira a programação:

Dia 3 de agosto –

Frenéticos, Molhados & Croquettes: O grupo se inspira em grandes momentos da cultura LGBT brasileira dos anos 60 a 80. As principais referências deles são os Dzi Croquettes, os Secos & Molhados e As Frenéticas. Daí o nome do grupo: “Frenéticos, Molhados & Croquettes”.

Alisson Gothz: Artista performático, multimidiático, conhecido por seus números ousados e um pouco agressivos. Convidado para participar do projeto pela contribuição na cena underground LGBT.

Xerxes: Host, DJ, e Performer da noite paulistana LGBT, uma das promessas da nova geração de artistas underground.

+ Djs: Felipe Abe + Gah Junqueira, Pandex, Attrack Queens, Equipe Outcasts.

Dia 4 de agosto –

Elisa Ares: Cantora, musicista, e suas composições mesclam pop, rock, soul, folk e jazz, sendo uma revelação do mundo musical LGBT.

César Munhoz: Cantor, compositor, artista performático e multimídia. Já expoz fora do Brasil e é considerado um dos grandes representantes da cultura LGBT no ambiente artístico.

Apêndice Urbano: Grupo de teatro idealizado por Caio Nasser e Priscila Labronici, que faz apresentações em ambientes alternativos.

Debates: O ambiente familiar de um LGBT. A cultura underground gay. A política Arco-íris.

+ Exposições midiáticas e microfone aberto.

Serviço:

Festival Projeto Outcasts

Dias 3 e de 4 agosto de 2012

Dynamite Pub

Rua 13 de maio, 363 – Bixiga (Bela Vista) – São Paulo -SP

Preços e horários:

Dia 3 de agosto, sexta-feira das 23h30 as 6h00 – Entrada R$ 5

Dia 4 de agosto, sábado das 15h00 as 21h00 – Entrada Franca

Imagem do Facebook do Festival Outcasts (Reprodução / Facebook)
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Gore Vidal, gay http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/01/gore-vidal-gay/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/01/gore-vidal-gay/#comments Thu, 02 Aug 2012 02:30:57 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=662 Os “Estados Unidos da Amnésia” como Gore Vidal chamava o seu país já o tinha esquecido há tempos. O escritor causou um canto do cisne como polemista que sempre o habitou quando culpou o governo Bush pelos atentados de 11 de setembro de 2001. Depois: silêncio, não dele, mas dos americanos em relação a ele. Nesta quarta-feira, 1º, os jornais dos Estados Unidos  irão ter que relembrar o grande escritor e o ser político atuante, pois terão que anunciar sua morte em notas. E nestes textos de hoje terão que rememorar o papel de Vidal para a vida política e cultural do país. Vai ser um raro momento que a amnésia não ocupará o lugar central de certas discussões americanas como Vidal tanto criticava.

Ele mesmo estava afastado da cena cultural e política fisicamente desde 2008 quando fraturou a coluna e começou a andar de cadeira de rodas. Todos sabem de sua ambição política – se candidatou duas vezes ao Congresso americano e não conseguiu vencer – mas isto não deixou de torna-lo por suas atitudes um ser político da mais alta importância, ainda mais para os direitos da minorias.

O significado de ser assumidamente gay antes da revolta de Stonewall em 1969, é algo que não conseguimos dimensionar, exatamente em uma época que a homossexualidade era ou crime ou doença. Gore Vidal rocks!

Um pouco antes da rebelião gay em Nova York, no ano de 1969, ele falou para a revista Esquire: “A homossexualidade é tão natural quanto a heterossexualidade. Repare que eu uso a palavra natural e não normal”.  E a definição de seu estilo literário bem pode servir para a sua sexualidade: “Saber quem você é, o que você quer dizer, e não dando a mínima”.

Foi seguindo seu próprio conselho que seu terceiro livro, “A Cidade e o Pilar” (1946), causou escândalo nos Estados Unidos e fez com que o jornal New York Times tivesse uma futura amnésia de seus seis próximos livros lançados depois desta afronta. Nenhuma linha foi escrita sobre a literatura de Vidal no prestigioso jornal por anos a fio por causa deste livro.

O pecado? Retratar dois jovens sem problemas psicológicos ou distúrbios vivendo um caso homossexual. Detalhe importantíssimo: eles também não acabam no final do livro punidos por isto. Apesar de ter sido publicado quase duas décadas depois de “O Poço da Solidão” (1928), de Radcliff Hall, que também causou escândalo, mas na Inglaterra, o livro não condena a homossexualidade como acontece no romance da inglesa, pois é para o narrador algo natural.

O livro de Vidal abriu corações e mentes e Alfred C. Kinsey, ao lançar “Comportamento Sexual no Macho Humano” (1948),  fez uma nota agradecendo o escritor “por seu trabalho de campo”.

No cinema, como roteirista de Ben-Hur (1959), dirigido por William Wyler, ele fez um subtexto gay sem que ninguém soubesse:  “Charlton Heston nunca soube disso, mas, para mim, Ben-Hur e Massala tiveram um romance na adolescência. Depois de muito tempo separados, Massala volta e quer reatar o romance. Diante da impossibilidade, se torna inimigo de Ben-Hur”.

Desde os anos 1950, tinha um caso com publicitário Howard Austen, que faleceu em 2003. Vidal deve ser enterrado, se seguirem seu desejo, ao lado dele. O resto é silêncio e nunca amnésia.

Gore Vidal (Divulgação)
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Acontecimento Caravaggio em SP http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/01/acontecimento-caravaggio-em-sp/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/08/01/acontecimento-caravaggio-em-sp/#comments Wed, 01 Aug 2012 19:30:28 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=654 Com a potência iluminada de Michelangelo, no Renascimento, os artistas que o sucederam por muito tempo quiseram pintar à maneira do grande escultor e pintor toscano. Foi o que os críticos deram o nome de maneirismo, já da forma pejorativa que usamos o termo até hoje. Mas um outro Michelangelo, Michelangelo Merisi da Caravaggio, de certa forma resolveria este impasse.

A Roma do final do século 16 e começo do 17 era o centro do pensamento artístico da Europa. Era lá que estava dois personagens que dariam fim ao maneirismo, de certa forma. Annibale Carracci e Caravaggio.

Carracci, poderíamos dizer, sendo banal, mas deixando claro para as novas gerações, um pintor retrô. Ele, de vez olhar para Michelangelo como todos faziam, resolveu mirar em Rafael, outro grande da Renascença.

“Annibal Carracci […] ficou fascinado pelas obras de Rafael, que admirou imensamente. Desejava reconquistar algo de sua simplicidade e beleza, em vez de as contradizer abertamente como faziam os maneiristas”, escreve E.M. Gombrich em seu clássico “A História da Arte”. E prossegue o colocando como opositor estético de Caravaggio. ”Ter aversão a retratar a fealdade [no caso de Carracci] parecia a Caravaggio uma fraqueza desprezível. O que ele queria era a verdade. A verdade tal como podia vê-la. Não lhe agradavam os modelos clássicos nem tinha o menor respeito pela ´beleza ideal´. Queria desvencilhar-se de todas as convenções e pensar a arte desde o começo”.

Este é o acontecimento Caravaggio. O artista que torna a luz um sujeito de sua pintura com o jogo de chiaroescuro (claro-escuro) que iria influenciar grandes gênios como Velázquez, Rembrandt e muito do que ficaria conhecido como o melhor do Barroco. Boêmio, traz as prostitutas, os marinheiros, os mendigos para posarem como modelo de suas obras. Digamos que foi um tataravô de Roberto Rosselini e todo o neo-realismo italiano que também buscava no cinema a verdade e a ética através das imagens.

“A dolorosa lição humana de Caravaggio ensinou a procurar valores mais íntimos e autênticos, a buscar a veia profunda do sentimento. De um sentimento que não parte de categorias morais abstratas, nem de contrates conceituais, mas que é ele próprio, em sua determinação e expressão imediatas, uma realidade moral”, explica Giulio Carlo Argan no essencial “Clássico Anticlássico”.

“Medusa” de Caravaggio ( Reprodução)

O acontecimento Caravaggio chega a São Paulo nesta quarta-feira, 1º, no Masp (Museu de Arte de São Paulo). São apenas sete obras reconhecidas como sendo do pintor, mas cada uma com a potência estética que precisará juntar muitas exposições na cidade para alcançar o seu valor. E nos tempos que vivemos uma outra espécie de maneirismo, com uma multidão de artistas criando à maneira da arte conceitual dos anos 1960, pode ser interessante ficar de frente a uma obra que soube sair deste impasse.

“Baco” de Caravaggio (Reprodução)

A polêmica sobre a homossexualidade de Caravaggio

Muito discutida até hoje é a orientação sexual do artista. Para muitos críticos, ao pintar jovens com tamanha carga erótica, o artista sinalizava claramente que era gay. Já para outros foi bissexual, esta tese foi a utilizada pelo cineasta Derek Jarman para seu filme “Caravaggio” de 1986.

A biografia do artista, “Uma Vida Sagrada e Profana”, do crítico de arte inglês Andrew Graham-Dixon, vai na contramão destas teses. “A meu ver Caravaggio era um homem omnissexual [todo sexual], não bissexual. Tudo nele era pura força primária. Estou empenhado em destruir o mito que o tem rotulado através dos séculos como um artista gay”.

De qualquer forma: gay, bissexual ou omnisexual, pouco importa, sua orientação sexual não constitui em fator essencial para a sua grandeza como pintor.

O que é certo é que a obra de Caravaggio é até hoje um ícone da cultura gay, mas além disso, é um dos orgulhos da humanidade.

[youtube Ce8_RJ7qZCw nolink]

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Gilberto Kassab é gay? http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/07/30/gilberto-kassab-e-gay/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/07/30/gilberto-kassab-e-gay/#comments Tue, 31 Jul 2012 02:26:06 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=644
Gilberto Kassab (Rahel Patrasso/Folhapress)

Várias pessoas, vira e mexe, me fazem esta pergunta: “Gilberto Kassab é gay?”. Se Datafolha fosse, diria que o prefeito de São Paulo é o personagem sobre o qual os meus amigos mais têm curiosidade de saber a orientação sexual, tipo 69% a mais do que a de algum ator de novela ou de alguma estrela de Hollywood.

Explico: a pergunta não se trata porque acham que sou algum tipo de Mãe Dinah das orientações sexuais, mas é sabido que os homossexuais possuem algo conhecido como “gaydar”, uma espécie de radar que detecta se tal pessoa prefere pessoas do mesmo sexo ou não.

Assumo que o meu radar, eu o uso pouquíssimo. E em geral, quando me fazem esta pergunta, a resposta vem pronta: “Não sei, nem me interessa”. E ela, muito menos ríspida do que possa parecer, é uma sinalização para um desvio de assunto.

Interessa-me muito pouco a sexualidade dos outros, ela só desperta curiosidade quando estou também interessado sexualmente pela figura, senão, pouco me importa se é gay, hétero, bissexual. Prefiro saber se a pessoa é ética, tem bom humor, opiniões inteligentes.

Porém, entendo o interesse das pessoas pela sexualidade de Kassab. Um prefeito que proíbe artistas de rua, ovos com gema mole, gritos de feirantes anunciando seus produtos na feira ou o sopão para mendigos, deve ser alguém que é um prato cheio para os psicanalistas. Alguma coisa deve ter de errado, alguém que só sabe dizer não. “Pode ser um gay ultrareprimido”, devem pensar muitos que me perguntam sobre sua orientação sexual. Mas este não é o caso nem a explicação muito menos a desculpa, o que existe de verdade e fato é um governo municipal repressor.

Xico Sá listou quase todas as suas proibições. É transparente seu problema com os pobres desta cidade, principalmente os mendigos. Basta saber que ele tem uma polícia municipal que rouba e agride a população de rua para a gente perceber o tamanho do problema. Ao não gostar da cidade, ele denuncia que também não se gosta, pois mais do que a comandar, ele aqui vive.

É evidente que ele também não gosta dos que habitam São Paulo, até fechar shopping, a praia infeliz e medonha mas única do paulistano , ele está fazendo.

Sinceramente, eu não sei se ele é gay, ou um gay ultrareprimido, isto pra mim pouco importa. Mas sei que nunca na historia desta cidade, nem com Jânio Quadros, o não, o veto, a negativa prevaleceu sobre uma possibilidade de sim. Com certeza é o artigo melancólico de muita repressão, muito mais do prefeito do que da cidade.

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Manifestação pede criminalização da homofobia depois de mais um ataque a gay na região da Paulista http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/07/13/manifestacao-pede-criminalizacao-da-homofobia-depois-de-mais-um-ataque-a-gay-na-regiao-da-paulista/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/07/13/manifestacao-pede-criminalizacao-da-homofobia-depois-de-mais-um-ataque-a-gay-na-regiao-da-paulista/#comments Sat, 14 Jul 2012 02:55:02 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=584 Depois do depoimento no Facebook do blogueiro Evertton Henrique, 24, sobre a agressão que sofreu na região da Paulista nos últimos dias de junho,  militantes, simpatizantes e pessoas indignadas com a violência resolveram fazer uma manifestação contra a homofobia. Ela acontece neste sábado, 14, às 23h, na esquina de Frei Caneca com a Peixoto Gomide, na região central de São Paulo.

O relato de Henrique em nas redes sociais dá uma ideia da violência gratuita que ele sofreu.

Evertton Henrique logo após a agressão (Reprodução / Facebook Evertton Henrique)

“Não existe homofobia no Brasil! Essa é a frase que o deputado Jair Bolsonaro já disse muitas vezes por onde passa. Mas a homofobia existe sim no Brasil. E está literalmente na minha cara. Essa é uma foto que tirei agora a pouco depois que fui atacado por quatro adolescentes ontem na Frei Caneca. Me atacaram de surpresa e sem eu poder reagir. Me bateram muito, me humilharam, quebraram meu celular e depois o jogaram junto com minha carteira no bueiro. Mas eu tive sorte, nessa mesma semana um garoto no Rio de Janeiro foi morto com requintes de crueldade. Eu só fui mais uma bichinha que apanhou na Paulista. O pior é que não fui a primeira e não serei a última. O policiamento é ineficiente e a prefeitura está cagando e andando pra gente, esta é a verdade. Meu corpo inteiro dói, mas nada dói mais do que minha alma. Eu estava apenas andando, sozinho, saindo de uma balada. Eles me disseram que viram eu saindo da “balada de viado sozinho” e resolveram “brincar” comigo. Já chorei muito, já pensei muito, e não existe nada que me tire o medo que estou sentindo. Medo e raiva, muita raiva. Quando você vê algo assim na televisão, você nunca imagina que vai acontecer com você. Um me enforcou por trás, enquanto outros dois se revezavam em dar socos no meu estômago, depois me jogaram no chão e começaram a me chutar e pisar na minha cabeça. Por um milagre, ou coisa que o valha, um segurança de um prédio próximo, apareceu e espantou os marginais. Não olhei para o rosto deles. Eu só sentia medo. Tinha certeza que iria morrer. Algumas pessoas passaram por ali e me viram no chão apanhando e não fizeram nada. Agora a pouco falei com minha mãe pelo telefone e dói muito ouvir sua mãe chorar de preocupação por você. Eu não paro de chorar desde então. Eu sei que isso que aconteceu comigo é horrível, mas poderia ser bem pior. Eu poderia estar morto. Mas agora tenho a chance de contar o que aconteceu comigo e tentar alertar a todos. As providências legais serão tomadas e tomara que alguma coisa aconteça com esses marginais. […] O meu sangue está nas mãos desses bandidos e nas mãos de Malafaia, Bolsonaro, Apolinário, Papa, e de tantos outros que pregam seu ódio aos homossexuais. Agora estou por baixo, mas quando eu levantar, estarei mais forte e com mais gana do que nunca de lutar para que esse mundo seja um lugar onde os gays, lésbicas, travestis, transexuais, homens, mulheres, crianças e todos aqueles que mereçam, sejam respeitados pelo simples fato de existir. Foram só alguns arranhões que em alguns dias vão sumir da minha pele, mas as marcas profundas que deixaram na minha alma nunca serão cicatrizadas, ficarão abertas e expostas e isso me ajudará a fazer o certo sempre. Desculpe-me pelo desabafo, mas precisa colocar para fora todo o sentimento que está dentro do meu peito. E por favor, tomem cuidado, eu tive sorte ontem, e espero que ninguém passe pelo o que eu passei, mas sabemos que eu poderia estar morto agora. Se protejam, não façam igual eu que estava sozinho de madrugada na rua, vamos nos proteger, nos unir… Eu tenho fé que um dia essa minha experiência vá parecer algo tão irracional quanto a escravidão é hoje. Mas sinto que esse dia ainda está muito distante”.

Os manifestantes pedem para que levem velas.

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Força na peruca, Demóstenes! http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/07/11/forca-na-peruca-demostenes/ http://blogay.blogfolha.uol.com.br/2012/07/11/forca-na-peruca-demostenes/#comments Wed, 11 Jul 2012 23:00:02 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/11328453.jpeg http://blogay.blogfolha.uol.com.br/?p=577
Força na Peruca (Montagem / Zeca Bral)

Sim, este foi o recado que a afilhada do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) enviou para o político antes de saber do resultado de sua cassação que aconteceu nesta quarta-feira, 11, no Senado Federal, em Brasília.

A mensagem completa mandada por celular por Larissa – “Força na peruca. Família unida com o senhor. Lembre-se já venceu, beijos” – deixou todas passadas com a intimidade da moça com o pajubá, linguagem baseada principalmente nas línguas africanas empregadas pelo candomblé e praticada inicialmente pelos travestis e posteriormente estendida a todo universo gay.

Força na peruca é um termo clássico do pajubá e, segundo a “Dicionária Aurélia”, significa “vá em frente! Vai nessa! Se joga!; o mesmo que força no picumã.”

É um recado claro de apoio ao senador que acabou sendo cassado por 56 votos a 19 pelo seu envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Mas também em uma leitura externa, longe da pretensão consciente da afilhada, é uma mensagem cheia de humor (gay?) ao proclamar uma força na peruca de uma pessoa calva.

Quando no começo do ano, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) tentava costurar um (lamentável) acordo com conservadores e fundamentalistas para que a PLC122 que criminaliza a homofobia fosse aprovada no Senado, o Blogay entrou em contato com o gabinete de Demóstenes Torres.

Ele era uma das figuras centrais que Marta procurou para fechar uma PLC122 cheia de deficiências. Um assessor de nome Nelson atendeu e depois da explicação sobre o que se tratava a ligação, ele simplesmente deu o e-mail errado, era um @folha.com, que de cara percebia-se que não existia. Ao insistir, ele disse que este era o único que o senador acessava. Estava claro que não queria diálogo ou expressar-se sobre o projeto de lei de forma alguma.

Mas da mesma forma que ele desprezou esclarecer sua posição para a comunidade homossexual através deste blog, foi através de um linguajar totalmente gay que ele conseguiu um pouco de afeto durante a sua derrocada. Força na peruca, no picumã e só não roda a baiana porque o senhor é de Goiânia.

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